quarta-feira, julho 22, 2015

Limonadas e outras bebidas que não estão entregues ao demoino (coca-cola)


limalimon refresco

Tenho o privilégio de apanhar limões directamente do terraço da casa da aldeia. Basta esticar o braço e colher.

O limoeiro carregado de frutos pendura-se  e invade as escadas de acesso ao terraço. São um bocado para o casqueiro, têm a casca grossita. Mas o gosto é muito agradável. Suspeito que o meu sogro andou por ali a experimentar algum enxerto com limeiras ou até laranjeiras...

Lembrei-me de falar hoje sobre bebidas refrescantes de Verão porque o Limão (como veremos) é comum a praticamente todas elas.

A Limonada que as senhoras bebiam no Verão lá na serra era sempre feita de limões e de laranjas, na proporção de  sete ou oito limões para duas laranjas. Lembro-me que a minha sogra os espremia bem  e depois juntava açúcar amarelo e água a ferver. Mexia tudo e deixava arrefecer com um pano por cima. Só no final metia algumas pedras de gelo.

Se as laranjas forem sanguíneas podem pôr o sumo de mais uma ou duas e diminuir no açúcar.  Caso prefiram juntar uma colher de groselha em xarope, a limonada também fica bem apaladada e cor de rosa. Não se esqueçam é outra vez de diminuir no doce.

O Capilé das avós (feito a partir da avenca) pode ser reproduzido em casa - para evitar macerar as folhas da planta - tendo acesso a uma garrafa de xarope com o mesmo nome.  A "Neto Costa" tem. A "Sabores de Santa Clara" também o produz. Para obter a bebida de Capilé adiciona-se  uma colher ou duas de xarope de capilé  à casca de  um limão, pomos açúcar a gosto, mexe-se muito e  deita-se gelo. Acaba de encher com água mineral.

O Mazagran argelino (um jarro)  leva uma chávena de chá de café forte , sumo de um limão e rodelas de outro limão, um pouco de rum e o inevitável açúcar. Mexe-se muito bem e deita-se depois água com gelo para acabar de encher. Um pau de canela pode ser utilizado para aromatizar. Ou flores de anis.

Dos trópicos chega-nos o Refresco de Lima com Menta.  É uma espécie de limonada feita a partir das limas e que é depois aromatizada com folhas de hortelã-pimenta. De novo o açúcar vai a gosto do artista. Gelo e água mineral compõem o ramalhete.  A novidade é que não se extrai o sumo das limas. Estas são partidas aos bocados, como se fosse para a "caipirinha", deitadas para dentro do jarro e batidas com o açúcar e com a hortelã. A água é a última coisa a entrar, com o gelo.

Tenho insistido na água mineral - apesar dos avisos dos entendidos sobre a qualidade da água das torneiras - por uma razão mais "estética". É que a água del cano pode ser boa para beber ( e sem dúvida que é) mas se não for fervida deixa um gosto pouco agradável nos preparados onde entra " a crú". Em casa só faço gelo de água do Luso. Para não estragar o "escocês"...

Sem querer avançar pelas sangrias e outras bebidas onde o álcool já é um parceiro sério - podem sempre ir ler os posts mais antigos onde esta temática foi abordada - não me despeço sem lhes falar do chá de verão, o chá gelado que se pode fazer em casa sem ter de comprar as garrafas da Lipton's  ou da Nestea.

Estes chás - de limão, de pêssego, com menta, etc... - fazem-se sempre da mesma maneira: água a ferver  onde duas ou três colheres de açúcar (mascavado) é diluído. Depois com ela ainda a ferver mergulhamos os saquinhos de chá (eu uso chá preto). Estando a infusão feita deixamos arrefecer e deitamos o sumo de um ou dois limões, consoante o tamanho da garrafa ou do jarro.  Em estando tudo frio aromatizem com pedaços de pêssego maduro, folhas de hortelã, o que quiserem.

No caso de usarem fruta aos pedaços deixem repousar uma noite e no dia seguinte coem o líquido sem a fruta para outro jarro.

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