Chapelada à última edição do Fugas, suplemento excelente do jornal "Público" que se edita aos Sábados.
Neste número dedicado ao Verão avultam as dicas sobre "vinhos de Verão" , desde os especiais Alvarinhos ( de Anselmo Mendes e não só) até aos bons brancos abaixo de 4 euros(!!). Não esquecendo alguns vinhos "brancos tipo tintos" como o Madrigal, o Vinha do Contador Dão, o Fita Preta Alentejano...
Depois um artigo Davidiano sobre a "proletária" sardinha! Que saudades! Está quase a aparecer ...Dizem os velhos pescadores que - como muito tem chovido - está atrasada mas será gorda! Ainda bem.
Os Restaurantes de Verão vieram à liça, outra vez pela mão experiente e abalizada de David Lopes Ramos. Só se esqueceu do nosso Guincho... Onde deve parar o melhor de todos os restaurantes de Praia deste País e de mais alguns outros - Porto de Santa Maria.
Embora haja quem diga que este não é bem um restaurante, mais uma ourivesaria à beira mar plantada...
Brincadeiras à parte, este número do Fugas vale mesmo a pena comprar e reter para consulta futura.
segunda-feira, maio 31, 2010
Vai Alegre , mas não Seguro...
O PS confirmou ontem à noite o seu apoio à candidatura de Manuel Alegre. Não houve unanimidade. Os velhos soaristas não lhe perdoam ter-se candidatado contra o Tribuno Mário Soares... Mas também não havia alternativas credíveis. O Médico Fernando Nobre, figura que muito admiramos, parece que ali está na liça fazendo o jeito ao seu velho Amigo. A Cavaco Silva - e não obstante os clamores dos ultras contra a sua promulgação de algumas leis mais contestadas - PSD e CDS já vieram reforçar o apoio formal.
Roendo-se por dentro, Sócrates lá teve de dar o apoio ao iconoclasta... Só ele sabe o que lhe terá custado. De facto, Manuel Alegre , se vencer, nunca será um pau mandado de ninguém.
Digo mais, a algum PS mais valeria se ele perdesse... Pelo menos não se remexia muito no staus quo... Embora não admire, muito pelo contrário, semelhantes alimárias, tenho pena de dizer que, actualmente, é essa a hipótese mais viável.
Como veremos daqui a alguns dias, em termos de sondagens, Cavaco Silva ganharia a Manuel Alegre
Mas outro PS, o verdadeiro ( se é que isso ainda existe) poderia ver nessa eleição de Alegre o princípio do fim do reinado socrático. Mesmo que à custa da passagem do deserto inerente à mudança de regime.
Esta será inevitável. O PSD prepara-se para governar de novo. Mais cedo ou mais tarde.
Seguro espreita a oportunidade, mas esta só lhe aparecerá dentro de alguns anos. Na melhor das hipóteses dentro de 5 anos (2012 será ano PSD). Na pior, dentro de 8 anos...
A não ser que o descalabro económico-financeiro seja tal que este Governo caia antes de 2012.
Mas isso acho que ninguém o deseja. Nem o PSD...
Roendo-se por dentro, Sócrates lá teve de dar o apoio ao iconoclasta... Só ele sabe o que lhe terá custado. De facto, Manuel Alegre , se vencer, nunca será um pau mandado de ninguém.
Digo mais, a algum PS mais valeria se ele perdesse... Pelo menos não se remexia muito no staus quo... Embora não admire, muito pelo contrário, semelhantes alimárias, tenho pena de dizer que, actualmente, é essa a hipótese mais viável.
Como veremos daqui a alguns dias, em termos de sondagens, Cavaco Silva ganharia a Manuel Alegre
Mas outro PS, o verdadeiro ( se é que isso ainda existe) poderia ver nessa eleição de Alegre o princípio do fim do reinado socrático. Mesmo que à custa da passagem do deserto inerente à mudança de regime.
Esta será inevitável. O PSD prepara-se para governar de novo. Mais cedo ou mais tarde.
Seguro espreita a oportunidade, mas esta só lhe aparecerá dentro de alguns anos. Na melhor das hipóteses dentro de 5 anos (2012 será ano PSD). Na pior, dentro de 8 anos...
A não ser que o descalabro económico-financeiro seja tal que este Governo caia antes de 2012.
Mas isso acho que ninguém o deseja. Nem o PSD...
sexta-feira, maio 28, 2010
Para descansar a Vista
Do grande Antero, açoriano ilustre que nasceu e morreu na sua Ponta Delgada, aqui vai poema para nos pôr a pensar:
A Divina Comédia
Erguendo os braços para o Céu distante
E apostrofando os deuses invisíveis,
Os homens clamam: - «Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triunfante,
Porque é que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inextinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
Num turbilhão cruel e delirante...
Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?
Porque é que para a dor nos evocastes?»
Mas os deuses, com voz inda mais triste,
Dizem: - «Homens! porque é que nos criastes?!»
Antero de Quental (1842; 1891)
Neste tempo em que muita gente se refugia de novo na contemplação do sagrado, esquivas que são actualmente as benesses douradas que fazem com que a vida de todos os dias se suporte , faz-nos pensar a interrogação do velho Antero ... Homem, salva-te a ti próprio! Os deuses que criaste abandonaram o Olimpo e eles também vagueiam, perdidos, sem crentes nem adorações, nem incensos.
quinta-feira, maio 27, 2010
Ovos com presunto: Comida da "noite"?
Antigamente dizia-se uma coisa diferente, que era comida de "pu.." , mas lá está o nível do nosso Blog a impedir que eu vá por essas veredas menos elegantes...
Todos já ouvimos falar da célebre Casa de Comidas Madrilena "Lucio" e da forma como fez o mito em torno dos "huevos rotos", umas simples batatas fritas mal passadas em cima da qual se "entornam" ovos estrelados , também eles mal passados. E que pode ser servido com presunto, paio, pimentos, picadillos, e etc....
O mito é tal que - aparentemente - teve de se inventar a "história" de que fora a Avó do Lúcio a inventar a "receita" num dia de azar em que deixou cair ao chão da cozinha (!!) a frigideira dos ovos fritos... Tornou a levantar tudo do mesmo chão, espetou-lhes as batatas mal fritas por cima (por causa da pressa) e ...Já estava inventado o famoso prato, delicia de Reis (isso é verdade, vai lá algumas vezes) financeiros , pobres, ricos e remediados...
Mal ou bem, e passe o exagero do preço a que o Lucio hoje serve este seu prato emblemático, o certo é que dá um certo jeito saber fazê-lo e sobretudo comê-lo naquelas noites em que se chega a casa tarde de mais para ir prestar serviço ao fogão .
Comida de conforto, aconchego do estômago em dias pobres, comida de preguiçosos, ou até manjar da estudantada quando estes ainda viviam nas Repúblicas, Huevos Rotos pode ser e será tudo isso.
Mas tomem lá a receitazinha, não vá - cruzes credo - aparecer lá por casa, já noite noitinha, alguma visita menos avisada...
Há duas versões, a dos Huevos Revueltos e a dos Huevos Rotos propriamente ditos. Na primeira os ovos são mexidos. Na segunda são mal fritos (estrelados). Mas sempre em azeite!!
Batam-se 6 ovos grandes numa tigela com sal e pimenta preta. .Se forem tirados do frio passem-nos pela torneira da água quente antes de os partirem.
Haja o cuidado de dar pelo menos 100 golpes de garfo nos ovos, para ficarem cremosos. E podem deitar um pouco de leite gordo para ainda mais amaciarem a mistura, sobretudo se tiverem tirado os ovos do frigorífico há pouco tempo. Depois fritam-se em azeite, previamente aquecido na frigideira funda da ordem.
No caso de usarem a versão dos ovos estrelados, fritem-nos simplesmente, com o mesmo tempero de sal e pimenta preta, em bom azeite
À parte cortem batatas em palitos grosso, lavem bem em várias águas, e fritem-nas sem deixar "estrelicar".
Partam em miudo presunto ou paio, juntem se tiverem pimentos verdes crus, ou até bocadinhos de tomate meio maduro, bem limpo. Podem complicar se quiserem com cebola picadinha e alho , também ele finamente picado. Há quem lhe meta malaguetas, e há também quem complete isto tudo (mixórdia vem à ideia) com cogumelos aos pedaços...E pão apenas aquecido, ou mal torrado em pedaços, para ensopar.
Finalmente, deitem tudo na mesma travessa, mais funda do que rasa: primeiro as batatas, depois o picadillo de presunto, pimentos , etc... por cima disto tudo os ovos mexidos ou os mal estrelados, consoante a versão que utilizarem.
Uma coisa é certa: em estando a travessazinha na mesa abram um tinto adequado - porque não um vigoroso Damasceno, do Poceirão? - e preparem-se para a conversa, pois este prato será daqueles que mais puxa a lingua em noites frias (ou assim-assim, ou quentes, ou quando v. quiserem...)
Boa Noite!
Todos já ouvimos falar da célebre Casa de Comidas Madrilena "Lucio" e da forma como fez o mito em torno dos "huevos rotos", umas simples batatas fritas mal passadas em cima da qual se "entornam" ovos estrelados , também eles mal passados. E que pode ser servido com presunto, paio, pimentos, picadillos, e etc....
O mito é tal que - aparentemente - teve de se inventar a "história" de que fora a Avó do Lúcio a inventar a "receita" num dia de azar em que deixou cair ao chão da cozinha (!!) a frigideira dos ovos fritos... Tornou a levantar tudo do mesmo chão, espetou-lhes as batatas mal fritas por cima (por causa da pressa) e ...Já estava inventado o famoso prato, delicia de Reis (isso é verdade, vai lá algumas vezes) financeiros , pobres, ricos e remediados...
Mal ou bem, e passe o exagero do preço a que o Lucio hoje serve este seu prato emblemático, o certo é que dá um certo jeito saber fazê-lo e sobretudo comê-lo naquelas noites em que se chega a casa tarde de mais para ir prestar serviço ao fogão .
Comida de conforto, aconchego do estômago em dias pobres, comida de preguiçosos, ou até manjar da estudantada quando estes ainda viviam nas Repúblicas, Huevos Rotos pode ser e será tudo isso.
Mas tomem lá a receitazinha, não vá - cruzes credo - aparecer lá por casa, já noite noitinha, alguma visita menos avisada...
Há duas versões, a dos Huevos Revueltos e a dos Huevos Rotos propriamente ditos. Na primeira os ovos são mexidos. Na segunda são mal fritos (estrelados). Mas sempre em azeite!!
Batam-se 6 ovos grandes numa tigela com sal e pimenta preta. .Se forem tirados do frio passem-nos pela torneira da água quente antes de os partirem.
Haja o cuidado de dar pelo menos 100 golpes de garfo nos ovos, para ficarem cremosos. E podem deitar um pouco de leite gordo para ainda mais amaciarem a mistura, sobretudo se tiverem tirado os ovos do frigorífico há pouco tempo. Depois fritam-se em azeite, previamente aquecido na frigideira funda da ordem.
No caso de usarem a versão dos ovos estrelados, fritem-nos simplesmente, com o mesmo tempero de sal e pimenta preta, em bom azeite
À parte cortem batatas em palitos grosso, lavem bem em várias águas, e fritem-nas sem deixar "estrelicar".
Partam em miudo presunto ou paio, juntem se tiverem pimentos verdes crus, ou até bocadinhos de tomate meio maduro, bem limpo. Podem complicar se quiserem com cebola picadinha e alho , também ele finamente picado. Há quem lhe meta malaguetas, e há também quem complete isto tudo (mixórdia vem à ideia) com cogumelos aos pedaços...E pão apenas aquecido, ou mal torrado em pedaços, para ensopar.
Finalmente, deitem tudo na mesma travessa, mais funda do que rasa: primeiro as batatas, depois o picadillo de presunto, pimentos , etc... por cima disto tudo os ovos mexidos ou os mal estrelados, consoante a versão que utilizarem.
