As redes sociais estão cheias de notícias do crítico gastronómico do Times, Giles Coren, depois deste ter "investido" contra a cozinha portuguesa, fruto de uma má experiência (segundo ele) no restaurante londrino "A Taberna do Mercado" de Nuno Mendes.
Eu próprio , a quente, escrevi que o Sr. Giles normalmente não comeria, antes pastava que nem um boi, e que teria febre aftosa (comum às cavalgaduras).
Agora, com mais distanciamento, acho que somos um bocado pacóvios se nos pusermos todos a protestar , tipo vaga de fundo ou manif estudantil de 68. São achaques de provincianismo.
Não os devemos ter porque a posição da nossa gastronomia está acima, muito acima dessas dores de "corno" (com vossa licença).
Obviamente que um crítico influencia, e sendo o do circunspecto The Times, ainda mais. Mas é apenas a opinião de uma criatura. E atrevo-me a dizer que a gastronomia portuguesa sobreviverá a isso.
O próprio Giles compara nesse artigo a pretensa má qualidade da nossa cozinha com a do seu país, gozando com o assunto. E para quem entende o humor britânico (Monty Python são aqui chamados à colação) o homem devia estar num dia de "marrar" com tudo o que lhe pusessem na manjedoura (digo, no prato) e, sem outro tema para escrever, fez disso o seu artigo.
Tenho de parar com estas analogias bovinas, senão ninguém acredita na tese que aqui defendo...
Crítico também tem prazos e crítico também tem, ocasionalmente, blackouts imaginativos.
Quem não se sente não é filho de boa gente? Está bem, mas a melhor vingança come-se fria (agora que é Verão).
E para além disso, sem largar a língua de Shakespeare, "Living well is my best revenge!".
Imagino o que diria Giles se estivesse no final da tarde de Segunda feira passada, no Casino da Figueira, perante três mesas monstruosas de acepipes tradicionais portugueses ali dispostos com amor e carinho pelas Confrarias Gastronómicas do nosso país.
Desde os charutos de S. Miguel (com rótulo adequado ao dia), até ao venerável queijo da Serra, passando pelos presuntos de Vale do Sousa (de cair para o lado), pelos rojões , pelo leitão da Bairrada, pelos pastéis de bacalhau, pelos panados de vitela, pelas muitas broas (doces ou salgadas) , pelos doces conventuais em barda...
Das duas uma: ou o Sr. Giles caía nauseado, ou se rendia à desbunda...
Em qualquer dos casos a sua atitude pouco ou nada afectaria o ânimo dos presentes, demasiado ocupados a venerar (comendo) o bodo ali apresentado por mãos benfeitoras.
E é aqui que quero chegar. Deixem criticar. Há espaço neste mundo de Deus para todos.
Enquanto uns criticam, outros aproveitam e vão comendo...
Imaginem o horror da situação oposta: o homem dizer bem da nossa gastronomia e a mesma ser má. Mázinha mesmo, quase péssima.
Isso sim, seria um pesadelo do qual queremos acordar já! Pôrra Compadres!
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2 comentários:
Selon Jacques Chirac, on ne pourrait pas « faire confiance à des gens dont la nourriture est aussi mauvaise"... Et pour cause, je veux qu'il se va faire enculer....
Boa meu Amigo!!
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