sexta-feira, março 30, 2007

O País Político


Novos resultados do Barómetro TSF\DN\JN\MARTEST:

PS - 46.5%

PSD - 26%

PCP - 9%

BE - 9%

CDS - 6%


Mantêm as distâncias os dois maiores Partidos. PCP e BE praticamente colados e CDS (o que se estranha) sobe um pouco apesar da "peixeirada".

Em relação aos Leaders:
Observa-se uma queda generalizada de José Sócrates e de Marques Mendes (mais de 10 pontos percentuais cada um).
+++++++
Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã sobem e atingem quase que uma marca histórica de apreciação positiva. De notar que esta sondagem apanha a realização das grandes manifestações de rua contra o Governo...
+++++++
José Ribeiro e Castro continua mal...






António Lopes Vieira mete Água na Revista dos Vinhos


Numa entrevista publicada na Revista de Vinhos e feita por João Paulo Martins a António Lopes Vieira - que por ter sido quem foi (ou quem julgava que era) deveria ter mais juízo - lê-se uma afirmação de estarrecer:

"Que o local onde comi o melhor peixe do mundo foi em Estocolmo"

"Que, em Portugal e no local onde moro - Cascais - trabalha-se por norma mal o Peixe"

"Que os melhores restaurantes de Cascais são os que não têm peixe na carta"

"Que afogam (em Cascais) os Peixes em montanhas de Sal e de Pão (!!!)"

E por aí fora uma série de dislates completa e própria de quem ou não sabe comer ou, o que será mais natural, disso já se esqueceu.

A idade não perdoa e é triste ver a senilidade tomar ( e tão cedo) conta de uma pessoa...

Também daqui a alguns anos quem se lembrará de semelhante avantesma?

Afonso Lopes Vieira (falecido em 1946) é e será sempre o Poeta de S. Pedro de Moel ... Este aqui com o nome parecido não passa de uma miragem ...


quarta-feira, março 28, 2007

Morreu um Amigo


Há bem pouco tempo tinha este Amigo ajudado a animar o primeiro almoço do nosso Blog.

Faleceu a 23 de Março fulminado por uma terrível bactéria que iludiu todos os esforços das equipas médicas que o trataram.

Reproduzo, com a devida vénia, a nota obituária da Direcção da Associação de Quadros Consultores em África:

PAULO SALDANHA PALHARES

Vice-Presidente da Associação de Quadros Consultores em África, que idealizou, a ele se deve o entusiasmo, dinamismo, perseverança e conselho sempre pronto e inteligente com que impulsionou e se empenhou no desenvolvimento deste projecto.

O Paulo nasceu em Luanda há 59 anos e foi um cidadão do Mundo. Licenciou-se em Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico e tinha um MBA em Gestão Internacional da European University de Lisboa.

Ingressou nos CTT em 1974 onde foi gestor de projectos e exerceu importantes cargos de chefia e direcção em áreas como Engenharia Postal e Sistemas, Encaminhamentos, Tratamento e Mecanização Postal, Manutenção, Operações e Sistemas de Informação de Recursos Humanos.

Foi Perito Regional para os Países Africanos de Expressão Portuguesa, na União Postal Universal, Director Adjunto da Administração da TDC e Consultor Postal em e-learning e projectos de modernização e desenvolvimento dos serviços postais, nos países Lusófonos.

O Paulo era também um desportista de grande ânimo e possuidor de elevados e exigentes padrões morais, humanos e profissionais.

Era o Paulo certamente tudo isto que ficou dito. Mas era sobretudo um Amigo Grande e Dedicado e um Homem íntegro.

To a Distant Friend

William Wordsworth (1770–1850)


WHY art thou silent? Is thy love a plant
Of such weak fibre that the treacherous air
Of absence withers what was once so fair?
Is there no debt to pay, no boon to grant?

Yet have my thoughts for thee been vigilant,
Bound to thy service with unceasing care—
The mind’s least generous wish a mendicant
For nought but what thy happiness could spare.

Speak!—though this soft warm heart, once free to hold
A thousand tender pleasures, thine and mine,
Be left more desolate, more dreary cold
......
Than a forsaken bird’s-nest fill’d with snow
’Mid its own bush of leafless eglantine—
Speak, that my torturing doubts their end may know!

terça-feira, março 27, 2007

ARRIBA Salazar!


Já se esperava há alguns dias, mas hoje vêm os jornais cheios da notícia: O Sr. Doutor Oliveira Salazar foi o Vencedor do concurso destinado a eleger o "Melhor Português de Sempre" promovido pela Televisão Pública e tendo por base as votações dos seus Telespectadores...

