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Sempre estive mais virado
para o vinho.
Que querem, o azeite fazia parte dos dados adquiridos quando casei na província.
A "casa agrícola" dos meus sogros também tinha vinho, e bom! Mas de facto o azeite não se discutia tanto como o vinho.
Lá estavam as árvores, lá
se colhia a azeitona em Dezembro, lá se fazia a lagarada. Enchiam-se os
potes, começava a usar-se do mais antigo, a malta arrecadava uns garrafões para
trazer para Cascais e pronto.
O vinho era a estrela da companhia. Alvo de provas e reprovas (nalgumas "reprovavas" mesmo para baixo da mesa). Vinham os taberneiros e donos das lojas testar os depósitos, faziam-se as travessas de febras para ajudar à festa, abria-se um queijo velho para ensopar. E quando se faziam as contas era quase ela por ela... O preço a que o meu sogro vendia o litro quase não dava para cobrir as tais "festas" das provas e reprovas.
Este azeite feito em lagar
conhecido e com a nossa azeitona passou de moda.
Costumávamos fazer a noite
da lagarada à espera do trabalho da pressão, assando postas de bacalhau com
batatas a murro numa fogueira acesa em frente ao lagar. Não só todos comiam e
bebiam bem como também era desculpa para estarmos de olho na nossa azeitona,
garantindo que o azeite que se levava era o que correspondia à azeitona de
nossa casa.
Hoje não funciona assim.
Entrega-se a produção e o mestre do lagar faz a mistura atendendo à
qualidade e "raça" do fruto. Paga-se em dinheiro e
já não em quinhão de azeite.
Em Castelo Branco
realiza-se de 1 a 3 de Julho a Bienal do Azeite, desta vez centrada no tema: “O
Azeite e a Dieta Mediterrânea". Este evento realiza-se de dois
em dois anos e é organizado pela Câmara de Castelo Branco, Casa do Azeite,
APABI (Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior) e Confraria do
Azeite.
Os CTT
e a Filatelia vão lá estar, representados pela TerraProjectos, tal como
aconteceu em Santarém, na Feira Nacional da Agricultura.
É um pretexto para visitar
a bela cidade e provar os queijos fenomenais que por lá se fazem. Idanha-a-Nova
e Alcains integram os rebanhos da Cooperativa de Produtores de Queijo da
Beira Baixa, que foi muitas vezes ofuscada pela aristocracia da serra.
Mas que agora ganham
estatuto e nobreza. Entre eles o Castelo Branco Amarelo DOP. Mas sem
esquecer os "queimosos" de sabor e cheiro tão característicos que
sabemos de fonte segura que a mulher do nosso amigo que nos costuma trazer uns
para o “Jockey” já lhe fez um ultimato: ou vem ela ou vêm queijos desses no
carro. Ambos nunca!
Vamos até lá provar o
azeite, comer o bacalhauzinho e trincar alguns destes queijos.
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