Mas é Segunda Feira.
Nas Segundas Feiras vão passear os pensionistas e reformados que ainda podem, vão passear as criancinhas se as levarem, podem ir passear os desempregados, se encontrarem ânimo para tal. Mas quem trabalha ( e muito obrigado por isso!) não pode.
Nos finais das tardes - e agora que mudou a hora é de dia quase até às 20h - apetece mais "desopilar".
O preço que se paga por uma qualquer bebida nas esplanadas à beira mar já se torna disuassor dessa simples aventura?
Depende... Das esplanadas e do bolso de cada um. Mas não deixa de ser sintomático que se contem hoje os euritos para uma vodka tonica de fim de tarde. Ou para uma Sangria de Espumante...
A antecipação de um copo ao pôr do sol em boa companhia (pode ser o cão, mas de preferência seria outra coisa) é sempre sinal que a primavera anda no ar.
Os amigos gauleses costumavam dizer "Couture et peinture sont les occupations de Printemps".
Eu não sei coser ( sei mais ou menos cozer, o que não é a mesma coisa) e muito menos pintar, embora tente dar trabalho a alguns pintores.
Por isso, aqui vai copo. Ou, melhor dito, jarro.
Experimentei com o meu senhorio esta sangria e aqui a deixo para vossa crítica depois de experimentarem. É muito mais barata fazê-la e bebê-la em casa do que em frente ao Tejo, numa das esplanadas da moda... Mas não é a mesma coisa!
- 1 garrafa de espumante rosé Loridos (por ex)
- 150g de frutos silvestres (podem ser dos congelados)
- Morangos q.b.
- 2 paus de canela
- 4 colheres de sopa de açúcar mascavado
- 50 ml de vodka
- cerca de 1 litro de 7up Limão
- umas folhas de hortelã pimenta frescas
- Gelo q.b.
Mexa. Junte os paus de canela e a garrafa de espumante. Acabe de encher o jarro com a bebida gaseificada e o gelo. Decore com os morangos e mais algumas folhas de hortelã. Bebam!
Um comentário:
Mas que bela ideia esta da sangria de espumante, agora que os dias ensolarados começaram a aparecer. Vou experimentar a receita, confiante na autoridade de quem a sugere. Queria, no entanto, voltar ao tema dos pequenos prazeres do final de tarde das segundas-feiras. Económicos, se possível.
O inglês Tom Hodgkinson, colaborador regular dos jornais The Guardian e The Sunday Times, dedicou algum do seu talento a mostrar-nos que as melhores coisas da vida não custam dinheiro. Da longa lista de sugestões, aqui vos deixo a do,
O Banco Público
Qual foi o génio que inventou o banco público? No nosso mundo cada vez mais controlado, dirigido e digitalizado, o banco público de madeira é um oásis de liberdade no meio da cidade. No banco pode ler, dormitar, comer a sua sanduiche, meditar e reflectir sobre a vaidade dos desejos humanos. Até pode beber e fumar nos bancos, como costumávamos fazer com os nossos amigos na adolescência, quando não havia mais nenhum sítio para onde ir. Os idosos da terrinha podem sentar-se no banco e ver o mundo a passar. As mães com os seus bebés podem folhear um breve volume de poesias enquanto o pequeno dorme. No banco, podem ter lugar encontros clandestinos e serem trocadas confidências sem medo de vigilância, pode-se travar amizades, apreciar um pôr-do-sol e partilhar sonhos. O banco oferece convívio, privacidade e conforto. Tudo isto sem custos nenhuns.
Deem primeiro uma olhadela ao banco antes de se sentarem e, caso necessário, usem lenço de papel para proteger as calças. Feito isto, refastelem-se!
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