Uma coisa é certa: em estando a travessazinha na mesa abram um tinto adequado - porque não um vigoroso Damasceno, do Poceirão? - e preparem-se para a conversa, pois este prato será daqueles que mais puxa a lingua em noites frias (ou assim-assim, ou quentes, ou quando v. quiserem...)
Boa Noite!
A Prova do CERES
Um dos Leitores comenta:
Será possível colocar depois aqui uma imagem dessa prova?
Obrigado.
Infelizmente não consegui... Ou é azelhice minha, ou então o ficheiro em alta resolução não "cabe" aqui no Blog...
Será possível colocar depois aqui uma imagem dessa prova?
Obrigado.
Infelizmente não consegui... Ou é azelhice minha, ou então o ficheiro em alta resolução não "cabe" aqui no Blog...
quarta-feira, maio 26, 2010
Novidades sobre o CERES em Talhe Doce
Teremos esta semana mais uma Prova do selo em talhe doce que estamos a realizar na Joh. Enschede. A técnica será mista em off-set e talhe doce, para melhor evidenciar a gravação dos contornos da imagem.
terça-feira, maio 25, 2010
Referências gastronómicas na Tunisia
O que se come nestes países da África Mediterrânica? Carne é sempre o borrego; Borrego méchoui, grelhado sobre brasas, ou assado. Peixe , será aquele que vier à rede naqueles mares que já outrora terão sido viveiro de inúmeras espécies, mas hoje - infelizmente - parecem mais cemitério de outras tantas...A sopa que mais oferecem e que melhor parece servir de amostra para a gastronomia local é o "bisque" de marisco ou o caldo de peixe. Normalmente bem confeccionado embora evocando as tradições gaulesas, povo coloniador que por lá deixou muitas influências culinárias.
A refeição de "cerimónia" começa sempre por uma salada de peixes fumados e\ou camarão, acompanhada por macedónia de legumes, temperada com azeite e vinagre, cortados miudamente "à grega": pepino, pimentos, courgettes...
Depois o Borrego , quase sempre assado ou frito, acompanhado pelo arroz solto com amendoas, pinhões e sultanas. Bem, quem diz Borrego dirá Carneiro... que pode também ser simplesmente grelhado (inteiro, ou em quartos) nas brasas, o célebre méchoui. A alternativa ao arroz árabe é sempre o couscous, por vezes demasiado oleoso para o nosso gosto.
Quando é Peixe (mauzinho...) aperesentam o Mero em posta estufada ou guizada. Ou então algum peixe mais pequeno frito, sempre com o inevitável arroz. À primeira vista parecem fanecas (que saudades!) mas de facto não são tal. Têm também os locais o duvidoso hábito de deixar o peixe frito um pouco ensopado no óleo de fritar. E isto testemunhei em 3 locais distintos, pelo que não haveria de ser apenas coincidência.
A batata (também ela de má qualidade) aparece nos pratos mais como decoração do que mesmo para o "serviço" de matar a fome ao manducante.
Como ponto mais positivo, uma interpretação (que parece existir por todos estes países do Norte de África) do Borrego ou Carneiro assado dentro de ânforas de argila. A carne é colocada já temperada (rosmaninho e sal) dentro de uma ânfora de barro , fechada hermeticamente e depois assada no forno a baixa temperatura , durante 3 ou 4 horas. Partida a "bilha" , o resultado é muito animador. carne muito macia e a desfazer-se na boca, fruto da lenta assadura.
A refeição de "cerimónia" começa sempre por uma salada de peixes fumados e\ou camarão, acompanhada por macedónia de legumes, temperada com azeite e vinagre, cortados miudamente "à grega": pepino, pimentos, courgettes...
Depois o Borrego , quase sempre assado ou frito, acompanhado pelo arroz solto com amendoas, pinhões e sultanas. Bem, quem diz Borrego dirá Carneiro... que pode também ser simplesmente grelhado (inteiro, ou em quartos) nas brasas, o célebre méchoui. A alternativa ao arroz árabe é sempre o couscous, por vezes demasiado oleoso para o nosso gosto.
Quando é Peixe (mauzinho...) aperesentam o Mero em posta estufada ou guizada. Ou então algum peixe mais pequeno frito, sempre com o inevitável arroz. À primeira vista parecem fanecas (que saudades!) mas de facto não são tal. Têm também os locais o duvidoso hábito de deixar o peixe frito um pouco ensopado no óleo de fritar. E isto testemunhei em 3 locais distintos, pelo que não haveria de ser apenas coincidência.
A batata (também ela de má qualidade) aparece nos pratos mais como decoração do que mesmo para o "serviço" de matar a fome ao manducante.
Como ponto mais positivo, uma interpretação (que parece existir por todos estes países do Norte de África) do Borrego ou Carneiro assado dentro de ânforas de argila. A carne é colocada já temperada (rosmaninho e sal) dentro de uma ânfora de barro , fechada hermeticamente e depois assada no forno a baixa temperatura , durante 3 ou 4 horas. Partida a "bilha" , o resultado é muito animador. carne muito macia e a desfazer-se na boca, fruto da lenta assadura.
O peixe, infelizmente, não convence. O Mero é mole como as papas....Talvez lá para a Mauritânia se arrange coisa mais parecida com os nossos Chernes, Sargos ou Robalos, mas aqui, já quase com a Itália em frente do outro lado do Mare Nostrum, nada provei que se recomendasse .
E pronto!
Em síntese: Boa decoração do prato, boa fruta (as tâmaras são de cair para o lado! Enormes, transparentes , com o caroço a ver-se contra o sol, doces como mel!). Borrego\Carneiro aceitável. Peixe e marisco nem por isso. Influência francesa e algo espanhola na forma de fazer. Um belo Chá de Menta açucarado que baste (!!) termina sempre as refeições.
segunda-feira, maio 24, 2010
A Filatelia depois da Liberalização
E Depois da Liberalização do Mercado Postal? Que Filatelia vamos ter?
Esta discussão ocupou quase 9 horas da conferência de Tunis... Resumirei aqui as principais conclusões, obviamente de forma muito sintéctica:
a) No caso do Editor de Selos se manter único dentro do país onde se passar a liberalização (sendo um dos Operadores Postais Designados autorizado a emitir, ou passando essa competência do Estado para o Regulador - cá seria a ANACOM) pouco se daria pela troca de situação. A Filatelia de um País continuaria a ser unívoca com a Soberania do mesmo. Existiria um único Plano de Emissões, uma única "filatelia formalmente legalizada" e os coleccionadores passariam a ter os seus planos de aquisições centralizados na rede do Editor seleccionado.
b) No caso do Estado\Governo passar a autorizar que mais do que uma Entidade pudesse Emitir selos postais válidos , teríamos uma situação muito diferente da actual, mais problemas, mas também alguns aspectos mais positivos:
- Aumento da oferta. Mais do que um Plano de Emissões no País. Quebra da relação "Um país = uma Filatelia de Bandeira"
- Coleccionadores teriam que gastar mais dinheiro para continuarem a "ter tudo" ou então deveriam escolher entre os Editores.
- Problemas também para os Editores de Catálogos, fabricantes de Álbuns e de outros materiais específicos...
- Comerciantes teriam, em princípio, mais material para poder vender e mais hipóteses de gerir a sua carteira de Clientes.
- O Coleccionador passaria a ter hipóteses de começar uma colecção com " o 1º selo do novo Editor"
- Os temas dos Planos Anuais poderiam ser mais "liberais" , menos ligados aos aspectos formais da história e evocação de personagens importantes do país, para explorarem sobretudo os temas mais vendáveis.
. A "intromissão" da política no Plano filatélico seria bem menor.
Como se pode observar, para tudo existem Pontos Fortes e Pontos Fracos... Esta discussão não terá fim até se concretizarem, caso a caso, estas novas medidas apadrinhadas pela UE.
Nos casos já conhecidos de Liberalização efectuada (os que conheço melhor serão o da Austrália e o da Suécia) posso referir que na Suécia a produção de selos por parte do Operador Tradicional não foi muito afectada. Os concorrentes preferiram comprar os selos a esse Operador (com enormes descontos) e utilizá-los nas suas redes do que produzirem eles próprios. Obviamente que, por serem grandes compradores, influenciam os temas a fazer, até porque só compram os selos com temas que lhes agradem...
Mas no caso da Austrália, foi necessário o Governo impedir que se colocassem nos selos dos Concorrentes a palavra "Austrália" para dar ao Incumbente (Operador Postal Tradicional - Correios Australiano) algum "músculo" na luta contra os outros.
Essa "distinção" de ser possível imprimir o nome do País nos selos (dando-lhes assim a característica "oficial") e em que circunstâncias é que o Governo tal autorizaria, é agora muito discutida. Está em muitos casos associada ao contrato de prestador do Serviço Postal Universal e seria apenas concedida a quem tivesse esse Contrato nas mãos.
Pode ser esta uma forma salomónica de se encarar este assunto. A mim, pessoalmente, é uma solução que me agrada. E sei que está também a ser estudada na Alemanha e na Áustria.
Esta discussão ocupou quase 9 horas da conferência de Tunis... Resumirei aqui as principais conclusões, obviamente de forma muito sintéctica:
a) No caso do Editor de Selos se manter único dentro do país onde se passar a liberalização (sendo um dos Operadores Postais Designados autorizado a emitir, ou passando essa competência do Estado para o Regulador - cá seria a ANACOM) pouco se daria pela troca de situação. A Filatelia de um País continuaria a ser unívoca com a Soberania do mesmo. Existiria um único Plano de Emissões, uma única "filatelia formalmente legalizada" e os coleccionadores passariam a ter os seus planos de aquisições centralizados na rede do Editor seleccionado.
b) No caso do Estado\Governo passar a autorizar que mais do que uma Entidade pudesse Emitir selos postais válidos , teríamos uma situação muito diferente da actual, mais problemas, mas também alguns aspectos mais positivos:
- Aumento da oferta. Mais do que um Plano de Emissões no País. Quebra da relação "Um país = uma Filatelia de Bandeira"
- Coleccionadores teriam que gastar mais dinheiro para continuarem a "ter tudo" ou então deveriam escolher entre os Editores.
- Problemas também para os Editores de Catálogos, fabricantes de Álbuns e de outros materiais específicos...
- Comerciantes teriam, em princípio, mais material para poder vender e mais hipóteses de gerir a sua carteira de Clientes.
- O Coleccionador passaria a ter hipóteses de começar uma colecção com " o 1º selo do novo Editor"
- Os temas dos Planos Anuais poderiam ser mais "liberais" , menos ligados aos aspectos formais da história e evocação de personagens importantes do país, para explorarem sobretudo os temas mais vendáveis.
. A "intromissão" da política no Plano filatélico seria bem menor.
Como se pode observar, para tudo existem Pontos Fortes e Pontos Fracos... Esta discussão não terá fim até se concretizarem, caso a caso, estas novas medidas apadrinhadas pela UE.
Nos casos já conhecidos de Liberalização efectuada (os que conheço melhor serão o da Austrália e o da Suécia) posso referir que na Suécia a produção de selos por parte do Operador Tradicional não foi muito afectada. Os concorrentes preferiram comprar os selos a esse Operador (com enormes descontos) e utilizá-los nas suas redes do que produzirem eles próprios. Obviamente que, por serem grandes compradores, influenciam os temas a fazer, até porque só compram os selos com temas que lhes agradem...
Mas no caso da Austrália, foi necessário o Governo impedir que se colocassem nos selos dos Concorrentes a palavra "Austrália" para dar ao Incumbente (Operador Postal Tradicional - Correios Australiano) algum "músculo" na luta contra os outros.
Essa "distinção" de ser possível imprimir o nome do País nos selos (dando-lhes assim a característica "oficial") e em que circunstâncias é que o Governo tal autorizaria, é agora muito discutida. Está em muitos casos associada ao contrato de prestador do Serviço Postal Universal e seria apenas concedida a quem tivesse esse Contrato nas mãos.
Pode ser esta uma forma salomónica de se encarar este assunto. A mim, pessoalmente, é uma solução que me agrada. E sei que está também a ser estudada na Alemanha e na Áustria.