E esta hein? O velho Botas deve estar a dar voltas na campa de Santa Comba a rir-se até mais não.

Eu também acho este resultado hilariante e sintomático do pior que o mundo dos nossos dias tem: a demagogia barata que vende jornais e faz crescer as audiências através da realização de pseudo-eleições "populares".

Temos as "Maravilhas do Mundo" , as "Maravilhas de Portugal" , temos também os "Grandes Portugueses". É só votar santinhos!

Até me admiro porque é que não transformam os processos eleitorais em votações deste tipo? Assim poupava-se uma data de massa ao Estado e punha-se a leilão a TV que organizaria o "Processo Eleitoral". O Governo (fosse ele qual fosse) ainda amealhava com o valor do Leilão. O que acham?

Em vez do Dr. Pedro Magalhães teríamos a fazer os comentários da "Noite das Eleições" o Conde de Chateau Blanc e a Lili Caneças! O Povão adoraria e era lucro para todos...

E quem ganharia as eleições? O que é que isso interessa? Os Portugueses nunca gostaram nem de se governar nem de serem governados (como dizia o antigo general Romano que para aqui esteve)...

Pois então Salazar! E ainda dizem que temos o Governo que merecemos. Eu acho que não. Para mim era a Extrema Direita ao Poder e Já!

Podia ser que assim se acalmassem estas virgens televisivas de vários sexos, cheias de calor do cio mas sem coragem para se assumirem e saírem do armário.

A vantagem desta pouca vergonha vai ser verificar o que vai fazer a "Prostituta da Babilónia" , a TV Pública que se vende por mais umas migalhas de audiências, com este vencedor...

Vou-me rir até chorar com a Gala que têm de fazer no Domingo que vem... Toma lá que é para aprenderes ( a ser honesta)!!



segunda-feira, março 26, 2007

As Galinholas no Prato




Almoço de Sábado, fazendo a ponte para o Portugal-Bélgica que havia de ser o do nosso encanto e encontro aprazado com as galinholas.


Começaram as hostilidades com um Espumante de Alvarinho Soalheiro de 2003. Muito fresco. a saber à casta, mas para mim demasiado gasoso... E não foi snobismo de ter ainda no palato o gosto de alguns Champagnes muito bons.

De todas as formas é este Soalheiro Espumante Bruto (a 11,85€ na "Coisas do Arco do Vinho") um belo aperitivo para um fim de tarde.

Acompanhou percebes da nossa costa atlântica e santolas simplesmente cozidas e desfiadas na sua casca.

Para a Galinhola estufada em Armagnac escolheu-se um Passadouro Reserva de 2004, Grande Tinto do Douro já aqui comentado e elogiado (a 32,50€ a garrafa, também na garrafeira já citada). Pujante, espesso e de encher completamente o palato, respondeu em tom igual à famosa galinhola.

Estas ultimas tinham sido limpas e estripadas e o conteúdo das tripas foi aproveitado para fazer o Paté de galinhola (miscigenado em manteiga). Depois foram coradas, puxadas num pouco de Armagnac e estufadas, tendo o acompanhamento sido constituído por batatas pequenas assadas, arroz dos miúdos das galinholas e castanhas .

De cair para o lado... Antes de abandonarmos o prato principal houve ainda ocasião de se comerem os miolos, trazidos à mesa como manda a tradição, dentro das cabeças armadas do longo bico ponteagudo.

Acabou-se este almoço com Romeus e Julietas Robustos de dupla cinta dourada e com um Single Malte de 12 anos mas muito antigo na casa (com cinta fiscal de 1980 imagine-se!) . Estava tão suave que parecia seda na nossa boca.






sexta-feira, março 23, 2007

O Fim da Pesca Artesanal



Tem Portugal a sorte de possuir um larguíssimo ponto de encontro com o Mar, ao longo dos quase 900 Km de costa que se estendem de Vila Nova de Cerveira a Vila Real de Santo António.

Nessas localidades sempre existiu azáfama de mareantes, pescadores que em todo o tipo de embarcações se dedicavam às artes da pesca, desde a singela pesca à linha ou à toneira até à antiga e honrada "arte xávega" própria das traineiras de arrasto e onde os Bois contribuem para o êxito da faina marítima, puxando as redes para a praia.

A sobreexploração das reservas marítimas teve por consequência a cada vez menor importância desta faina artesanal de pesca "à vista da costa" , tão importante para apoiar as economias caseiras da gente boa - de Olhão à Gafanha da Nazaré e por aí acima, até Viana.

