Recordo que este ano de 2016 será o primeiro em que se vai celebrar o Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa.
Será a 29 de Maio (último Domingo de Maio) conforme a Resolução da Assembleia da República n.º 83/2015. Parece que fora o caso dos votos de pesar, terá sido esta a única, ou uma das únicas, resoluções aprovadas por unanimidade e aclamação na nossa AR. E bem.
A Presidente da Federação das Confrarias Gastronómicas de Portugal - Drª Olga Cavaleiro - está já a tratar dos preparativos para esta celebração, e os CTT estarão presentes com um Postal Inteiro e um Carimbo Comemorativo.
Aproveito para tirar o chapéu ao trabalho da Presidência da Federação das Confrarias. Sem essa preparação de dossiers e sua explicação a todos os grupos parlamentares não teria sido possível ter-se alcançado este objectivo com tanta convergência.
Parece - ainda a confirmar - que o local desta primeira celebração será Aveiro. Acho muito bem que assim seja.
Porque o Presidente da Câmara, Dr. Ribau Esteves, já provou que apoia este tipo de iniciativas com entusiasmo e porque os CTT têm uma equipe em Aveiro que não tem apenas 5 estrelas, já as ultrapassou largamente!
Aguardemos pela confirmação e também pelas próximas notícias sobre este assunto em que , pessoal e institucionalmente, quero estar bem envolvido.
Na última vez que estive em Aveiro (mais precisamente na Esgueira) tirei saudades de uma caldeirada de enguias com açafrão, num restaurante simples mas muito agradável chamado "Jardim das Estátuas". Deixo aqui a receita tradicional, para quem se atreva a mexer nas "bichas" ainda vivas... A Receita é do Roteiro Gastronómico de Portugal (Editorial Verbo). Faço notar que "pó de enguia" é o açafrão misturado com um pouco de pimenta branca e que "unto" é o toucinho gordo da barriga do porco.
Caldeirada de Enguias à Moda de Aveiro
Para se amanharem as enguias, retiram-se as cabeças, lavam-se em várias águas e raspam-se para se retirarem todos os resíduos viscosos (galheiras). Cortam-se em bocados.
Descascam-se as batatas e cortam-se às rodelas - tanto mais grossas quanto as enguias o forem. Descascam-se e cortam-se as cebolas ás rodelas.
Num tacho largo põem-se as enguias, as batatas e as cebolas, em camadas alternadas. Cada camada é regada com azeite e temperada com alho, louro, salsa, pós de enguia, sal e pimenta. Corta-se o unto em fatias finas e dispõe-se por cima. Rega-se com um copo de água. Tapa-se a caldeirada e deixa-se cozer entre 20 a 30 minutos.
Depois das enguias cozidas - reconhece-se pela consistência -, retira-se o unto e esmaga-se com sal grosso. Junta-se o vinagre a esta papa, que se dilui depois com duas conchas do caldo da caldeirada - estas conchas de caldo devem apanhar o máximo da gordura da caldeirada. Este preparado tem o nome de «moira» e é deitado sobre as enguias e as batatas.
Do resto do caldo da caldeirada faz-se uma sopa, a que se junta apenas pão torrado e um ramo de hortelã.
Descascam-se as batatas e cortam-se às rodelas - tanto mais grossas quanto as enguias o forem. Descascam-se e cortam-se as cebolas ás rodelas.
Num tacho largo põem-se as enguias, as batatas e as cebolas, em camadas alternadas. Cada camada é regada com azeite e temperada com alho, louro, salsa, pós de enguia, sal e pimenta. Corta-se o unto em fatias finas e dispõe-se por cima. Rega-se com um copo de água. Tapa-se a caldeirada e deixa-se cozer entre 20 a 30 minutos.
Depois das enguias cozidas - reconhece-se pela consistência -, retira-se o unto e esmaga-se com sal grosso. Junta-se o vinagre a esta papa, que se dilui depois com duas conchas do caldo da caldeirada - estas conchas de caldo devem apanhar o máximo da gordura da caldeirada. Este preparado tem o nome de «moira» e é deitado sobre as enguias e as batatas.
Do resto do caldo da caldeirada faz-se uma sopa, a que se junta apenas pão torrado e um ramo de hortelã.
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