NOTICIÁRIO FILATÉLICO FAZ O QUÊ?
Um dos nossos Leitores questiona:
Porque é que o Noticiário Filatélico apenas comunica Marcofilia, e não comunica séries de selos, Ip's e outro material filatélico emitido pelos CTT? É que neste momento o vosso Noticiário Filatélico deveria chamar-se Noticiário de Marcofilia... Porque não aproveitar esse meio de comunicação para comunicar efectivamente tudo o que tem a ver com a filatelia dos CTT?
Cumprimentos.
Comentário ao Comentário: O NF foi criado exactamente para isso: dar notícia dos Carimbos Comemorativos que fazemos e dos locais em que são apostos, com horas de funcionamento. Para informações sobre os outros assuntos da Filatelia nacional temos as pagelas das Emissões na hora, e em antecipação - sempre que possível - os Folhetos sobre o Plano das Emissões, actualmente a sairem com menos frequência dado que as datas das Emissões estão em constante "refrescamento" por causa das cerimónias de 1º dia e da disponibilidade das figuras proponentes das emissões estarem, ou não, presentes... Mas tomámos nota desta ideia do nosso Leitor.
Porque é que o Noticiário Filatélico apenas comunica Marcofilia, e não comunica séries de selos, Ip's e outro material filatélico emitido pelos CTT? É que neste momento o vosso Noticiário Filatélico deveria chamar-se Noticiário de Marcofilia... Porque não aproveitar esse meio de comunicação para comunicar efectivamente tudo o que tem a ver com a filatelia dos CTT?
Cumprimentos.
Comentário ao Comentário: O NF foi criado exactamente para isso: dar notícia dos Carimbos Comemorativos que fazemos e dos locais em que são apostos, com horas de funcionamento. Para informações sobre os outros assuntos da Filatelia nacional temos as pagelas das Emissões na hora, e em antecipação - sempre que possível - os Folhetos sobre o Plano das Emissões, actualmente a sairem com menos frequência dado que as datas das Emissões estão em constante "refrescamento" por causa das cerimónias de 1º dia e da disponibilidade das figuras proponentes das emissões estarem, ou não, presentes... Mas tomámos nota desta ideia do nosso Leitor.
sexta-feira, maio 21, 2010
Para Descansar a Vista
Regressado de Tunis - onde chovia ontem e faziam 18 graus - sou recebido em Lisboa por uma canícula de se lhe tirar o chapéu! 32 graus ainda às 21h... Para isso é que se fizeram as esplanadas, os vinhos rosés , alvarinhos e outros verdes bem frescos... E as inevitáveis sangrias e bejecas. Isso dirão os leitores. É bem verdade, mas lá que o tempo já não é o que era também não deixa de ser certo.
Aqui ficam então dois poemas sobre a Noite, para ler numa destas alturas em que o calor afasta os lençóis e não nos deixa descansar:
Entardecer na Praia da Luz
Espreguiçados, os ramos
das palmeiras filtram
a luz que sobra
do dia.
É já noite
nas folhas. O branco
das paredes recolhe
o sangue e o vinho
de buganvílias
e hibiscos.
Bebe-os
de um trago: saberás
que, mais do que cegueira, a noite
é uma embriaguez perfeita.
Albano Martins, in "Castália e Outros Poemas"
Desde a Aurora
Como um sol de polpa escura
para levar à boca,
eis as mãos:
procuram-te desde o chão,
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago: vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu, desde a aurora,
eu — a terra — que te procuro.
Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"
Nota: A Pintura é de Homer Winslow, Summer Night, 1890
Aqui ficam então dois poemas sobre a Noite, para ler numa destas alturas em que o calor afasta os lençóis e não nos deixa descansar:
Entardecer na Praia da Luz
Espreguiçados, os ramos
das palmeiras filtram
a luz que sobra
do dia.
É já noite
nas folhas. O branco
das paredes recolhe
o sangue e o vinho
de buganvílias
e hibiscos.
Bebe-os
de um trago: saberás
que, mais do que cegueira, a noite
é uma embriaguez perfeita.
Albano Martins, in "Castália e Outros Poemas"
Desde a Aurora
Como um sol de polpa escura
para levar à boca,
eis as mãos:
procuram-te desde o chão,
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago: vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu, desde a aurora,
eu — a terra — que te procuro.
Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"
Nota: A Pintura é de Homer Winslow, Summer Night, 1890
domingo, maio 16, 2010
Ausência do Blogger - Conferência Internacional sobre o Futuro do Selo Postal
Ausência do Blogger na Tunísia, para o Fórum da WADP\UPU dedicado ao "Futuro do Selo Postal" e abrangendo desta vez Operadores Postais dos Países Árabes e Africanos francófonos.
Dois dias de trabalho - Terça e Quarta Feira - sendo o primeiro dedicado às intervenções dos Peritos: Joh. Enschedé, Cartor; WISTA; e a primeira fase dos Trabalhos de grupo , divididos em três temas:
1 - Como incentivar a Filatelia nos próximos anos
2- Decisões que se devem evitar na Gestão da Filatelia Moderna
3- Consequências da abertura generalizada dos Mercados para a Gestão Filatélica
Os Correios de Portugal , na figura do Blogger, irão co-presidir ao Fórum juntamente com o Director Geral dos Correios da Tunísia, e ainda coordenar o Tema 3 de discussão: A abertura dos mercados à concorrência e como a Filatelia poderá ser afectada... (Difícil, difícil...)
Parto amanhã e regresso na Quinta feira. Próximo Post na Sexta feira 21 de Maio.
Isto, está claro, se o nosso amigo Vulcão da Islândia - de novo ligeiramente constipado - não se lembrar de cortar estes planos cuidadosamente feitos na expectativa de que são os Homens que ainda mandam nas coisas...
Numa forma muito árabe de falar, para me ir ambientando:
INSALLAH há-de correr tudo bem....
Dois dias de trabalho - Terça e Quarta Feira - sendo o primeiro dedicado às intervenções dos Peritos: Joh. Enschedé, Cartor; WISTA; e a primeira fase dos Trabalhos de grupo , divididos em três temas:
1 - Como incentivar a Filatelia nos próximos anos
2- Decisões que se devem evitar na Gestão da Filatelia Moderna
3- Consequências da abertura generalizada dos Mercados para a Gestão Filatélica
Os Correios de Portugal , na figura do Blogger, irão co-presidir ao Fórum juntamente com o Director Geral dos Correios da Tunísia, e ainda coordenar o Tema 3 de discussão: A abertura dos mercados à concorrência e como a Filatelia poderá ser afectada... (Difícil, difícil...)
Parto amanhã e regresso na Quinta feira. Próximo Post na Sexta feira 21 de Maio.
Isto, está claro, se o nosso amigo Vulcão da Islândia - de novo ligeiramente constipado - não se lembrar de cortar estes planos cuidadosamente feitos na expectativa de que são os Homens que ainda mandam nas coisas...
Numa forma muito árabe de falar, para me ir ambientando:
INSALLAH há-de correr tudo bem....
sexta-feira, maio 14, 2010
Para Descansar a Vista
Neste Maio do Papa, do Benfica e da desgraça económico-financeira (fujo de pensar em relações causa e efeito...) fará bem a todos parar um pouco para inspirar fundo e pensar .
As coisas que não estão na nossa mão mudar - os Impostos, o preço dos bens e serviços - essas estão resolvidas por natureza. As coisas que ainda conseguimos influenciar - despesas sem necessidade, luxos e mordomias para o corpo e o espírito - essas convém ir controlando e diminuindo, pois bravios são os tempos que nos esperam....
Mas, se me permitem o conselho, não cortem em tudo o que lhes dê prazer ou que lhes levante o espírito. Façam substituições de despesas, comam mais em casa, convidem-se os amigos mutuamente, divirtam-se a planear e a preparar as refeições em família. Não deixem de comprar "aquele" livro que lhes despertou o interesse, ou de ir ver com o "significant other" "aquele" filme de que ambos gostam.
Mesmo no auge do Blitz sobre Londres Sir Winston Churchill insistia para que continuassem a realizar-se e fossem apoiados os bailes e divertimentos públicos, sempre que possível. A "moral" nacional dependia também disso.
Nunca me esqueço da visita de trabalho que fiz a Bucareste ainda na época de Ceausescu, e da forma como me impressionaram os olhos baços, sem vida nem esperança, do povo que por mim passava naquelas ruas... Antes correr o risco de morte imigrando, do que viver naquele sombrio País , em 1978.
Por aqui , e por enquanto, o Sol vai nascendo todos os dias. Já não é mau!
De Paul Verlaine, o Grande Poeta Francês (1844-1896), deixo-lhes um Soneto de Esperança:
L'espoir luit comme un brin de paille dans l'étable
L'espoir luit comme un brin de paille dans l'étable.
Que crains-tu de la guêpe ivre de son vol fou ?
Vois, le soleil toujours poudroie à quelque trou.
Que ne t'endormais-tu, le coude sur la table ?
Pauvre âme pâle, au moins cette eau du puits glacé,
Bois-la. Puis dors après. Allons, tu vois, je reste,
Et je dorloterai les rêves de ta sieste,
Et tu chantonneras comme un enfant bercé.
Midi sonne. De grâce, éloignez-vous, madame.
Il dort. C'est étonnant comme les pas de femme
Résonnent au cerveau des pauvres malheureux.
Midi sonne. J'ai fait arroser dans la chambre.
Va, dors ! L'espoir luit comme un caillou dans un creux.
Ah ! quand refleuriront les roses de septembre !
Paul Verlaine
Biografia de Paul Verlaine cortesia de Luis Gaspar.
Paul Marie Auguste Verlaine nasceu em 1844 em Metz, no leste da França, fez os estudos secundários em Paris, e entrou depois como funcionário para a prefeitura. Já nessa época, frequentava a boémia dos cafés parisienses, tendo sido um funcionário relapso e pouco assíduo. Foi então que descobriu a poesia, que sempre reflectiu a contradição entre uma conduta de boémia e um ideal quase primitivo de pureza e misticismo. “Poèmes Saturniens” ("Poemas Saturninos, 1866) foi sua primeira colectânea publicada. Paul Verlaine professou de início a impassibilidade parnasiana, mas já o seu instinto poético o conduzia a dar maior agilidade ao alexandrino, a utilizar os ritmos ímpares a sugerir vagos estados por estrofes vaporosas. Poucas obras na história da poesia francesa são mais sinceras e comoventes.
O lirismo musical e evanescente de Verlaine exerceu influência decisiva no desenvolvimento do simbolismo (embora o próprio poeta se quisesse manter independente de qualquer corrente literária) e abriu novos caminhos para a poesia francesa. Com Mallarmé e Baudelaire, Verlaine compôs o grupo dos chamados poetas decadentes.
Inquieto e instável, o poeta conquistou por algum tempo o equilíbrio e a paz, quando se casou em 1870 com Mathilde Meauté. Porém, dois anos depois, Verlaine abandonou a mulher e o filho e retomou os seus antigos hábitos boémios. Iniciou então, com o jovem poeta francês Arthur Rimbaud, uma turbulenta ligação sentimental que os levou a percorrer vários países europeus.
Esta ligação tumultuosa entre os dois poetas acabaria em drama: em julho de 1873, em Bruxelas, sob a influência da bebida, Verlaine disparou duas vezes em Rimbaud, que o queria abandonar, e foi preso.
Durante os dois anos de prisão, em Mons, veio a saber que a esposa pedira o divórcio. Profundamente abalado, Verlaine converteu se à fé católica. Libertado, Verlaine tentou em vão reconciliar se com Rimbaud. Viveu no Reino Unido até 1877, quando regressou a França. Testemunhas dessa fase de crise e conversão, são os seus dois livros ?Romances sans paroles? (1874; Romances sem palavras) e ?Sagesse? (1880; Sabedoria). Também é flagrante a influência do génio de Rimbaud nos temas e nos ritmos.
Apesar de sua crescente fama e de ser considerado um mestre pelos jovens simbolistas, o fracasso dos esforços que fez para recuperar a esposa e levar uma vida retirada conduziram Verlaine a uma recaída no mundo da boémia e do alcoolismo.