Para o gastrónomo empedernido esta ausência de barcos no mar tem consequências. Logo em primeiro lugar a raridade do peixe da nossa costa (por ser cada vez menos e por não haver quem o apanhe) e em seguida o preço inaudito a que o pouco que há chega aos nossos pratos.

Neste início da Primavera, onde várias espécies de peixes das nossas águas se apresentam no seu melhor (o Sargo, o Linguado Rosa, o Goraz e o Pargo legítimo) faz pena termos de nos contentar com o Robalo ou com a Dourada de aviário que não nos matam as saudades dos seus parentes selvagens nem com eles permitem qualquer tipo de comparação.

Um amigo meu francês - que tive ocasião de receber por estes dias em Portugal - elogiava tremendamente a Perca e o Rodovalho da sua terra . Perante um Pregado português estalado no forno (no Beira Mar) ficou extasiado...

Há algum tempo também convidei para almoçar o Director Técnico da J.Ecshedé (Impressores de segurança holandeses). Começou por me dizer que não gostava de Peixe. Mesmo assim arrisquei e ofereci-lhe dois singelos salmonetes "em capote" isto é simplesmente grelhados sem escamar. Ao ensinar-lhe como o fígado se devia barrar nas tostas quentes feitas no momento começei a ver que lhe despontava um rasgo de interesse... Quando pela primeira vez meteu o dente naquela carne do outro mundo soube que o tinha conquistado por completo.

E poderia estar aqui a repetir estas histórias sem fim...

Há também contos engraçados, como o daquele "Grande Senhor", Capitão da Indústria Portuguesa que chegou comigo ao Porto de Santa Maria e - perante uma Dourada de Mar magnífica - rematou a refeição dizendo que

-"O gosto até não era mau , mas tinha achado o peixe um pouco rijo!!"

Claro que estava habituado a comer dourada de aviário, mole como as papas...

Devia ser da "raça" do Presidente do Benfica (do passado recente) que bebeu quase até ao fim uma garrafa de Barca Velha completamente passada, dizendo para todos os que o acompanhavam que aquele vinho (que ele conhecia muito bem) era mesmo assim, com aquele gosto... Como é que eu sei isto? Porque estava no mesmo local e provei a garrafa depois de sairem os "impetrantes".

Espanhóis e Japoneses terão tomado conta do Mar português? Para apanhar qualquer coisa é preciso ir cada vez mais longe, negociando as quotas com os Paises da Africa do Norte? E chega tudo aqui já refrigerado?

Ou será que ainda pescamos mas tudo o que se apanha é para exportação? Disseram-me que as douradas , os linguados e robalos maiores chegam ainda vivos a Itália e aos USA se expedidos de Portugal durante a noite... E pagos ao preço do ouro.

Não interessa muito se o resultado final - a escassez do produto nas mesas dos portugueses - for igual.

De todas as formas deixo aqui uma certa nostalgia por um tempo de fartura no mar e na mesa, um tempo onde os pobres comiam peixe. Ainda se lembram?

"Mar
Nunca conseguiu viver longe do mar.
A sua adolescência ficara cheia de dunas e de camarinhas, de falésias e águias, de tempestades, de nomes de barcos e de peixes; de aves e de luz coalhada à roda duma ilha.
Conhecera a ansiedade daqueles que, ao entardecer, olham meio cegos a vastidão incendiada do oceano - e ninguém sabe se esperam alguma coisa, alguma revelação, ou se estão ali sentados, apenas, para morrer.
Aprendera, também, que o mar, aquele mar - tarde ou cedo - só existiria dentro de si: como uma dor afiada, como um vestígio qualquer a que nos agarramos para suportar a melancólica travessia do mundo."

O Anjo Mudo
Al Berto

quinta-feira, março 22, 2007

Peixeirada no "Bairro da Lapa"




Grandes cenas na Política à Portuguesa - bastou o blogger ter-se ausentado uns dias do rincão pátrio...! Não há direito! Então impediram-me de assistir ao Circo?

Estalou o verniz ao "Sr. Conde CDS\PP" e vai de afiambrar à moda do Bairro Alto! Nem pontapés nas canelas terão faltado...

P'rá Frente Palhaços que passa a marcha da Madragoa!

Onde está a Aristocracia? Onde foi parar a Grande Burguesia à moda do Buñuel? Então o cabrito não se deve trinchar sempre de pé?

Sem dinheiro para frequentar o "Eleven" a "banda do taxi" amesendou-se no Antigo Retiro fadista "O Quebra-Bilhas", meteu-se no Verde Tinto e vai de se pôr mesmo (com vossa licença) a partir algumas das bilhas das Senhoras presentes!!

