sexta-feira, julho 17, 2015

Para Descansar a Vista...olhando para a zona Euro...



Num frenesim de orgulho pátrio várias vozes na Finlândia estão a erguer-se contra o "Euro".
Calcula-se que a economia finlandesa (pós-Nokia) terá perdido cerca de 20% da sua competitividade por deixar de poder jogar com as flutuações de moeda para exportar.

E dizem ainda que o nível de vida no país piorou depois dos 15 anos de adesão à moeda única. E  sem a  Nokia (acrescento eu).

Depois do colapso da Nokia a Finlândia exporta sobretudo petróleo e seus derivados, pasta de papel (e madeira ) e ainda aço.

Se houvesse petróleo em Portugal provavelmente também cantaríamos de galo...Melhor dito, de rena.

Alguns economistas entendem que este será o princípio do fim do euro. Outros dizem que são apenas sobressaltos da ressaca do que se passou ( e ainda está a passar) na Grécia. Leiam aqui o Economist:
"Without Greece many will conclude that the Euro zone might actually be more stable. Saddly, that is wrong! Look beyond Greece and conflict within the euro is all but inevitable. Although Greece’s departure would prove the euro is not irrevocable, nobody would know what rule-breaking would lead to expulsion. Nor would it resolve the inevitable polarisation of debtor and creditor governments in bail-outs. If the single currency does not face up to the need for reform, then this crisis or the next will witness more Greeces, more blunders and more dismal weeks. In time, that will wreck the euro and the EU itself."
E eu não diria melhor... 
Para afastar estes mau-olhados e presságios de desgraça vamos a um poema de alegria .  De Eugénio de Andrade, "Anunciação da Alegria", uma pequena jóia da nossa língua que aqui deixo:
Devia ser verão, devia ser jovem:
ao encontro da manhã ia cantando
como quem entra na água.

Um corpo nu brilhava nas areias
   corpo ou pedra?, pedra ou flor?

Verde era a luz, e a espuma
do vento rolava pelas dunas.

Soltei os olhos sobre aquele corpo,
o coração latindo de alegria.

De repente vi o mar subir a prumo,
desabar inteiro nos meus ombros.

Sem muros era a terra, e tudo ardia.

Eugénio de Andrade

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