Os vários livros de poemas que se seguiram apenas ocasionalmente recuperaram a antiga magia, como “Amour” (1888). Da produção posterior de Verlaine, o que mais se destaca são os textos em prosa, como o ensaio “Les Poètes maudits” (1884; Os poetas malditos), vital para o reconhecimento público de Rimbaud, Mallarmé e outros autores, e as atormentadas obras autobiográficas “Mes hôpitaux” (1892; Meus hospitais) e “Mes prisons” (1893; Minhas prisões).
No final da vida, o poeta esgotou se e o homem degradou se. Apesar da celebridade e do respeito das novas gerações que o consagraram como o "Príncipe dos Poetas", Paul Verlaine viveu miseravelmente de hospital em hospital e de café em café até à sua morte em 1896, em Paris.
As coisas que não estão na nossa mão mudar - os Impostos, o preço dos bens e serviços - essas estão resolvidas por natureza. As coisas que ainda conseguimos influenciar - despesas sem necessidade, luxos e mordomias para o corpo e o espírito - essas convém ir controlando e diminuindo, pois bravios são os tempos que nos esperam....
Mas, se me permitem o conselho, não cortem em tudo o que lhes dê prazer ou que lhes levante o espírito. Façam substituições de despesas, comam mais em casa, convidem-se os amigos mutuamente, divirtam-se a planear e a preparar as refeições em família. Não deixem de comprar "aquele" livro que lhes despertou o interesse, ou de ir ver com o "significant other" "aquele" filme de que ambos gostam.
Mesmo no auge do Blitz sobre Londres Sir Winston Churchill insistia para que continuassem a realizar-se e fossem apoiados os bailes e divertimentos públicos, sempre que possível. A "moral" nacional dependia também disso.
Nunca me esqueço da visita de trabalho que fiz a Bucareste ainda na época de Ceausescu, e da forma como me impressionaram os olhos baços, sem vida nem esperança, do povo que por mim passava naquelas ruas... Antes correr o risco de morte imigrando, do que viver naquele sombrio País , em 1978.
Por aqui , e por enquanto, o Sol vai nascendo todos os dias. Já não é mau!
De Paul Verlaine, o Grande Poeta Francês (1844-1896), deixo-lhes um Soneto de Esperança:
L'espoir luit comme un brin de paille dans l'étable
L'espoir luit comme un brin de paille dans l'étable.
Que crains-tu de la guêpe ivre de son vol fou ?
Vois, le soleil toujours poudroie à quelque trou.
Que ne t'endormais-tu, le coude sur la table ?
Pauvre âme pâle, au moins cette eau du puits glacé,
Bois-la. Puis dors après. Allons, tu vois, je reste,
Et je dorloterai les rêves de ta sieste,
Et tu chantonneras comme un enfant bercé.
Midi sonne. De grâce, éloignez-vous, madame.
Il dort. C'est étonnant comme les pas de femme
Résonnent au cerveau des pauvres malheureux.
Midi sonne. J'ai fait arroser dans la chambre.
Va, dors ! L'espoir luit comme un caillou dans un creux.
Ah ! quand refleuriront les roses de septembre !
Paul Verlaine
Biografia de Paul Verlaine cortesia de Luis Gaspar.
Paul Marie Auguste Verlaine nasceu em 1844 em Metz, no leste da França, fez os estudos secundários em Paris, e entrou depois como funcionário para a prefeitura. Já nessa época, frequentava a boémia dos cafés parisienses, tendo sido um funcionário relapso e pouco assíduo. Foi então que descobriu a poesia, que sempre reflectiu a contradição entre uma conduta de boémia e um ideal quase primitivo de pureza e misticismo. “Poèmes Saturniens” ("Poemas Saturninos, 1866) foi sua primeira colectânea publicada. Paul Verlaine professou de início a impassibilidade parnasiana, mas já o seu instinto poético o conduzia a dar maior agilidade ao alexandrino, a utilizar os ritmos ímpares a sugerir vagos estados por estrofes vaporosas. Poucas obras na história da poesia francesa são mais sinceras e comoventes.
O lirismo musical e evanescente de Verlaine exerceu influência decisiva no desenvolvimento do simbolismo (embora o próprio poeta se quisesse manter independente de qualquer corrente literária) e abriu novos caminhos para a poesia francesa. Com Mallarmé e Baudelaire, Verlaine compôs o grupo dos chamados poetas decadentes.
Inquieto e instável, o poeta conquistou por algum tempo o equilíbrio e a paz, quando se casou em 1870 com Mathilde Meauté. Porém, dois anos depois, Verlaine abandonou a mulher e o filho e retomou os seus antigos hábitos boémios. Iniciou então, com o jovem poeta francês Arthur Rimbaud, uma turbulenta ligação sentimental que os levou a percorrer vários países europeus.
Esta ligação tumultuosa entre os dois poetas acabaria em drama: em julho de 1873, em Bruxelas, sob a influência da bebida, Verlaine disparou duas vezes em Rimbaud, que o queria abandonar, e foi preso.
Durante os dois anos de prisão, em Mons, veio a saber que a esposa pedira o divórcio. Profundamente abalado, Verlaine converteu se à fé católica. Libertado, Verlaine tentou em vão reconciliar se com Rimbaud. Viveu no Reino Unido até 1877, quando regressou a França. Testemunhas dessa fase de crise e conversão, são os seus dois livros ?Romances sans paroles? (1874; Romances sem palavras) e ?Sagesse? (1880; Sabedoria). Também é flagrante a influência do génio de Rimbaud nos temas e nos ritmos.
Apesar de sua crescente fama e de ser considerado um mestre pelos jovens simbolistas, o fracasso dos esforços que fez para recuperar a esposa e levar uma vida retirada conduziram Verlaine a uma recaída no mundo da boémia e do alcoolismo.
Os vários livros de poemas que se seguiram apenas ocasionalmente recuperaram a antiga magia, como “Amour” (1888). Da produção posterior de Verlaine, o que mais se destaca são os textos em prosa, como o ensaio “Les Poètes maudits” (1884; Os poetas malditos), vital para o reconhecimento público de Rimbaud, Mallarmé e outros autores, e as atormentadas obras autobiográficas “Mes hôpitaux” (1892; Meus hospitais) e “Mes prisons” (1893; Minhas prisões).
No final da vida, o poeta esgotou se e o homem degradou se. Apesar da celebridade e do respeito das novas gerações que o consagraram como o "Príncipe dos Poetas", Paul Verlaine viveu miseravelmente de hospital em hospital e de café em café até à sua morte em 1896, em Paris.
quinta-feira, maio 13, 2010
Na Hora de Apertar o Cinto
Eu bem avisei... Vem aí o "verdadeiro" PEC, aquele que afecta as famílias e os bolsos dos portugueses.
Será hoje discutido em Conselho de Ministros, depois de obtido o beneplácito do PSD
Pelo que ouvi na noite passada temos de nos preparar para a subida de um ponto no IVA (regressa aos 21% para a generalidade dos bens, passa a 6% nos de primeira necessidade e a 13% na hotelaria e restauração).
O IRS vai subir 1% para quem ganha até 5 ordenados mínimos; 1,5% para todos os outros.
Políticos, Deputados, gestores de Empresas Públicas vão baixar 5% os seus ordenados.
Não consegui ainda confirmar a criação de um imposto extraordinário de 25% sobre o Subsídio de Natal, nem se este imposto seria para todos, ou apenas para a Função Pública , ou ainda, apenas para os abrangidos no corte dos 5%.
Vão cortar-se ajudas e subsídios, a Empresas Públicas e a particulares.
É mau? Comparado com as medidas que a Espanha e a Irlanda tomaram, ou com aquilo que foi exigido à Grécia, não é assim tão mau... Comparado com o que tínhamos ontem, evidentemente que piora a situação do "Zé Pagante"...
Como dizia um grande amigo meu (infelizmente já a dar as suas magníficas aulas de Direito do Trabalho e Segurança Social no Olimpo):
- "Isto de apertar o cinto tem duas faces: aqueles que, se apertarem mais partem as costelas, de magros que já estão. E aqueles que, se apertarem mais rompe-se-lhes mas é o cinto, de tão gordos que estavam..."
Suponho que a maioria dos meus leitores esteja (como eu) naquela posição intermediária, entre os pobres magros e os ricos gordos, posição essa tão grata aos Poderes constituídos, já que é por conta dos impostos sacados à "manada" dos "nem ricos nem pobres , antes assim-assim" que os Governos vão buscar a esmagadora maioria da sua Receita...
Até ao dia em que acordarem e derem pela falta da Vaca Leiteira que ordenharam tantos anos (a Classe Média)...
Já faltou mais...
Nota 1 : Antes que alguns "amigos" venham para aí embirrar comigo com a questão dos gordos e dos magros, quero confirmar que as palavras foram aqui utilizadas no sentido das bolsas (cheias ou vazias). E quem pensar o contrário pode ir andando para o Campo Pequeno, que tem por lá agora muitas cadeiras em volta do redondel, onde podem ir esperando até entrarem...
Nota 2: Já viram como as petrolíferas se adaptam à crise, substituindo a "menina do gás" pela "Mula do Gás"? Esta última não só será mais económica de manutenção (de certeza!!) , como também contribui para a sustentabilidade da horta do pobre. Pois, está bem. Mas... Não é a mesma Coisa!!
Será hoje discutido em Conselho de Ministros, depois de obtido o beneplácito do PSD
Pelo que ouvi na noite passada temos de nos preparar para a subida de um ponto no IVA (regressa aos 21% para a generalidade dos bens, passa a 6% nos de primeira necessidade e a 13% na hotelaria e restauração).
O IRS vai subir 1% para quem ganha até 5 ordenados mínimos; 1,5% para todos os outros.
Políticos, Deputados, gestores de Empresas Públicas vão baixar 5% os seus ordenados.
Não consegui ainda confirmar a criação de um imposto extraordinário de 25% sobre o Subsídio de Natal, nem se este imposto seria para todos, ou apenas para a Função Pública , ou ainda, apenas para os abrangidos no corte dos 5%.
Vão cortar-se ajudas e subsídios, a Empresas Públicas e a particulares.
É mau? Comparado com as medidas que a Espanha e a Irlanda tomaram, ou com aquilo que foi exigido à Grécia, não é assim tão mau... Comparado com o que tínhamos ontem, evidentemente que piora a situação do "Zé Pagante"...
Como dizia um grande amigo meu (infelizmente já a dar as suas magníficas aulas de Direito do Trabalho e Segurança Social no Olimpo):
- "Isto de apertar o cinto tem duas faces: aqueles que, se apertarem mais partem as costelas, de magros que já estão. E aqueles que, se apertarem mais rompe-se-lhes mas é o cinto, de tão gordos que estavam..."
Suponho que a maioria dos meus leitores esteja (como eu) naquela posição intermediária, entre os pobres magros e os ricos gordos, posição essa tão grata aos Poderes constituídos, já que é por conta dos impostos sacados à "manada" dos "nem ricos nem pobres , antes assim-assim" que os Governos vão buscar a esmagadora maioria da sua Receita...
Até ao dia em que acordarem e derem pela falta da Vaca Leiteira que ordenharam tantos anos (a Classe Média)...
Já faltou mais...
Nota 1 : Antes que alguns "amigos" venham para aí embirrar comigo com a questão dos gordos e dos magros, quero confirmar que as palavras foram aqui utilizadas no sentido das bolsas (cheias ou vazias). E quem pensar o contrário pode ir andando para o Campo Pequeno, que tem por lá agora muitas cadeiras em volta do redondel, onde podem ir esperando até entrarem...
