terça-feira, janeiro 26, 2016

Habemus Presidente!



Com a devida distância de 48 horas para permitir a reflexão antes da altercação, aqui trago a crónica dedicada ao rescaldo das eleições presidenciais.

Não sei se pensam como eu, mas raramente me senti tão pouco motivado por umas eleições, fossem elas quais fossem... Acho até ( e passe o exagero) que me entusiasmei mais quando votei para os órgãos sociais do Grupo Desportivo Estoril-Praia.

Tentei perceber as razões de semelhante atitude, um pouco estranha dado que ( até por defeito de fabrico da minha formação) sempre gostei de me envolver  nestas coisas das sondagens e previsões de resultados eleitorais.

Não será pela falta de importância do acto em si, pois obviamente as Eleições Presidenciais são muito importantes.
Não será também por uma certa "fadiga de mais do mesmo", pois se queremos ser governados em democracia não importa quantas vezes seguidas votamos. Quantas mais melhor. Bem bastou o que se passou antes de Abril.
Por fim, não será ainda porque me atingiu a doença do conformismo político-partidário. A "sezão" que atinge aqueles cansados da vida que acham que,  venha quem vier, o mundo já não melhora. Nem para eles nem para as suas famílias. Não estou nem nunca estarei "conformado". Era o que faltava!

Então porque é que se instalou aquela apatia estranha - diria a "malaise" -  que me fez olhar para este processo eleitoral quase como se se passasse num aquário, estando eu cá de fora a olhar para as extravagâncias dos "peixes" à disputa pela ração?

Pode ser mistério. Mas depois de muito pensar acho que foi por dois motivos:
 - A fraca qualidade de alguns protagonistas.
 - A fraca qualidade das campanhas em si.

Não se aguenta um bombardeamento de 15 dias (fora o resto) de 10 candidatos a dizerem as coisas mais estranhas, na maioria das vezes ( e aqui não abro exepções) sem pinta de conhecimento político e estratégico sobre os objectivos de uma campanha. Amadores no mau sentido. Todos eles.

Ganhou o menos mau? Não foi isso! Ganhou o que teve mais tempo de campanha. Teve mais ou menos 15 anos de campanha, na TV e em horário nobre... Quem poderia competir com isto?

Maria de Belém só deu tiros nos pés (pés, joelhos, joanetes, calcanhares...). Sampaio da Nóvoa nunca se conseguiu demarcar das boas intenções de um avô ou tio sábio, mas a quem não se liga nenhuma porque , francamente, não conta para nenhum campeonato. Marisa Matias teve um bom resultado porque é atraente e sabe falar aos mais novos.

Apenas estranhei os 4% de Edgar Silva. Na minha opinião - a ver vamos - pode indiciar que as hordas fiéis do PCP estão prestes a mandar para casa do diabo mais velho o célebre "acordo de governo" a três...

Tino de Rans? Devia ter tido mais votos até! É o candidato do país Correio da Manhã, Quinta das Celebridades e outras dessas escórias que nos enfiam pela garganta (enfiam, salvo seja. Que desse xarope nunca tomei. Prefiro a tosse.)

Como será a convivência do país, do 1º Ministro, do Governo, com o novo Presidente?
Peço licença para citar Eduardo Lourenço, numa frase que recuperei no blog de Seixas da Costa: 
"O Marcelo é uma figura que, desde há vários anos, está como que numa janela a fazer comentários sobre o país que passa na rua, lá em baixo, E, por vezes, nessa mesma rua passa também o próprio Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o qual, com naturalidade, ele também se pronuncia".  

E mais não digo. Habemus Presidente! Ainda é primo do Nicolau.  Do Nicolau Maquiavel, está claro.

Finalmente "Iznogood" chegou ao califado!


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