Há dias em que acordo com dores nas costas. Outros com o joelho direito a tinir que mais parece um badalo de portão de quinta. Outros ainda em que é a articulação do tornozelo que se queixa. E, por fim, há ainda aqueles dias aziagos onde todos estes mecanismos do carago berram ao mesmo tempo. Como hoje.
Uma antiga namorada dizia-me que o problema era do colchão. Este teria que ser substituído de 6 em 6 anos (mais ou menos)…Nunca acreditei. A moça em causa tinha feito uns part times numa loja de móveis e esta seria uma “ estória” que o patrão lhe dizia para contar a toda a gente. Mas hoje tenho dúvidas.
Mesmo com dúvidas continuo a achar que, em alturas de crise, mudar de colchão de 6 em 6 anos cheira a vício de riquinho.
Mas voltando ao assunto, será do colchão (ou não) ou talvez da idade que se propaga pelas articulações e ossadas, ou ainda por algum mau jeito que dei na minha juventude assaz desregulada (para não usar nome mais contundente) , por entre o judo, o futebol de salão, o desbaste de cavalos, e outros “desportos ao ar livre” onde o cavalheirismo mandava que fosse eu a deitar-me no chão, com os costados em cima do que por lá houvesse.
Por outro lado tenho a certeza que estas maleitas afligem sobretudo a malta com peso a mais. Sobretudo as articulações queixam-se do esforço a que são submetidas, mas enquanto que os cotovelos têm espaço para respirar , descansando ao lado das costelas, os desgraçados dos joelhos, da coluna e dos tornozelos não se conseguem livrar da escravidão, têm de suportar o peso da besta hora a hora, dia a dia.
Por isso vários médicos amigos têm-me vindo paulatinamente a sugerir a perda de peso. O grau de amizade influencia a forma como a sugestão é feita.
Temos desde o delicado “Olhe que tem de perder peso Sr. Dr”, observação amistosa feita pela médica dos serviços sociais (que só vi 2 vezes); até à frase lapidar do meu médico mais amigo e conhecido, com mais de 20 anos de convivência:”Tou-te farto de dizer a mesma M***! Pôrra! Ou perdes peso ou f**** !Grande C****!”
Faço o propósito de lhes fazer a vontade quase todos os dias, quando me levanto e começam as dorzitas. A força desse propósito, infelizmente, vai variando ao longo do dia. É muito forte às 6AM, continua fortíssima às 7AM, perde força à medida que se aproximam as 12AM e é mínima meia horita depois… De seguida aumenta de novo o impulso para a dieta, crescendo a olhos vistos entre as 15PM e as 19PM, altura em que fraqueja de novo…
Aqui o problema não tem a ver com a injunção bíblica da “carne ser fraca”. Muito pelo contrário! Comigo o que se passa é exactamente o contrário! A carne é forte como o caraças! É a força do “Cozido à Portuguesa”, do “Cabrito Assado no Forno”, da “Vitela de Lafões”, da “Mão de Vaca com Grão”, da “Dobrada com Feijão Branco”, etc, etc…
O combate tem sido desigual. Mas nunca desistirei.
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