Nota 2: Já viram como as petrolíferas se adaptam à crise, substituindo a "menina do gás" pela "Mula do Gás"? Esta última não só será mais económica de manutenção (de certeza!!) , como também contribui para a sustentabilidade da horta do pobre. Pois, está bem. Mas... Não é a mesma Coisa!!
quarta-feira, maio 12, 2010
A Hora do Poeira
Jorge Moreira o Enólogo Autor deste POEIRA - grande Tinto do Douro a preços mais razoáveis do que os outros "da moda " (Pintas, Vale Meão, etc..) - começou na Real Companhia Velha, onde fez 7 vindimas. Depois adquiriu a Quinta de Provezende, no Vale do Pinhão, e começou a trabalhar no Poeira ao mesmo tempo que iniciou também uma colaboração com a família Bergqvist , na Quinta de la Rosa.
É talvez o mais discreto dos actuais grandes "wine makers" de Portugal. Um pessoa de saber notável, ainda novo, pois claro, mas com uma forma de entender o mundo dos vinhos que muito admiro. Vejam, sff. o que ele tem para dizer sobre o POEIRA:
O Poeira tenta ser um vinho equilibrado e elegante. Em geral os vinhos do Douro são sustentados no tanino, mas o Poeira é sustentado na acidez. Um vinho muito bebível e apetecível quando novo mas que, ao mesmo tempo, tem capacidade de evoluir. Pretendo que cada vinho seja o espelho das vinhas que lhe dão origem, mantendo o seu perfil mas acompanhando as variações que ocorrem na vinha ano após ano.
Os “poeiras” vão contando a história da minha quinta. É um vinho que não quis ficar na rudeza da sua terra e procurou na fineza o seu próprio carácter”
Ora vamos lá a ver o que temos hoje na Prova, para justificar os perto de 27 euros que paguei pelo Poeira 2004 :
As castas são as tradicionais do Douro misturadas nas vinhas velhas com mais de 60 anos, e vinha nova com Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Barroca.
Com a decantação prévia, começa a mostrar grande complexidade, com aromas de frutos pretos de baga e alguns frutos vermelhos.
Na boca o vinho entra muito bem delicado e aprumado. Apesar de ter uma grande estrutura e concentração, a sua excelente acidez e frescura fazem um vinho do Douro que até parece "quase Dão", muito elegante . O final é rico, complexo, longo e outra vez fresco.
Bebi-o no fim de semana passado, acompanhando o Borrego Assado no Forno. Soberbo! Só tive pena de não ter tido companhia para abrir mais duas garrafinhas..
Uma Dica: Nos anos em que não há topo de gama (nesta casa como nas outras) não deixem de comprar os segundos vinhos. Podem ser (e muitas vezes são) feitos com as Uvas normalmente reservadas aos "Senhores da Casa". Por exemplo, em 2006, ano mauzinho para quase tudo, bebam "Pó de Poeira" ; "Quinta de la Rosa Colheita"; "Meandro" e por aí... Vão ver que não se arrependem e poupam dinheirinho!
É talvez o mais discreto dos actuais grandes "wine makers" de Portugal. Um pessoa de saber notável, ainda novo, pois claro, mas com uma forma de entender o mundo dos vinhos que muito admiro. Vejam, sff. o que ele tem para dizer sobre o POEIRA:
O Poeira tenta ser um vinho equilibrado e elegante. Em geral os vinhos do Douro são sustentados no tanino, mas o Poeira é sustentado na acidez. Um vinho muito bebível e apetecível quando novo mas que, ao mesmo tempo, tem capacidade de evoluir. Pretendo que cada vinho seja o espelho das vinhas que lhe dão origem, mantendo o seu perfil mas acompanhando as variações que ocorrem na vinha ano após ano.
Os “poeiras” vão contando a história da minha quinta. É um vinho que não quis ficar na rudeza da sua terra e procurou na fineza o seu próprio carácter”
Ora vamos lá a ver o que temos hoje na Prova, para justificar os perto de 27 euros que paguei pelo Poeira 2004 :
As castas são as tradicionais do Douro misturadas nas vinhas velhas com mais de 60 anos, e vinha nova com Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Barroca.
Com a decantação prévia, começa a mostrar grande complexidade, com aromas de frutos pretos de baga e alguns frutos vermelhos.
Na boca o vinho entra muito bem delicado e aprumado. Apesar de ter uma grande estrutura e concentração, a sua excelente acidez e frescura fazem um vinho do Douro que até parece "quase Dão", muito elegante . O final é rico, complexo, longo e outra vez fresco.
Bebi-o no fim de semana passado, acompanhando o Borrego Assado no Forno. Soberbo! Só tive pena de não ter tido companhia para abrir mais duas garrafinhas..
Uma Dica: Nos anos em que não há topo de gama (nesta casa como nas outras) não deixem de comprar os segundos vinhos. Podem ser (e muitas vezes são) feitos com as Uvas normalmente reservadas aos "Senhores da Casa". Por exemplo, em 2006, ano mauzinho para quase tudo, bebam "Pó de Poeira" ; "Quinta de la Rosa Colheita"; "Meandro" e por aí... Vão ver que não se arrependem e poupam dinheirinho!
terça-feira, maio 11, 2010
Vem aí o Papa
Está a chegar Bento XVI. Um Papa talvez um pouco mal-amado, que carrega nos ombros a pesadíssima herança do seu ilustre antecessor. E como seria difícil - a qualquer pessoa - fazer esquecer, pela sua prática, a figura gigantesca de João Paulo II, um dos maiores comunicadores do século passado.
Ainda por cima, diz quem o conhece, que este papa é tímido que se farta... Um teólogo , um erudito, um alemão (para o bem e para o menos bem).
Numa altura em que as vozes críticas das práticas de uma certa Igreja são mais que muitas, em redor da alegada protecção que foi dada aos Padres molestadores de crianças, esta visita tentará chamar a atenção dos fiéis lusos para as coisas mais importantes da fé actual: a sua prática todos os dias , em todos os momentos da vida.
Aqui no rectângulo, e desde o tempo de D. Afonso Henriques e das brigas com o Cardeal Ludovico à volta do Bispo Negro (D. Soleima), o povão teve sempre uma estranha forma de lidar com a Fé. Sobretudo os Homens...
Católicos sim, mas no adro das igrejas. Lá dentro as Mulheres, a não ser por ocasião de Morte, Baptismo ou Casamento...
Por isso terá Bento XVI uma tarefa relativamente árdua, tentando que os portugueses saiam da postulação da Fé teórica para a sua concretização como diáconos, todos os dias.
À primeira vista terá ganho a primeira batalha desta sua Visita, a que travou contra a famigerada "NUVEM" . Espera-se que o avião papal aterre em Lisboa de acordo com o planeado.
Quanto ao resto, e parafraseando alguém de muitíssimo respeito:
"A César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
Ainda por cima, diz quem o conhece, que este papa é tímido que se farta... Um teólogo , um erudito, um alemão (para o bem e para o menos bem).
Numa altura em que as vozes críticas das práticas de uma certa Igreja são mais que muitas, em redor da alegada protecção que foi dada aos Padres molestadores de crianças, esta visita tentará chamar a atenção dos fiéis lusos para as coisas mais importantes da fé actual: a sua prática todos os dias , em todos os momentos da vida.
Aqui no rectângulo, e desde o tempo de D. Afonso Henriques e das brigas com o Cardeal Ludovico à volta do Bispo Negro (D. Soleima), o povão teve sempre uma estranha forma de lidar com a Fé. Sobretudo os Homens...
Católicos sim, mas no adro das igrejas. Lá dentro as Mulheres, a não ser por ocasião de Morte, Baptismo ou Casamento...
Por isso terá Bento XVI uma tarefa relativamente árdua, tentando que os portugueses saiam da postulação da Fé teórica para a sua concretização como diáconos, todos os dias.
À primeira vista terá ganho a primeira batalha desta sua Visita, a que travou contra a famigerada "NUVEM" . Espera-se que o avião papal aterre em Lisboa de acordo com o planeado.
Quanto ao resto, e parafraseando alguém de muitíssimo respeito:
"A César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
Reunião de Segurança da PORTUGAL 2010 na FIL
Amanhã , na Feira Internacional de Lisboa , reune o Comité de Segurança da PORTUGAL 2010 com os proprietários das instalações onde se realizará a nossa Mundial.
Temos como assessor para esta área um filatelista notável: o antigo Responsável pelo Corpo de Segurança Pessoal da PSP, Superintendente Telles. Foi ele que coordenou o esforço de segurança nacional na famosa cimeira da OSCE em Lisboa, em 1996.
Que histórias desse tempo! Da minha figura (com o Presidente dos CTT na altura, Dr Pilar) lá dentro do CCB a sermos cumprimentados pelos Chefes de Estado dos Países recém saídos da Cortina de Ferro, imaginando que éramos (nós próprios) outros Chefes de Estado!!! Ninguém se conhecia olhos nos olhos! Era a primeira vez que se encontravam!
Para guardar e recordar nas minhas memórias os detalhes desse dia célebre em Lisboa.
Com as restrições ao tráfego decorrentes da vinda de Bento XVI só capaz de enfiar logo direito à Expo sem passar por aqui amanhã.
Temos como assessor para esta área um filatelista notável: o antigo Responsável pelo Corpo de Segurança Pessoal da PSP, Superintendente Telles. Foi ele que coordenou o esforço de segurança nacional na famosa cimeira da OSCE em Lisboa, em 1996.
Que histórias desse tempo! Da minha figura (com o Presidente dos CTT na altura, Dr Pilar) lá dentro do CCB a sermos cumprimentados pelos Chefes de Estado dos Países recém saídos da Cortina de Ferro, imaginando que éramos (nós próprios) outros Chefes de Estado!!! Ninguém se conhecia olhos nos olhos! Era a primeira vez que se encontravam!
Para guardar e recordar nas minhas memórias os detalhes desse dia célebre em Lisboa.
Com as restrições ao tráfego decorrentes da vinda de Bento XVI só capaz de enfiar logo direito à Expo sem passar por aqui amanhã.
Queiroz Dixit
O nosso leitor "Maigret" já tinha feito um comentário à possível não utilização de jogadores do SLB por Carlos Queiroz. Aqui fica:
Se fosse seleccionador da Argentina, Brasil, Uruguai ou Paraguai, de certeza que o Queiroz convocaria jogadores do Benfica. Agora, como seleccionador de Portugal, só para manter uma espécie de quota benfiquista na selecção é que vejo razões para o Queiroz convocar algum jogador lampião. Mas quem? O Carlos Martins é um jogador instável, capaz do melhor e do pior e com tendência para a asneira em momentos de pressão (e no Mundial não será protegido pelos árbitros). O Fábio Coentrão é ainda muito verde (juro que não é provocação - simplesmente, temo o pior se for ele o defesa lateral esquerdo contra o Brasil ou a Costa do Marfim). Resta o Ruben Amorim, um jogador mediano que só entra nestas contas por ser polivalente. Propositadamente, esqueço o César Peixoto e o Nuno Gomes, porque o Mundial é de futebol e não de passagem de modelos de roupa e penteados, e o Quim, porque para limpar o banco de suplentes já chegam os outros e não consigo levar a sério um guarda-redes que se põe em bicos dos pés para as fotografias.
Por isso, se for preciso assegurar a quota benfiquista na selecção, levem o Ruben Amorim - talvez jogue uns minutinhos no jogo contra a Coreia do Norte.
Ouvi recentemente alguém dizer que, há 2 ou 3 décadas, a espinha dorsal do Benfica vinha do outro lado do rio (Chalana, Carlos Manuel, Diamanttino, etc.); agora, vem do outro lado do Atlântico...
Comentário ao Comentário: Pode ser que tenha razão, mas se ninguém os deixar jogar (Carlos Martins, Coentrão) como podem ganhar experiência de Selecção? Talvez começando pelos jogos-treino... Mas não começaram.
E aqui vão os 24 magníficos ( que serão 23 daqui a um mês):
Guarda Redes: Eduardo; Daniel Fernandes e Beto
Defesas\Médios Defensivos: Zé Castro, Miguel, Ricardo Costa, Rolando, Pepe, Paulo Ferreira; Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Fábio Coentrão, Duda, Raul Meireles.
Médios Ofensivos: Deco, Tiago, Miguel Veloso, Pedro Mendes,
Avançados: Simão Sabrosa, Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida, Liedson, Nani, Dany.
