Atenção a quem escreve em Black Berrys e quejandos... Como tais artefactos não possuem cedilhas nem acentos o título deste Post apareceria: "Vem ai a Caca" o que, a bem dizer, não era exactamente o que se pretendia.
Embora - e como veremos no desenvolvimento da leitura - alguma caça seja cada vez mais caca...
A Caça (entenda-se o animal, de pelo ou de pena, selvagem) é para muitos de nós uma miragem cada vez mais distante e tremebunda, quase a desaparecer da vista do sedento náufrago do deserto.
Perdiz verdadeira, a perdiz de Torga e de Aquilino, a que terá comido o Eça? Difícil...Cada vez mais difícil apanhá-las...
Pode ser que haja por aí alguém que tenha caçadores na família. Pode ser que algum desses Nimrods tenha a sorte de se aventurar por algum vale perdido em Trás-os-Montes, onde daria de caras com alguma dessas perdizes vermelhas rústicas e selvagens... E pode ser que acerte o tiro, se não desmaiar de comoção em primeiro lugar, pelo espanto da raríssima ocorrência...
Não sendo isso o melhor é estarmos plenamente convencidos que o que nos apresentam no prato (em QUALQUER prato da restauração lusa) são perdizes de cultura, se tivermos sorte com alguns meses de liberdade controlada.
Perdiz da selvagem vai-se tornando tão rara como o salmão do MInho... Impossível de a encontrar não direi que seja...também há alguns amigos meus que , de quando em vez , juram e trejuram que "fulano" apanhou um salmão lá para Ponte de Lima... Mas devo confessar que o último desses que me passou pelo estreito comi-o ainda o meu Pai era vivo, portanto lá para 1980, num Restaurante típico e humilde, lá para a Póvoa do Lanhoso, de que infelizmente não recordo o nome.
Salvam-se, por enquanto, as lebres, os coelhos bravos (que nalguns locais são mesmo praga) e a Princesa Srª Dª Galinhola (levantemo-nos e tire-se o chapéu), embora manda a verdade que se diga que estas que aparecem nos nossos restaurantes - quase como favor que é feito pelos donos aos seus melhores clientes - têm cada vez mais sotaque açoreano, de S. Miguel, das Flores ou do Pico ao invés do linguarejar do Norte da Europa, mais típico das Scolopax rusticola que vinham passar o Inverno a Portugal continental...
E são vendidas a 35\45 euros cada uma...Ora se pesarmos apenas a carne e dividirmos pelo custo, veríamos que são mais caras do que qualquer lagosta nacional... E para mim merecem. Até porque não aprecio lagosta.
Esperemos então pela CAÇA: Pompílio (Elvas) Fialho (em Évora): Tasca do Oliveira (idem), Molhó Bico (Serpa); O Galito (Lisboa); Salsa e Coentros (Lisboa); o restaurante da York House (Lisboa),Pavilhão de Caça (Matosinhos), Beira Mar (Cascais); Cimas - English bar (Monte Estoril); O Solar Brangançano (obviamente em Bragança); Restaurante Saldanha (um achado, no Peredo , Serra de Bornes, entre Macedo de Cavaleiros e Mogadouro); Sabores do Alvão (Ermelo) aqui e tendo sorte pode ser que "Ela" - a verdadeira perdiz apareça... Claro está se os locais não as comerem todas, o que é o mais certo.
Todos estes são bons endereços... Mas há mais. Pode ser que me encontrem num destes, à medida que o tempo arrefece.
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Um comentário:
Este comentário não é sobre caça, mas prometo redimir-me nos próximos dias com a indicação de 1 ou 2 restaurantes do concelho de Idanha-a-Nova com alguma fama no tratamento que dão às carnes de veado e javali (acho que já me espalhei, porque ainda não estamos em época deste tipo de caça, pois não?). Adiante! O que me leva hoje a escrever são as declarações de Toni, antigo jogador e treinador do Benfica, sobre toda esta polémica à volta do seleccionador nacional. Pois bem, na minha opinião, Toni teve a inteligência de tocar num dos pontos mais sensíveis, embora, muitas vezes, propositadamente esquecido, deste “affaire” Queiroz. A uma pergunta de um jornalista sobre se Queiroz devia continuar no cargo e quem poderia ser o sucessor, Toni respondeu (vou citar de cor): “olhem, convidem o Scolari, que é para todos vermos se ele faz com os jogadores actuais o mesmo que fez com o Figo, o Rui Costa, o Pauleta, o Costinha e todos os outros; para vermos se ele, campeão do mundo, com estes jogadores, também consegue encher as janelas com bandeiras”. Adorei estas declarações, porque, em primeiro lugar, detesto o Scolari e os seus tiques autoritários populistas (e não lhe perdoo que, a jogar em casa, a dirigir uma equipa de muitos e bons jogadores, tenha conseguido perder uma final com a Grécia) e porque, muito sinceramente, o Madail (agarrado aos cargos que “sacou” em comissões da FIFA e UEFA), o Amândio de Carvalho (este já deve ser dirigente desde os tempos do Estado Novo), o Carlos Queiroz (para onde vai?), o Agostinho Oliveira (se conseguir colocação, vai para professor de educação física, o que não é vergonha nenhuma, vergonha é…), o parolo do secretário de estado (este que vá à…) e todos os outros dirigentes, técnicos, médicos, etc., não marcam golos, nem fazem grandes dribles, nem grandes defesas. Isso compete aos jogadores e muitos dos actuais seleccionados não passam de jogadores banais. Não acreditam? Esqueçam os clubes onde eles jogam e, Cristiano Ronaldo à parte, comparem os jogadores, posição a posição, das selecções de 2000, 2004 e 2006 com os desgraçados que jogaram (?!) nestes últimos jogos.
Só pelo que disse, Toni é o meu preferido para seleccionador nacional. Sou Sportinguista e sei muito bem a imediata associação de Toni com o Benfica, mas mesmo assim, apoio-o, porque nunca o ouvi dizer mal do Sporting, nem do FC Porto, nem de nenhum outro clube e porque, se é para a desgraça… o Toni é o homem indicado! E não me venham dizer que ele tem fama de copofónico – há muitos anos que o meu lema é “mais vale ser um bêbado conhecido que um alcoólico anónimo”.
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