Amanhã tenho de acompanhar a minha santa a mais uma peregrinação pelos hospitais da CUF, pelo que adianto aqui hoje o poema das sextas feiras que, aliás, está há 15 dias à espera de ver a luz do dia.
Nesta época do ano em que a maioria do povo não despega os olhos do Europeu de Futebol (e que grandes "empatas" nos estamos a sair!) fica bem temperar a emoção com poesia adequada ao tema.
Do grande Carlos Drummond de Andrade aqui vai um poema sobre o futebol:
Futebol
Futebol se joga no estádio?
Futebol se joga na praia,
futebol se joga na rua,
futebol se joga na alma.
Futebol se joga na praia,
futebol se joga na rua,
futebol se joga na alma.
A bola é a mesma: forma sacra
para craques e pernas de pau.
Mesma a volúpia de chutar
na delirante copa-mundoou no árido espaço do morro.
para craques e pernas de pau.
Mesma a volúpia de chutar
na delirante copa-mundoou no árido espaço do morro.
São voos de estátuas súbitas,
desenhos feéricos, bailados
de pés e troncos entrançados.
desenhos feéricos, bailados
de pés e troncos entrançados.
Instantes lúdicos: flutua
o jogador, gravado no ar
— afinal, o corpo triunfante
da triste lei da gravidade.
o jogador, gravado no ar
— afinal, o corpo triunfante
da triste lei da gravidade.
Carlos Drummond de Andrade in "Poesia Errante"
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