Eu, que não sou encartado em futebolês, achei estranha a ausência de Carlos Martins, Rui Patrício e sobretudo João Moutinho. Sei que o desgraçado do Quim arrastará por muitos anos (quase até ao fim da carreira) a cena dos 6-2 frente ao Brasil, mas quem se lembra desse jogo também se recordará que a Defesa de Portugal que asneou (Bosingwa, Bruno Alves, Pepe, Paulo Ferreira) está quase toda outra vez na Lista do Mister... Ou ainda me vêm dizer que golo é só culpa do "keeper"? Lembrem-se do Barbosa...
Uma anedota da noite de ontem:
"A Federação prescindiu de segurança pessoal na África do Sul. A malta da margem Sul afecta ao Miguel já está a tratar dessa ocorrência...."
Se fosse seleccionador da Argentina, Brasil, Uruguai ou Paraguai, de certeza que o Queiroz convocaria jogadores do Benfica. Agora, como seleccionador de Portugal, só para manter uma espécie de quota benfiquista na selecção é que vejo razões para o Queiroz convocar algum jogador lampião. Mas quem? O Carlos Martins é um jogador instável, capaz do melhor e do pior e com tendência para a asneira em momentos de pressão (e no Mundial não será protegido pelos árbitros). O Fábio Coentrão é ainda muito verde (juro que não é provocação - simplesmente, temo o pior se for ele o defesa lateral esquerdo contra o Brasil ou a Costa do Marfim). Resta o Ruben Amorim, um jogador mediano que só entra nestas contas por ser polivalente. Propositadamente, esqueço o César Peixoto e o Nuno Gomes, porque o Mundial é de futebol e não de passagem de modelos de roupa e penteados, e o Quim, porque para limpar o banco de suplentes já chegam os outros e não consigo levar a sério um guarda-redes que se põe em bicos dos pés para as fotografias.
Por isso, se for preciso assegurar a quota benfiquista na selecção, levem o Ruben Amorim - talvez jogue uns minutinhos no jogo contra a Coreia do Norte.
Ouvi recentemente alguém dizer que, há 2 ou 3 décadas, a espinha dorsal do Benfica vinha do outro lado do rio (Chalana, Carlos Manuel, Diamanttino, etc.); agora, vem do outro lado do Atlântico...
Comentário ao Comentário: Pode ser que tenha razão, mas se ninguém os deixar jogar (Carlos Martins, Coentrão) como podem ganhar experiência de Selecção? Talvez começando pelos jogos-treino... Mas não começaram.
E aqui vão os 24 magníficos ( que serão 23 daqui a um mês):
Guarda Redes: Eduardo; Daniel Fernandes e Beto
Defesas\Médios Defensivos: Zé Castro, Miguel, Ricardo Costa, Rolando, Pepe, Paulo Ferreira; Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Fábio Coentrão, Duda, Raul Meireles.
Médios Ofensivos: Deco, Tiago, Miguel Veloso, Pedro Mendes,
Avançados: Simão Sabrosa, Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida, Liedson, Nani, Dany.
Eu, que não sou encartado em futebolês, achei estranha a ausência de Carlos Martins, Rui Patrício e sobretudo João Moutinho. Sei que o desgraçado do Quim arrastará por muitos anos (quase até ao fim da carreira) a cena dos 6-2 frente ao Brasil, mas quem se lembra desse jogo também se recordará que a Defesa de Portugal que asneou (Bosingwa, Bruno Alves, Pepe, Paulo Ferreira) está quase toda outra vez na Lista do Mister... Ou ainda me vêm dizer que golo é só culpa do "keeper"? Lembrem-se do Barbosa...
Uma anedota da noite de ontem:
"A Federação prescindiu de segurança pessoal na África do Sul. A malta da margem Sul afecta ao Miguel já está a tratar dessa ocorrência...."
segunda-feira, maio 10, 2010
O Frenesim Cozinhático
Já ouviram falar do frenesim dos tubarões enlouquecidos pelo sangue na água? Aquela situação em que o odor e o gosto do sangue se sobrepôe a todos os outros sentidos, levando-os a comportamentos de agressividade que ultrapassam em muito a simples necessidade de se alimentarem? Nadam para a frente e para trás, , sem finalidade aparente , acabando até por se morderem uns aos outros naquela "insanidade mental" causada pelo estímulo exterior. Mordem-se uns aos outros e a tudo o que mexa, seja Homem, Mulher, Criança, Botas da Tropa ou bidons de Crude...
Pois este fim de semana e com as devidas distâncias, entrei num "Frenesim Cozinhático" lá em casa.
Eu explico: Tinha pensado fazer Bacalhau no forno para o Sábado e assar uma perna de Borrego para o Domingo. O Senhorio fez "simpaticamente" saber que "não lhe apetecia bacalhau" já depois do fiel amigo ter sido descongelado. A Senhora Mãe questionou se o Borrego não podia vir com um "arrozinho de forno" em vez das batatas novas da ordem.
O vosso Blogger, depois de ter avaliado a hipótese de os mandar comer atum de lata com um papo-seco, (ementa antiquíssima da marmita do operariado em dia assim-assim dos anos Sessenta) acabou por condescender.
Sábado: Bacalhau no Forno para um (Moi). Salsichas com couve lombardo para outro (Lui) . Domingo: Borrego Assado no Forno com batatas novas e Grelos salteados (Para os Hombres). Arroz de Costela de Borrego com Coentros (para a Madama).
Uma Dica : Ao Fazerem a Perna de Borrego Assada no forno ponham-lhe um pouco mais de molho do que o habitual (mais cebola e chalota) e introduzam também a Costela no mesmo tabuleiro. A meio da assadura da Perna retirem a Costela já quase assada e parte do molho do tabuleiro, o que lhes dá uma bela base para fazerem o arroz de costela de borrego.
A razão da "condescendência" teve também a ver com a economia do esforço braçal para esta semana papal que se avizinha... Já repararam que com tanta variedade o mais certo ( e assim foi) foi terem sobrado restos de bacalhau, de salsichas frescas e de borrego (assado ou em arroz). Estão lá no frigorífico 4 caixas herméticas com este "material" todo à espera de quem o utilize.
Grande vantagem para o aprendiz de "queima-cebolas"!
E , se as individualidades de sangue real que compartilham a minha mesa (mas não os meus trabalhos) não gostarem de restos? Então estará na altura de lhes recomendar a ementa da marmita do operariado em dia magro dos anos Sessenta: meia sardinha e meio papo-seco duro , duas batatas cozidas com a casca.
E já gozam! Antes assim que gozarem comigo!
Raio que os parta...
Pois este fim de semana e com as devidas distâncias, entrei num "Frenesim Cozinhático" lá em casa.
Eu explico: Tinha pensado fazer Bacalhau no forno para o Sábado e assar uma perna de Borrego para o Domingo. O Senhorio fez "simpaticamente" saber que "não lhe apetecia bacalhau" já depois do fiel amigo ter sido descongelado. A Senhora Mãe questionou se o Borrego não podia vir com um "arrozinho de forno" em vez das batatas novas da ordem.
O vosso Blogger, depois de ter avaliado a hipótese de os mandar comer atum de lata com um papo-seco, (ementa antiquíssima da marmita do operariado em dia assim-assim dos anos Sessenta) acabou por condescender.
Sábado: Bacalhau no Forno para um (Moi). Salsichas com couve lombardo para outro (Lui) . Domingo: Borrego Assado no Forno com batatas novas e Grelos salteados (Para os Hombres). Arroz de Costela de Borrego com Coentros (para a Madama).
Uma Dica : Ao Fazerem a Perna de Borrego Assada no forno ponham-lhe um pouco mais de molho do que o habitual (mais cebola e chalota) e introduzam também a Costela no mesmo tabuleiro. A meio da assadura da Perna retirem a Costela já quase assada e parte do molho do tabuleiro, o que lhes dá uma bela base para fazerem o arroz de costela de borrego.
A razão da "condescendência" teve também a ver com a economia do esforço braçal para esta semana papal que se avizinha... Já repararam que com tanta variedade o mais certo ( e assim foi) foi terem sobrado restos de bacalhau, de salsichas frescas e de borrego (assado ou em arroz). Estão lá no frigorífico 4 caixas herméticas com este "material" todo à espera de quem o utilize.
Grande vantagem para o aprendiz de "queima-cebolas"!
E , se as individualidades de sangue real que compartilham a minha mesa (mas não os meus trabalhos) não gostarem de restos? Então estará na altura de lhes recomendar a ementa da marmita do operariado em dia magro dos anos Sessenta: meia sardinha e meio papo-seco duro , duas batatas cozidas com a casca.
E já gozam! Antes assim que gozarem comigo!
Raio que os parta...
Este já ca canta!
SLB Campeão Nacional 2009\2010!
Suando até ao fim. Mas soube até melhor o Campeonato com tanta luta que deu o Braga. Mauzinho o Sr Domingos Paciência, comentando que neste campeonato o Benfica passou um terço a jogar contra 10... Não era necessário esse mau perder na ponta final.
Teremos equipa para o ano? Pode ser que sim ou que não... Depende do dinheiro que estejam dispostos a pagar. Mas essa preocupação deixaremos lá mais para o Verão, depois do Mundial.
Esse sim será a "Estrela da Companhia" nos próximos meses. Muito sinceramente duvido que Portugal tenha uma equipa candidata ao topo... Mas como a bola é redonda e jogam 11 para cada lado pode ser que haja milagres... No fim de contas até temos cá o Papa.
Pergunta a Carlos Queiroz: convocará alguém do SLB?
Não foi para ofender!
Suando até ao fim. Mas soube até melhor o Campeonato com tanta luta que deu o Braga. Mauzinho o Sr Domingos Paciência, comentando que neste campeonato o Benfica passou um terço a jogar contra 10... Não era necessário esse mau perder na ponta final.
Teremos equipa para o ano? Pode ser que sim ou que não... Depende do dinheiro que estejam dispostos a pagar. Mas essa preocupação deixaremos lá mais para o Verão, depois do Mundial.
Esse sim será a "Estrela da Companhia" nos próximos meses. Muito sinceramente duvido que Portugal tenha uma equipa candidata ao topo... Mas como a bola é redonda e jogam 11 para cada lado pode ser que haja milagres... No fim de contas até temos cá o Papa.
Pergunta a Carlos Queiroz: convocará alguém do SLB?
Não foi para ofender!
sexta-feira, maio 07, 2010
Para Descansar a Vista
Antes que o Vulcão faça outra vez das suas e antecipando noite de Festa para os lados da 2ª Circular no Domingo (Já bati na madeira três vezes) vamos hoje falar de Alegria.
Da alegria associada ao dever cumprido, do riso que vem de dentro e espelha na cara o que de bom se passou nas vidas de todos, da - enfim - melancolia boa que traduz tudo termos feito, mesmo tudo, para concretizar qualquer evento, sendo-nos assim pelo menos gratificante repousar a cabeça à noite em Paz e deixar para os outros as conclusões, tal como o Senhor Gonçalo Mendes ao fim de "95 anos de idade e 80 anos de combates"...
E se as coisas derem para o "torto"? E se o Campeão for de Braga? E se chover neste Verão? E se ....?
Mesmo assim será preciso Rir. De facto, "se nada formos, nada nos fará falta".
Nada Nos Falta, porque Nada Somos
Ao longe os montes têm neve ao sol,
Mas é suave já o frio calmo
Que alisa e agudece
Os dardos do sol alto.
Hoje, Neera, não nos escondamos,
Nada nos falta, porque nada somos.
Não esperamos nada
E temos frio ao sol.
Mas tal como é, gozemos o momento,
Solenes na alegria levemente,
E aguardando a morte
Como quem a conhece.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
E nunca nos esqueçamos que, como dizia Simone Weil, " A Alegria é a nossa Evasão do Tempo".
