Estamos no ir. Desta vez cumprimos o dever patriótico de deixar branco e tinto bem encaminhados e envasilhados para o Natal ( se lá chegarem, que isto de um Homem estar só na serra também cansa e dará uma sede do caraças...Uma sede das antigas.) Mas o meu cunhado já está avisado: ou tem tento na língua ( e garganta) ou está o caldo (verde) entornado...
Deixamos a terra com receio do que por aí venha, das medidas de contenção que nos apertem a todos. Sobre isso talvez estejam até melhor defendidos os amigos cá de cima, com as batatas e couves que tiram das leiras, do que nós lá para as Lisboas, que apenas tiramos do alcatrão borracha dos pneus...
Há muita insatisfação no ar que se respira. E deste povo cordato pode muito bem sair alguma raiva mal contida. Não digam que não os avisei...
No ajuste de contas com "quem tem a culpa de nos encontrarmos assim" é fácil encontrar-se terreno fértil para a indignação popular. Nem tanto com os cortes nos salários (que por aqui os 1500 euros são raros) mas sobretudo com as diminuições dos apoios à doença e à terceira idade.
Afinal estamos já não tanto no Cavaquistão, como era chamado nos tempos gloriosos da estratégia do betão, mas sim no Ginjóstão ( a terra dos velhos ginjas, da "malta" com mais de setenta...).
Os novos bazam mais depressa do que uma socialite ( a mumificada Lili Caneças vem à memória, treme-treme em cima do catamaran) a cheirar bosta de vaca. Quem por aqui fica são os velhos.
E deles temos que tratar. Quando digo "temos" refiro-me à família, claro, mas também às instituições. Sociedade que abandona os seus velhos não merece ter lugar algum na história.
Marco encontro com os leitores para dia 22 de Agosto.
Até lá comam e bebam, amem muito, banhos de mar sempre que possam. E não se esqueçam que por muito que o corpo peça mimos,deve haver sempre um momento (ou dois) para a alma. Para a Imaginação.
Va, pensiero, sull'ali dorate ...
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