segunda-feira, setembro 06, 2010

Um Oasis perto do mar

Quem se dirige ao Guincho vindo de Cascais repara , à sua direita, no velho e afamado cruzamento de Oitavos, outrora célebre pela "Casa de Chá" alojada mesmo no cimo do pequeno monte de Oitavos, local preferido pelo Almirante Corta-Fitas para passar umas tardes.

Hoje é por esse caminho que vamos, mas dirigidos ao novíssimo empreendimento que Miguel Champalimaud ( e família) abriram nos terrenos de sua propriedade. O  Hotel de Oitavos é um 5 estrelas minimalista, construído e apetrechado de forma a que o Cliente não deixe de ver, sentir e cheirar o Mar ali tão próximo. E, se à mistura tiver ocasião de se inebriar com o bouquet da resina dos pinheiros circundantes, a lembrar os vinhos clássicos do Dão do Engº Vilhena, então ainda melhor...

Mestre Aimé Barroyer assentou agora praça (não direi "praça" , antes "general" ou "almirante" posto mais condizente com a cultura gastronómica e a sabedoria de Aimé) ali mesmo no Hotel de Oitavos, onde lidera uma brigada de algumas dezenas de fâmulos nas várias vertentes em que se declina a oferta gastronómica do novo Hotel.

O cume encontra-se no Restaurante Ypsilon, dedicado (por enquanto) apenas a jantares e onde será mister ir preparado para apreciar aquilo que de melhor se pode comer em Portugal na vertente da cozinha criativa, gastronómica e de grande qualidade absoluta. Mestre Aimé é grandioso em tudo, mas sobretudo na forma como se "aportuguesou" e exige de todos os seus aliados aos fornos a utilização de produtos e até algumas formas de fazer  genuinamente lusitanas. Obviamente revisitadas por alguém que estudou com os maiores gauleses (Bocuse)...

Nessa tarde em que lá fui para o  Terraço sobre a piscina, fumando um Hoyo de Monterrey, pedi para me entreter até ao jantar um "carrocel" de mimos do Chef,  pequenos pratos alinhados por ordem crescente de sabores activos. Compareceram naquela tarde Sashimi de atum, pargo e salmão;  dois tipos de Sushi; Mexilhão estufado em vinho; Rolos Primavera;Croquetes de miso (pasta de soja) e Hamburguer com ovo de codorniz a cavalo.

Tenho de confessar , para desespero dos puristas, que acompanhei estas criações deliciosas e francamente agradáveis à vista com o meu fiel Jack Daniels, aqui promovido ao "single barrel"... Que querem? Apeteceu-me e o charuto também puxava...

As Boas Notícias:  Já se sabe que a qualidade de tudo o que comi foi magnífica, nem outra coisa se esperava de quem aprendeu com o mestre Aimé! E quanto a preços...Não sei se beneficiei de preços de abertura...Mas 25 euros pelas "tapas" (salvo seja)...  JD's a 9 euros! Francamente em conta tendo em vista o "enquadramento". E ainda por cima também uma Carta de Vinhos incivelmente assisada em termos de Preços! Obviamente ainda curta e marcada pelos Vinhos da Casa Montez Champalimaud (que saudades do Sousão, que quando era bom metia num canto o Quinta do Couto Grande Escolha).

Tudo visto, revisto, saboreado  e fumado , confesso que embora não seja fanático (antes pelo contrário) daquela  "raça",  hoje tenho de dizer:

"Viva o Champas do Oitavos! E que  mantenha por muito tempo a qualidade e o preço...!"

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