RR Mexilhão! O Senhor Deputado Ricardo Rodrigues (Vice Presidente da bancada do PS) parece que descontente pela forma como uma entrevista lhe estava a correr (feita por dois jornalistas da Sábado) não esteve de modas e ausentou-se das "premissas" pondo discretamente ao bolso os gravadores onde os infaustos dizeres estariam registados!
Há o Direito à Indignação! Pois claro. A "velha" Nemesis dos gregos clássicos! Mas expresso desta forma um pouco - digamos - à la mode do Homem das Cavernas é que não estamos habituados a ver...
O jornalista é por norma chato. Deve ser chato. Tem obrigação de ser chato e incómodo... Faz parte da descrição de funções. E só assim presta um bom serviço ao Público (não ao jornal! Ao povo mesmo).
A "Indignação" dos poderes pela "insolência" mediática , faz com que estes sintam na pele a tentação do controlo de tudo e mais alguma coisa. A tentação de "estender o manto diáphano da phantasia" por cima da realidade nua e crua.
Todos o sabemos e todos temos visto, ouvido e lido as consequências destas manobras (TVI's, Prisas e etc...). Não é de agora, nem acabará aqui , este exercício mais ou menos violento do pretenso Direito à Indignação. Existem alguns precedentes, devidamente comentados . Os de que me recordo são do futebol:
* Por exemplo naquele jogo na América Latina, onde - descontente com a arbitragem - um dos avançados de uma equipa roubou o Apito ao árbitro e fugiu com ele para fora do campo...
* Ou ainda aquele defesa central do nosso futebolzinho de praia, que não era muito alto mas raramente perdia uma bola de cabeça na grande área. Porquê? Porque discretamente puxava os calções dos avançados para baixo no início da impulsão... Um dia (uma tarde) apareceu no chão com o sobrolho aberto...
* Há também casos mais tenebrosos, como aquele em que , depois da final perdida do Brasil com o Uruguai, no Mundial de 1950 ( na inauguração do mítico Maracanã, em pleno Rio de Janeiro à espera da Festa) o desgraçado do guarda-redes brasileiro Barbosa - que "frangou" o golo que deu a vitória ao Uruguai - por causa das muitas ameaças de morte dos torcedores furiosos esteve algum tempo sob vigilância policial... E nas suas memórias conta que, debaixo dessa "vigilância" , era tratado quase como se fosse um preso comum pelos próprios policias que o deviam proteger...
Se esta moda de fazer desaparecer aquilo que nos incomoda pega, ainda arranjamos alguns sarilhos...
Querem ver:
- A conta do Restaurante é "salgada" de mais? Espera aí que levo a Máquina Registadora para casa.
- O Filme que fui ver era uma grande bodega? Espera aí que já vou deitar fogo à sala de projecção.
- Chumbei no Exame de alguma cadeira? Espera aí que já vou dar uns tiritos ao Prof.
- As novas Regras da Aposentação não me servem? Espera aí que vou já provocar um terramoto em S. Bento na altura da sessão plenária com o Governo.
- O País está de "tanga"?Já não se pode aguentar? Espera aí que vou já cortar a Europa pelo meridiano de Badajoz!.
Nota: Imagem de uma antiga ânfora grega onde estão representadas as deusas Nemesis (Deusa do Direito à Justa Indignação) e Tykhe (Deusa da Sorte).
NEMESIS was the goddess of indignation against, and retribution for, evil deeds and undeserved good fortune. She was a personification of the resentment aroused in men by those who commited crimes with apparent impunity, or who had inordinate good fortune.
Nemesis directed human affairs in such a way as to maintain equilibrium. Her name means she who distributes or deals out. Happiness and unhappiness were measured out by her, care being taken that happiness was not too frequent or too excessive. If this happened, Nemesis could bring about losses and suffering. As one who checked extravagant favours by Tykhe (Fortune), Nemesis was regarded as an avenging or punishing divinity.
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