Da alegria associada ao dever cumprido, do riso que vem de dentro e espelha na cara o que de bom se passou nas vidas de todos, da - enfim - melancolia boa que traduz tudo termos feito, mesmo tudo, para concretizar qualquer evento, sendo-nos assim pelo menos gratificante repousar a cabeça à noite em Paz e deixar para os outros as conclusões, tal como o Senhor Gonçalo Mendes ao fim de "95 anos de idade e 80 anos de combates"...
E se as coisas derem para o "torto"? E se o Campeão for de Braga? E se chover neste Verão? E se ....?
Mesmo assim será preciso Rir. De facto, "se nada formos, nada nos fará falta".
Nada Nos Falta, porque Nada Somos
Ao longe os montes têm neve ao sol,
Mas é suave já o frio calmo
Que alisa e agudece
Os dardos do sol alto.
Hoje, Neera, não nos escondamos,
Nada nos falta, porque nada somos.
Não esperamos nada
E temos frio ao sol.
Mas tal como é, gozemos o momento,
Solenes na alegria levemente,
E aguardando a morte
Como quem a conhece.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
E nunca nos esqueçamos que, como dizia Simone Weil, " A Alegria é a nossa Evasão do Tempo".
quinta-feira, maio 06, 2010
O Caso dos Gravadores Furtados...
RR Mexilhão! O Senhor Deputado Ricardo Rodrigues (Vice Presidente da bancada do PS) parece que descontente pela forma como uma entrevista lhe estava a correr (feita por dois jornalistas da Sábado) não esteve de modas e ausentou-se das "premissas" pondo discretamente ao bolso os gravadores onde os infaustos dizeres estariam registados!
Há o Direito à Indignação! Pois claro. A "velha" Nemesis dos gregos clássicos! Mas expresso desta forma um pouco - digamos - à la mode do Homem das Cavernas é que não estamos habituados a ver...
O jornalista é por norma chato. Deve ser chato. Tem obrigação de ser chato e incómodo... Faz parte da descrição de funções. E só assim presta um bom serviço ao Público (não ao jornal! Ao povo mesmo).
A "Indignação" dos poderes pela "insolência" mediática , faz com que estes sintam na pele a tentação do controlo de tudo e mais alguma coisa. A tentação de "estender o manto diáphano da phantasia" por cima da realidade nua e crua.
Todos o sabemos e todos temos visto, ouvido e lido as consequências destas manobras (TVI's, Prisas e etc...). Não é de agora, nem acabará aqui , este exercício mais ou menos violento do pretenso Direito à Indignação. Existem alguns precedentes, devidamente comentados . Os de que me recordo são do futebol:
* Por exemplo naquele jogo na América Latina, onde - descontente com a arbitragem - um dos avançados de uma equipa roubou o Apito ao árbitro e fugiu com ele para fora do campo...
* Ou ainda aquele defesa central do nosso futebolzinho de praia, que não era muito alto mas raramente perdia uma bola de cabeça na grande área. Porquê? Porque discretamente puxava os calções dos avançados para baixo no início da impulsão... Um dia (uma tarde) apareceu no chão com o sobrolho aberto...
* Há também casos mais tenebrosos, como aquele em que , depois da final perdida do Brasil com o Uruguai, no Mundial de 1950 ( na inauguração do mítico Maracanã, em pleno Rio de Janeiro à espera da Festa) o desgraçado do guarda-redes brasileiro Barbosa - que "frangou" o golo que deu a vitória ao Uruguai - por causa das muitas ameaças de morte dos torcedores furiosos esteve algum tempo sob vigilância policial... E nas suas memórias conta que, debaixo dessa "vigilância" , era tratado quase como se fosse um preso comum pelos próprios policias que o deviam proteger...
Se esta moda de fazer desaparecer aquilo que nos incomoda pega, ainda arranjamos alguns sarilhos...
Querem ver:
- A conta do Restaurante é "salgada" de mais? Espera aí que levo a Máquina Registadora para casa.
- O Filme que fui ver era uma grande bodega? Espera aí que já vou deitar fogo à sala de projecção.
- Chumbei no Exame de alguma cadeira? Espera aí que já vou dar uns tiritos ao Prof.
- As novas Regras da Aposentação não me servem? Espera aí que vou já provocar um terramoto em S. Bento na altura da sessão plenária com o Governo.
- O País está de "tanga"?Já não se pode aguentar? Espera aí que vou já cortar a Europa pelo meridiano de Badajoz!.
Nota: Imagem de uma antiga ânfora grega onde estão representadas as deusas Nemesis (Deusa do Direito à Justa Indignação) e Tykhe (Deusa da Sorte).
NEMESIS was the goddess of indignation against, and retribution for, evil deeds and undeserved good fortune. She was a personification of the resentment aroused in men by those who commited crimes with apparent impunity, or who had inordinate good fortune.
Nemesis directed human affairs in such a way as to maintain equilibrium. Her name means she who distributes or deals out. Happiness and unhappiness were measured out by her, care being taken that happiness was not too frequent or too excessive. If this happened, Nemesis could bring about losses and suffering. As one who checked extravagant favours by Tykhe (Fortune), Nemesis was regarded as an avenging or punishing divinity.
Há o Direito à Indignação! Pois claro. A "velha" Nemesis dos gregos clássicos! Mas expresso desta forma um pouco - digamos - à la mode do Homem das Cavernas é que não estamos habituados a ver...
O jornalista é por norma chato. Deve ser chato. Tem obrigação de ser chato e incómodo... Faz parte da descrição de funções. E só assim presta um bom serviço ao Público (não ao jornal! Ao povo mesmo).
A "Indignação" dos poderes pela "insolência" mediática , faz com que estes sintam na pele a tentação do controlo de tudo e mais alguma coisa. A tentação de "estender o manto diáphano da phantasia" por cima da realidade nua e crua.
Todos o sabemos e todos temos visto, ouvido e lido as consequências destas manobras (TVI's, Prisas e etc...). Não é de agora, nem acabará aqui , este exercício mais ou menos violento do pretenso Direito à Indignação. Existem alguns precedentes, devidamente comentados . Os de que me recordo são do futebol:
* Por exemplo naquele jogo na América Latina, onde - descontente com a arbitragem - um dos avançados de uma equipa roubou o Apito ao árbitro e fugiu com ele para fora do campo...
* Ou ainda aquele defesa central do nosso futebolzinho de praia, que não era muito alto mas raramente perdia uma bola de cabeça na grande área. Porquê? Porque discretamente puxava os calções dos avançados para baixo no início da impulsão... Um dia (uma tarde) apareceu no chão com o sobrolho aberto...
* Há também casos mais tenebrosos, como aquele em que , depois da final perdida do Brasil com o Uruguai, no Mundial de 1950 ( na inauguração do mítico Maracanã, em pleno Rio de Janeiro à espera da Festa) o desgraçado do guarda-redes brasileiro Barbosa - que "frangou" o golo que deu a vitória ao Uruguai - por causa das muitas ameaças de morte dos torcedores furiosos esteve algum tempo sob vigilância policial... E nas suas memórias conta que, debaixo dessa "vigilância" , era tratado quase como se fosse um preso comum pelos próprios policias que o deviam proteger...
Se esta moda de fazer desaparecer aquilo que nos incomoda pega, ainda arranjamos alguns sarilhos...
Querem ver:
- A conta do Restaurante é "salgada" de mais? Espera aí que levo a Máquina Registadora para casa.
- O Filme que fui ver era uma grande bodega? Espera aí que já vou deitar fogo à sala de projecção.
- Chumbei no Exame de alguma cadeira? Espera aí que já vou dar uns tiritos ao Prof.
- As novas Regras da Aposentação não me servem? Espera aí que vou já provocar um terramoto em S. Bento na altura da sessão plenária com o Governo.
- O País está de "tanga"?Já não se pode aguentar? Espera aí que vou já cortar a Europa pelo meridiano de Badajoz!.
Nota: Imagem de uma antiga ânfora grega onde estão representadas as deusas Nemesis (Deusa do Direito à Justa Indignação) e Tykhe (Deusa da Sorte).
NEMESIS was the goddess of indignation against, and retribution for, evil deeds and undeserved good fortune. She was a personification of the resentment aroused in men by those who commited crimes with apparent impunity, or who had inordinate good fortune.
Nemesis directed human affairs in such a way as to maintain equilibrium. Her name means she who distributes or deals out. Happiness and unhappiness were measured out by her, care being taken that happiness was not too frequent or too excessive. If this happened, Nemesis could bring about losses and suffering. As one who checked extravagant favours by Tykhe (Fortune), Nemesis was regarded as an avenging or punishing divinity.
quarta-feira, maio 05, 2010
Em Évora de Catedral em Catedral
Primeiro as Obrigações: acompanhados pelo douto saber do Dr Eduardo Silva - Cónego e Deão do Cabido da Sé - visitámos a Catedral, velha de mais de 800 anos, começada ainda no século XII (segundo alguns defendem) mas só terminada no início do século XIII (1308?). Tem agora adjacente um belo Museu de Arte Sacra, que alberga as antigas peças do Tesouro da Sé, obra de Carrilho da Graça , paga pelos fundos da Arquidiocese, está claro. Vale a pena ver! Algumas destas maravilhas medievais estão também referenciadas no nosso último livro do Prof. Galopim (o filho do "dinossauro").
Seguiu-se a visita pedonal de mais de três horas pelas ruas e locais de maior interesse ( não esquecendo a célebre Janela da Casa de Garcia de Resende, que deu a Maluda e aos Correios de Portugal um dos Prémios de "Melhor Selo do Mundo" da sua história filatélica).
Já pelas 13h, apertando o estômagozinho, abeirámo-nos da "outra" Catedral de Évora: Restaurante dos irmãos Fialho à Travesa das Mascarenhas, mesmo colado ao Largo do Teatro Garcia de Resende.
À nossa espera uma mostra daquilo que a sabedoria gastronómica transtagana tem para oferecer aos viandantes neste início de Primavera (cheio de Sol, mas ventoso que baste...):
Ovos de codorniz com paio de porco alentejano; Túberas (não confundir com Túbaros, Senhores! Como dizia o Chico Anísio: "Também Gosto! Mas...não é a mesma coisa!") são as nossas trufas brancas do Alentejo, boas de qualquer maneira, nem que seja simplesmente grelhadas com sal; Queijetas de Évora; Presunto de Barrancos; Paio grosso de Portalegre; Empadas de galinha (soberbas!): Pastéis de vitela em massa tenra (fenomenais!).
Depois uma Coentrada de cação avinagrada ao ponto. Para terminar um Borreguinho assado no forno, com sua salada de alface, orégãos, hortelã pimenta e cebola miúda.
Uma variedade de doces conventuais - Enxarcada, Sericá com ameixa, Fidalgo - terminou este almoço.
Bebeu-se Branco e Tinto da Albernoa (está-me a gora a cair no goto esta sub- região vinícola, além do mais pela boa relação qualidade\preço!) o Branco de 2008 da Casa de Santa Vitória, o Tinto foi o Reserva 2007 da Herdade dos Grous.
Atestados de boa-aventurança e de bem com o mundo todo, mesmo incluindo as Agências de rating, lá seguimos para Lisboa. A delegação japonesa acho que só abriu os olhos lá para as 6 da tarde, a tempo de ver o Tejo de cima da Ponte velha...
Aposta mais uma vez ganha pelo Blogger! De admirar seria se assim não fosse, pela categoria das duas catedrais, já se sabe...
Seguiu-se a visita pedonal de mais de três horas pelas ruas e locais de maior interesse ( não esquecendo a célebre Janela da Casa de Garcia de Resende, que deu a Maluda e aos Correios de Portugal um dos Prémios de "Melhor Selo do Mundo" da sua história filatélica).
Já pelas 13h, apertando o estômagozinho, abeirámo-nos da "outra" Catedral de Évora: Restaurante dos irmãos Fialho à Travesa das Mascarenhas, mesmo colado ao Largo do Teatro Garcia de Resende.
