Bombaim, cidade cedida em 1661 aos Ingleses como parte do dote ( e que dote...) da Princesa D. Catarina de Bragança pelo casamento com o rei Carlos II, foi muitas vezes considerada a "Jóia da Coroa" do império britânico.
Os hermanos aqui do lado celebravam Cartagena de las Indias de uma forma semelhante, evidenciando a respectiva importância na salvaguarda das rotas do ouro das Indias Ocidentais. A tal cidade cujas fortificações custaram tanto dinheiro à coroa espanhola que Carlos III , manuseando o seu óculo de mar, em Espanha, teria dito "Isto é um ultrage! pelo preço que custaram aqueles castelos deviam ver-se daqui!!".
Em Portugal e salvaguardadas as devidas distâncias é relativamente pacífico considerar-se que foi o Brasil a nossa mais proeminente "Jóia da Coroa". Pelo menos era aquele local de onde passaram a vir as verdadeiras Jóias da Coroa, após o colapso económico da Goa Dourada do século XVII...
Este Brasil do eterno futuro, aquele País que nos parecia estar sempre adiando o seu encontro com a modernidade, abriu os olhos, levantou-se em termos económicos e espanta o indígena luso: 8ª maior economia do mundo, a segunda do continente americano, depois dos USA. O país que mais saltos positivos deu em competitividade nos últimos anos, cujo PIB é hoje de prox. 11 triliões de US e que tem poder de Veto no FMI (o que é muito importante), para além de pertencer ao G8 .
Com a Índia, a Rússia e a China constitui o bloco BRIC , considerado pela Goldman-Sachs como sendo o bloco político e económico de maior futuro no mundo. Os tendencialmente líderes da economia de amanhã.
Lula da Silva - neste momento em que parte da presidência - deixou este legado aos brasileiros. Mesmo a nomenklatura neo-liberal das escolas de economia o afirma: Não há como negar que, no atual governo, existe um controle visando o equilíbrio entre inflação, contas fiscais e sólidas contas externas, além da redução da relação dívida / PIB, devido à forte redução da parcela corrigida pelo câmbio. (Economia Brasileira Hoje).
País de dimensões continentais, onde paradoxalmente o velho correio ainda é, nalguns locais, distribuído de "piroga", mas onde também a ECT Brasil ensaia a aquisição da sua própria frota de aviões para distribuição do mesmo correio, o Brasil projecta-se no nosso horizonte como uma oportunidade e uma visão para os empreendedores que, a meu ver, tem mais "pernas" para andar do que aquelas "Angolas" que hoje se transformaram - ou para lá caminham - nas antigas "Franças" do bidonville...
Numa Europa exausta onde Portugal se arrepela olhando para o fundo dos tachos, é normal que sejam as novas economias a insuflarem o oxigénio que escasseia.
Vamos ver se não somos nós, desta vez, a esquecermo-nos do encontro com esta nova história...
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