Depois de um almoço de borrego assado no forno com as batatas assadas e grelos salteados, vamos hoje fazer história e tentar convencer os serranos amigos a provarem um bife de atum à moda de Vila Real de Santo António.
Os bifes querem-se altos e do tamanho mínimo da palma da mão de um homem cada.
Salgam-se antes de ir para a frigideira onde apenas são marcados durante alguns minutos "frente e verso", apimentando ligeiramente. Já temos entretanto uma cebolada ao lume feita com bom azeite e alho, mas sem cheiro sequer de colorau, embora possam deitar uma colherzita de concentrado de tomate. E não deixamos a cebola alourar muito, só ficar transparente.
A batata vai ser cozida, aqui das nossas que são tão boas e doces que até se comem sozinhas, sem acompanhamento.
Numa travessa colocamos os bifes de atum com a cebolada por cima. Noutra vão as batatas. Misturam-se no prato, cada um deitando a cebolada que desejar: pouca, muita ou nenhuma...
É um pitéu! (digo eu...).
Ontem à noite trocámos ideia sobre a vida de cada qual e a situação do país. Neste último capítulo pareceu-me detectar muito cansaço e grande indiferença, Mesmo com o 25 de Abril em todas as TV's a malta não se animava. Acham que o destino de Portugal é ir de mal a pior, com políticos incompetentes , para não dizer outra coisa. E quando perguntei à mesa (éramos 8) quantos votariam nas Europeias, nem um só dos meus parentes e amigos levantou a mão...
Perigoso e preocupante, se isto traduzir alguma "maleita" geral de provincianos para aqui deixados com cada vez menos apoio e menos serviços essenciais... Com um pé partido vão para a Guarda, porque o Hospital de Seia deixou de ter "valências" e (dizem eles) tem cada vez menos pessoal qualificado também.
Caso encerre a Repartição de Finanças vai ser mais um prego no caixão da vida agrícola nas aldeias...
Gente só, descontente com a política, alta taxa de desemprego e emigração crescente (outra vez). Dizia-me um "afrancesado" de 78 anos que tinha ido para a França a "salto" por causa da miséria e estava agora a ver o neto a ter de o fazer de novo... O neto, que é professor , está farto de andar aos "contratos", de terra em terra.
A Vida está cada vez mais difícil. Falar a esta gente da Troika e da saída limpa ou suja é o mesmo que os insultar. O que querem é os problemas resolvidos e sobretudo empregos para os filhos e netos.
E não os podemos criticar.
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