À nossa espera uma mostra daquilo que a sabedoria gastronómica transtagana tem para oferecer aos viandantes neste início de Primavera (cheio de Sol, mas ventoso que baste...):
Ovos de codorniz com paio de porco alentejano; Túberas (não confundir com Túbaros, Senhores! Como dizia o Chico Anísio: "Também Gosto! Mas...não é a mesma coisa!") são as nossas trufas brancas do Alentejo, boas de qualquer maneira, nem que seja simplesmente grelhadas com sal; Queijetas de Évora; Presunto de Barrancos; Paio grosso de Portalegre; Empadas de galinha (soberbas!): Pastéis de vitela em massa tenra (fenomenais!).
Depois uma Coentrada de cação avinagrada ao ponto. Para terminar um Borreguinho assado no forno, com sua salada de alface, orégãos, hortelã pimenta e cebola miúda.
Uma variedade de doces conventuais - Enxarcada, Sericá com ameixa, Fidalgo - terminou este almoço.
Bebeu-se Branco e Tinto da Albernoa (está-me a gora a cair no goto esta sub- região vinícola, além do mais pela boa relação qualidade\preço!) o Branco de 2008 da Casa de Santa Vitória, o Tinto foi o Reserva 2007 da Herdade dos Grous.
Atestados de boa-aventurança e de bem com o mundo todo, mesmo incluindo as Agências de rating, lá seguimos para Lisboa. A delegação japonesa acho que só abriu os olhos lá para as 6 da tarde, a tempo de ver o Tejo de cima da Ponte velha...
Aposta mais uma vez ganha pelo Blogger! De admirar seria se assim não fosse, pela categoria das duas catedrais, já se sabe...
terça-feira, maio 04, 2010
Visita de trabalho a Évora
Estou agora mesmo de partida para o Alentejo com a delegação do Japão - que insistiu em visitar demoradamente a nossa Cidade de Évora (Património da Humanidade).
Ideias para a Emissão conjunta podem sair desta visita.
Amanhã darei notícias disso e do almocinho...
Ideias para a Emissão conjunta podem sair desta visita.
Amanhã darei notícias disso e do almocinho...
segunda-feira, maio 03, 2010
Dia do Sol
Parece que hoje se comemora o Dia Mundial do Sol. Ainda bem... Depois da "noite" que foi este fim-de-semana (em vários sentidos, incluindo, mas não apenas, o futebolístico) eu já precisava - nem que fosse metaforicamente - do calorzinho benfazejo do Astro-Rei nas delicadas fuças...
Ontem foi Dia da Mãe... A "cena" começou na véspera , quando foi proposto à Real-Senhora o que desejaria almoçar no Domingo.
-"Cabritinho? Peixe assado no forno? "
-"Qual Quê!! Quero antes Bacalhau à Gomes de Sá... Já não o como desde o Natal!"
O Blogger tinha tido a má sorte de se esquecer que o Sábado era 1º de Maio. El Corte Inglês "cerrado"... Continentes e outros que tais, "chiusos". Como tinha deixado para a última hora a compra da prenda colectiva (minha e do Senhorio) para a Senhora Mãe\Avó, estão mesmo a ver como estava a ficar "tramado" ...
Tínhamos decidido dar-lhe um telemóvel dedicado aos "Seniores", um AEG de abrir e fechar com teclas muito grandes no interior, números de emergência bem visíveis, carregador grande e mais fácil de se encontrar...Sempre tem mais de 80 anos.
Parece que estes TM's para Séniores são raros... Depois de muito procurar nos poucos lugares abertos neste 1º de Maio, lá consegui encontrar um . Entretanto tinha perdido a manhã de Sábado. Comprei um pedaço de leitão na Meta do Colombo e estava o almoço feito.
Dediquei parte da noite a ir adiantando o bacalhau. Desconfiado das batatas que estavam na cozinha ainda perguntei.
-" Estas batatas são da quinta?"
- "Tenho lá cabeça para saber essas coisas! São batatas e pronto. Vêm da terra como as outras!"
Deixei descascadas e em água com um fio de vinagre, as batatas duvidosas, as cebolas, as chalotas e os alhos. Pus em cima do fogão os tachos e a sertã onde devia trabalhar no dia seguinte.
Chegado o Domingo lá fui para o El Corte fazer o que deveria ter feito na véspera, as compritas da semana.
Das 11h às 13h não parei de esbracejar junto dos fogões. Infelizmente a batata era mole como as papas, decerto comprada pela minha "santa" para fritar, em revolta vingativa contra as que trazemos lá de cima da Beira Alta, que - como se costuma dizer - dão 10 a 0 a estas coisas feitas em estufas...
Não sei se já tentaram fazer Bacalhau à Gomes de Sá com batatas destas? É para esquecer... Acabei por decidir não cortá-las às rodelas, pois à medida que o fazia em vez de rodelas de batata ficava com puré.
O Bacalhau- esse sim, do bom mesmo, cura antiga, comprado em Ílhavo - olhava desdenhosamente para aquela péssima companhia que eu lhe tinha dado... salvou-se ele, as cebolas e os alhos.
Já à mesa as críticas ferviam:
-" Tu tens a mania que sabes cozinhar? Olha que linda coisa aqui está apresentada!" ; " Está tudo a desfazer-se!" ; "Mais valia teres ido comprar um frango assado!"
- "Olhe que o problema é das batatas, que não prestavam. Eu ainda lhe perguntei de onde eram..."
-" Quais batatas quais quê! O bom cozinheiro cozinha com quaisquer batatas! falta de jeito é o que é!"
Quando foi da entrega da prenda ainda pior:
-" Mas o que é isto aqui tão grande?"
- "São as teclas, para se verem melhor os números"
-" Que coisa mais mal amanhada! Isto é para velhos!"
-" É um TM feito para pessoas de idade, com muitas facilidades" (ajudava o meu senhorio à festa...)
-"Eu ainda não estou Velha ouviram?! Velhos são os Trapos! O que V. querem é pôr-me nalgum lar para ficarem à vontade!"
Aqui, devo confessar, não tive muita coragem para negar a diatribe... não era bem pô-la num Lar, era mais eu partir para a Patagónia, onde dizem que as comunicações fixas e móveis (graças a Deus) são quase impossíveis de conseguir...
Para piorar ainda mais este Dia Negro, já todos sabem a figura de urso que o meu Benfica fez essa noite nas Antas, entrando de àguia ao alto, em voo altaneiro para o Título, para sair de "sendeiro" e rabo entre as pernas... e nem o resultado do "seu" Sporting ajudou ao bem-estar anímico do meu Senhorio. Imaginem as "trevas" e o ranger de dentes que se faziam sentir lá por casa, ontem à noite.
Chiça, penico, chapéu de coco!
Venha então o Sol alegrar esta negritude que trago na Alma...
O que vale é que levo hoje o Sr Morita - Gostou tanto disto que está outra vez de regresso!! - a almoçar ao Sr Emílio, à Tia Matilde! Só espero que os "jovens" 89 anos do Sr Emílio - sempre presente a receber os convivas na sua magnífica casa de bem comer - não lhe tenham dado para embirrar comigo, em simpatia clubística pelo team dos "oitentas"...
Que vivam muitos anos e bons todos os nossos "oitentas"!... Mas relativamente afastados do meu bigode se fizerem favor. Pelo menos nos dias mais próximos, que ainda me dói a moleirinha dos trambolhos que ouvi...
Obrigado!
Ontem foi Dia da Mãe... A "cena" começou na véspera , quando foi proposto à Real-Senhora o que desejaria almoçar no Domingo.
-"Cabritinho? Peixe assado no forno? "
-"Qual Quê!! Quero antes Bacalhau à Gomes de Sá... Já não o como desde o Natal!"
O Blogger tinha tido a má sorte de se esquecer que o Sábado era 1º de Maio. El Corte Inglês "cerrado"... Continentes e outros que tais, "chiusos". Como tinha deixado para a última hora a compra da prenda colectiva (minha e do Senhorio) para a Senhora Mãe\Avó, estão mesmo a ver como estava a ficar "tramado" ...
Tínhamos decidido dar-lhe um telemóvel dedicado aos "Seniores", um AEG de abrir e fechar com teclas muito grandes no interior, números de emergência bem visíveis, carregador grande e mais fácil de se encontrar...Sempre tem mais de 80 anos.
Parece que estes TM's para Séniores são raros... Depois de muito procurar nos poucos lugares abertos neste 1º de Maio, lá consegui encontrar um . Entretanto tinha perdido a manhã de Sábado. Comprei um pedaço de leitão na Meta do Colombo e estava o almoço feito.
Dediquei parte da noite a ir adiantando o bacalhau. Desconfiado das batatas que estavam na cozinha ainda perguntei.
-" Estas batatas são da quinta?"
- "Tenho lá cabeça para saber essas coisas! São batatas e pronto. Vêm da terra como as outras!"
Deixei descascadas e em água com um fio de vinagre, as batatas duvidosas, as cebolas, as chalotas e os alhos. Pus em cima do fogão os tachos e a sertã onde devia trabalhar no dia seguinte.
Chegado o Domingo lá fui para o El Corte fazer o que deveria ter feito na véspera, as compritas da semana.
Das 11h às 13h não parei de esbracejar junto dos fogões. Infelizmente a batata era mole como as papas, decerto comprada pela minha "santa" para fritar, em revolta vingativa contra as que trazemos lá de cima da Beira Alta, que - como se costuma dizer - dão 10 a 0 a estas coisas feitas em estufas...
Não sei se já tentaram fazer Bacalhau à Gomes de Sá com batatas destas? É para esquecer... Acabei por decidir não cortá-las às rodelas, pois à medida que o fazia em vez de rodelas de batata ficava com puré.
O Bacalhau- esse sim, do bom mesmo, cura antiga, comprado em Ílhavo - olhava desdenhosamente para aquela péssima companhia que eu lhe tinha dado... salvou-se ele, as cebolas e os alhos.
Já à mesa as críticas ferviam:
-" Tu tens a mania que sabes cozinhar? Olha que linda coisa aqui está apresentada!" ; " Está tudo a desfazer-se!" ; "Mais valia teres ido comprar um frango assado!"
- "Olhe que o problema é das batatas, que não prestavam. Eu ainda lhe perguntei de onde eram..."
-" Quais batatas quais quê! O bom cozinheiro cozinha com quaisquer batatas! falta de jeito é o que é!"
Quando foi da entrega da prenda ainda pior:
-" Mas o que é isto aqui tão grande?"
- "São as teclas, para se verem melhor os números"
-" Que coisa mais mal amanhada! Isto é para velhos!"
-" É um TM feito para pessoas de idade, com muitas facilidades" (ajudava o meu senhorio à festa...)
-"Eu ainda não estou Velha ouviram?! Velhos são os Trapos! O que V. querem é pôr-me nalgum lar para ficarem à vontade!"
Aqui, devo confessar, não tive muita coragem para negar a diatribe... não era bem pô-la num Lar, era mais eu partir para a Patagónia, onde dizem que as comunicações fixas e móveis (graças a Deus) são quase impossíveis de conseguir...
Para piorar ainda mais este Dia Negro, já todos sabem a figura de urso que o meu Benfica fez essa noite nas Antas, entrando de àguia ao alto, em voo altaneiro para o Título, para sair de "sendeiro" e rabo entre as pernas... e nem o resultado do "seu" Sporting ajudou ao bem-estar anímico do meu Senhorio. Imaginem as "trevas" e o ranger de dentes que se faziam sentir lá por casa, ontem à noite.
Chiça, penico, chapéu de coco!
Venha então o Sol alegrar esta negritude que trago na Alma...
O que vale é que levo hoje o Sr Morita - Gostou tanto disto que está outra vez de regresso!! - a almoçar ao Sr Emílio, à Tia Matilde! Só espero que os "jovens" 89 anos do Sr Emílio - sempre presente a receber os convivas na sua magnífica casa de bem comer - não lhe tenham dado para embirrar comigo, em simpatia clubística pelo team dos "oitentas"...
Que vivam muitos anos e bons todos os nossos "oitentas"!... Mas relativamente afastados do meu bigode se fizerem favor. Pelo menos nos dias mais próximos, que ainda me dói a moleirinha dos trambolhos que ouvi...
Obrigado!
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