Primeiro, o óbvio: se eu fosse um cidadão a ganhar 500 euros por mês (ou menos) não frequentaria nem esses, nem mais nenhum Restaurante concerteza. Mas...não sou. E se ganhasse menos de 500 euros também não teria esta "mania" de fazer Posts nem ter Blogues, porque o hardware é caro e a InterNet não é de graça... Nem talvez o meu Leitor teria a oportunidade de ler os meus dislates, se também ganhasse apenas isso, pelas mesmíssimas razões.
Mesmo assim não sei se não comeria Cabrito ou Borrego de vez em quando... Cá em cima na terrinha, na altura em que o leite das ovelhas começa a ser necessário para fazer o queijo ( que dá muito mais rendimento ao Pastor do que os borregos) é possível comprar-se essa carne a 6 ou 7 euros o kg. Em Lisboa custa quase o dobro, em redor dos 11,5 euros. E qualquer pensionista de Seia ou de Gouveia compra borrego nestas alturas, para os dias mais importantes do ano.
Depois, a defesa do Comilão (Moi): Tenho 56 anos e não sei muitas coisas. Também tenho dúvidas sobre se voltarei a aprender outras coisas novas nesta altura da vida (mas neste mundo esquisito tudo é possível). Escrever sobre aquilo que não sei? Para isso já temos o Nuno Rogeiro, "especialista" em tudo, desde a Música popular ao Desporto, passando pela Política Externa e pela Defesa Nacional (deve receber relatórios semanais da maioria dos serviços secretos ocidentais, o que, tendo em vista o que se passa aqui no Burgo, já me pareceu mais estranho...)
Por isso escrevo (também) sobre Gastronomia. Não será para todos? Não Senhor. Também a Festa do Avante (onde fui já algumas vezes e tenho ideia de ir este ano) não será para todos... A EP custa este ano 20 euros até 1 de Setembro e 30 euros depois disso... É o preço de um almocinho no Galito...
Por isso escrevo (também) sobre Gastronomia. Não será para todos? Não Senhor. Também a Festa do Avante (onde fui já algumas vezes e tenho ideia de ir este ano) não será para todos... A EP custa este ano 20 euros até 1 de Setembro e 30 euros depois disso... É o preço de um almocinho no Galito...
O problema está ( e estará cada vez mais) quando alguns de nós já não tiverem hipótese de escolher entre aquilo que (não) recebem e as primeiras necessidades... Se o que há para decidir este mês é pagar a electricidade e deixar a água para o mês que vem?
Isso é que são problemas... E se calhar, deixando de frequentar restaurantes e livrarias, estaremos nós também - os que podem ainda lá ir - a contribuir para a generalização cada vez maior desses casos aflitivos.
O mundo não é simples, nem só branco nem só preto. Cada vez mais será nas tonalidades de cinzento que, infelizmente, temos de navegar. Com a costa à vista, está claro!