quinta-feira, janeiro 14, 2016

Belas Artes e Matosinhos na Agenda



Amanhã vou para Matosinhos para mais uma reunião com os proprietários da mais antiga industria de conservas de Portugal - "Ramirez" - cuja 1ª fábrica foi inaugurada no ano de entrada em circulação do 1º selo português, 1853.
Desta coincidência vai sair uma ideia engraçada para a filatelia nacional, com saída reservada lá mais para o 3º trimestre deste ano.

E hoje passo ao final da tarde pelo Palácio da Ajuda - o herdeiro espiritual e físico da chamada "Real Barraca" mandada erigir por D. José em madeira, cheio de medo de habitar edifícios de alvenaria depois do terramoto de 1755.

Comemoram-se os 180 anos da Academia Nacional das Belas Artes, e teremos postal com carimbo comemorativo. Será também a estreia protocolar deste Governo na "difícil" tarefa da obliteração do postal. Terá a honra das primícias o Ministro da Cultura, Dr. João Soares.

O Pai dele era perito nestas coisas dos carimbos e até mandava chegar para trás os ministros para ter mais espaço para manobrar o "instrumento". Bons tempos esses.

Por estes motivos amanhã não passo por aqui, pelo que deixo já hoje o habitual "poema das sextas".

E como ontem foi dia de aniversário de Charles Perrault, o parisiense que foi pai e avô dos contos de fadas, aqui  fica um "conto de fadas", da nossa Florbela Espanca:

Conto De Fadas

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Com que sarei a minha própria dor.

Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de oiro, a onda que palpita.

Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa de conto: "Era uma vez..."


Florbela Espanca

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