Se me permitissem escolher acho que preferia uma distribuição mais equilibrada da chuva e do solzinho... mas não temos essa competência.
Nesta semana tive - por enquanto - duas refeições extraordinárias. Uma no Beira Mar, às voltas com um tacho de Arroz de Lampreia excelente; e depois no Jockey, preparando a festa do Dia Nacional da Gastronomia na presença de um impecável "Jarret de Veau" no forno.
No Beira Mar sobressaiu ainda o "bucho" caseiro da Raia, a Morcela da mesma proveniência, e os admiráveis percebes e santolas ali mesmo apanhados no Cabo da Roca. Cortesia da Fátima Moura e da Dª Lurdes.
No Jockey para além do joelho de vitela assada ainda tivemos direito a favas guisadas com superior competência, e houve no final uma "rave" de sobremesas (quem lá estava percebia da poda, era a Drª Olga Cavaleiro da Federação das Confrarias Gastronómicas). Tudo aplaudido.
Mas tive também algumas decepções, começando por um tinto Reserva de 2011 da casta Sousão, da Real Companhia Velha. Esperava muito mais do que aquilo que revelou no copo: falta de alma, corpo discreto... Que pena... E por quase 40 euros a garrafa nas lojas? Imaginem nos restaurantes...
Nesse capítulo dos líquidos salvaram-se duas boas novidades: o espumante "Único" da Murganheira e o tinto do Douro "Duvalley" , ambos de 2011. Magníficos!!
Falámos de projectos novos no âmbito da edição gastronómica e da divulgação. Com a Fátima Moura, em Cascais. E, em Lisboa, com a Drª Olga e o seu colega Dr. Couceiro (da confraria do Queijo da Serra), juntamente com o Engº João Pereira da "TerraProjectos", que fez connosco a emissão de selos sobre a Fruta Portuguesa Certificada, com sucesso absoluto.
A AHRESP foi madrinha e os CTT o padrinho destas confabulações. E mais haverá para dizer proximamente, mas temos de ir preparando o caminho.
Para continuar bem a semana há hoje um "petisco" feito por queridos amigos: uns coelhos bravos com míscaros da Guarda...estou já salivando.
Penso que compreendem como se torna difícil comparar semanas destas - em que tudo parece ir acontecer ao mesmo tempo - com outras onde nada há a assinalar deste ponto de vista gastronómico mais especial.
Depois do Carnaval - que para mim gastronomicamente falando chegou mais cedo - virá a Quaresma.
Após
a desbunda carnavalesca, o festival romano da “carne” em todos os seus aspetos
rabelaisianos mas também sexuais, inicia-se com a Quaresma um período de mais
calma para o estômago, fígado e outras vísceras.
Com
estas práticas de alguma prudência pretende-se dar descanso ao corpo e centralizar
o espírito.
Mesmo
fora de considerações morais ou religiosas, a sua observação para crentes e
não-crentes tem a vantagem de preparar o saco das tripas para mais e melhores
(devemos ser otimistas) aventuras à mesa (e fora dela).
E depois da Quaresma regressará a Páscoa, no esplendor dos primeiros borregos e queijos da serra do ano.
Vacas gordas e as magras. É assim a vida.
2 comentários:
Raul, gostei sinceramente de o conhecer. Muito obrigado pelos óptimos vinhos. Oxalá haja ocasião de partilharmos outros, também para que eu possa retribuir.
Aliás, veja que lhe parece esta minha ideia de há tempos. Até à data, conto cerca de — ora deixe cá ver — nenhum inscrito nos Vencidos do Vinho. É tudo valentões!
Um abraço!
Peço desculpa, mas com a tecnologia do facebook a ser mais invasiva venho poucas vezes aqui ao Blogger.
Claro que acho muito boa ideia! E teremos de combinar um almoço para falarmos destas coisas, e de outras.
Peço-lhe apenas que me deixe passar uma situação de SOS familiar com a minha mãe. Sendo viúvo e filho único fico sem tempo para nada de momento.
Um abraço, em amizade!
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