Estou chegado de andanças muito eclesiásticas - S. Vicente de Fora e S. Pedro de Rates - carimbando a emissão dos "Caminhos de Santiago" junto de um dos meus padres preferidos, o Sr. Arcebispo D. Jorge Ortiga.
Hoje há a trasladação de Eusébio da Silva Ferreira para o Panteão, e já estive de manhã, nos Passos Perdidos de S. Bento (é só santos...) a carimbar mais uma vez...
Nota: De tanto carimbar a p*** da palma da mão já desenvolveu um calo. Ando a ver se o transformo em doença profissional...
Por acaso, e fruto de ter dormido menos de 5 horas nesta noite por ter regressado já tarde de Rates depois de quase 800 Km de carro no mesmo dia, acabei por chamar Guilherme Aguiar ao Dr. Guilherme Silva e Vice Presidente da Federação Portuguesa de Filatelia ao Humberto Coelho... Mas fora esses dislates correu tudo bem...
Aqui para nós, não achei bem estarmos a fazer uma homenagem ao Eusébio numa sala onde a decoração proeminente dos tectos são leões...Para já não falar das bestiúnculas que se encontram à entrada, nas escaditas... Mas adiante que não estamos em Amarante.
Venham então uns versos para celebrar o Desporto .
Do grande António Aleixo ("Este livro que vos deixo") aqui vão algumas verdades.
Que já eram verdades quando foram escritas, mas que mantêm a actualidade!!
Vejam lá se não mantêm:
Desporto e Pedagogia
Diz ele que não sei ler
Isso que tem? Cá na aldeia
Não se arranjam dúzia e meia
Que saibam ler e escrever.
Isso que tem? Cá na aldeia
Não se arranjam dúzia e meia
Que saibam ler e escrever.
P'ra escolas não há bairrismo,
Não há amor nem dinheiro.
Por quê? Porque estão primeiro
O Futebol e o Ciclismo!
Desporto e pedagogia
Se os juntassem, como irmãos,
Esse conjunto daria,
Verdadeiros cidadãos!
Assim, sem darem as mãos,
O que um faz, outro atrofia.
Da educação desportiva,
Que nos prepara p'ra vida,
Fizeram luta renhida
Sem nada de educativa.
E o povo, espectador em altos gritos,
Provoca, gesticula, a direito e torto,
Crendo assim defender seus favoritos
Sem lhe importar saber o que é desporto.
Interessa é ganhar de qualquer maneira.
Enquanto em campo o dever se atropela,
Faz-se outro jogo lá na bilheiteira,
Que enche os bolsinhos aos que vivem dela.
Que nos prepara p'ra vida,
Fizeram luta renhida
Sem nada de educativa.
E o povo, espectador em altos gritos,
Provoca, gesticula, a direito e torto,
Crendo assim defender seus favoritos
Sem lhe importar saber o que é desporto.
Interessa é ganhar de qualquer maneira.
Enquanto em campo o dever se atropela,
Faz-se outro jogo lá na bilheiteira,
Que enche os bolsinhos aos que vivem dela.
Convém manter o Zé bem distraído
Enquanto ele se entrega à diversão,
Não pode ver por quantos é comido
E nem se importa que o comam, ou não.
E assim os ratos vão roendo o queijo
E o Zé, sem ver que é palerma, que é bruto,
De vez em quando solta o seu bocejo,
Sem ter p'ra ceia nem pão, nem conduto.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
Enquanto ele se entrega à diversão,
Não pode ver por quantos é comido
E nem se importa que o comam, ou não.
E assim os ratos vão roendo o queijo
E o Zé, sem ver que é palerma, que é bruto,
De vez em quando solta o seu bocejo,
Sem ter p'ra ceia nem pão, nem conduto.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
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