Não se faz! Demonstra falta de educação e abstenção do "five o'clock tea" quando eram pequeninos (as).

"Oh Tio Helder não bata mais na Tia Zézinha que parece mal!! "
E o Povão, embasbacado, comenta que "já não há senhores como antigamente..."

Há sim - digo eu - mas bazaram do Taxi já há algum tempo e hoje andam de transportes públicos. É mais higiénico.


quarta-feira, março 21, 2007

Comer em Paris 2




No sábado passado tive ocasião de visitar dois "clássicos" da Cidade-Luz - clássicos proletários, entenda-se...




As casas de restauração em questão foram:

Café de La Paix
12, bd des Capucines
Tel: 01 40 07 36 36

Le Soufflé
36 rue du Mont-Thabor
1st Arrondissement
Tel: 01.42.60.27.19
Metro: Concorde

A primeira, Brasserie inconfundível e com uma vista deliciosa sobre a Place de L'Opera, está mázinha em termos de comida. A sua compra e actual inclusão na cadeia de Hotéis InterContinental retirou-lhe grande parte do charme de outrora...
Todavia continua adequado para comer umas ostras e beber uma garrafa de Billecart Saumon-Rosé (admirável Champagne).

Duas pessoas, com Champagne, foies gras e ostras devem esperar pagar cerca de 200€.

O outro Restaurante - Le Souflé - a dois passos da Cour des Comptes e do L'Ardoise já aqui referido revelou-se uma agradável surpresa!

Como o nome indica a Casa especializou-se em Souflés, que serve salgados e doces, em enorme variedade (mais de 40 hipóteses de escolha!)

O Menu propôe a 30 € três Souflés: Um de Entrada, um Salgado como prato principal e , por fim , um Souflé de Sobremesa. Vinhos à parte!

De entre os primeiros provei o de Caranguejo, seguido pelo de Salmão e acabei com o Grand Marnier.

Qualquer deles era delicioso.

Ambiente talvez um pouco kitsch, mas muito simpático, com serviço amável e atencioso.
Pouca variedade em termos de escolhas báquicas, mas ainda assim bebeu-se uma garrafa de Côtes du Rhône, La Roche Buissiére de 2003 (39€) muito agradável.
Ter em atenção - só para estimular os "excêntricos" que ganharem o Euro-Milhões - que os Grandes Vinhos Franceses começam nos Restaurantes a 500€ a garrafita...
Alguns exemplos:
Pessac, Léognan Château Haut Brion 1990 - 540€
Paulliac, Château-Mouton Rothschild 1975 - 540€
A partir daqui é sempre a subir...

terça-feira, março 20, 2007

Comer em Paris 1


Jantar na Sexta Feira, depois do lançamento dos Selos Comemorativos do Bicentenário da Cour des Comptes, com o pretexto de conhecer e ouvir Michel Bouvier , grande especialista de Finanças Públicas ( o maior da francofonia e um dos maiores do mundo).


O restaurante escolhido pelos Juízes Conselheiros franceses foi um pequeno bistrot de Paris:


L'Ardoise
28, Rue du Mont Thabor
75001 Paris
telefone - 01 42 96 28 18


O Palais de Cambon (sede da Cour des Comptes) situa-se na Rua do mesmo nome , em pleno centro de Paris, a dois passos da Place Vendôme e da Opera de Paris, rodeado pelas Grandes Casas de Alta Costura e pelos Joalheiros dos Reis, Milionários e Xeques do petróleo.

Aliás, dizem os meus anfitriões com graça, quando se fazem inquéritos questionando os parisienses sobre a Rue de Cambon a maioria reconhece de imediato a sede da Chanel e muito poucos identificam a Cour des Comptes (sinal dos tempos) embora o Palácio onde está situada ocupe um quarteirão...

Ora bem, a tortuosa Rue du Mont Thabor fica a dois passos do Palais de Cambon, fazendo esquina com a Rue de Cambon.

Nela se encontra um pequeno restaurante de ambiente muito parisiense (onde é imprescindível marcação) . Chama-se L'Ardoise porque a ementa se escreve numa grande ardósia (quadro preto da primária, ainda se lembram?) a qual "passeia" de mesa em mesa até que os comensais escolham o que desejam.

Preço fixo de 32€ (sem vinhos) engloba:

- Uma Entrada (escolhemos uma das recomendações do dia "Tartare de Thon au gingembre")

- Um Prato Principal (por ser Sexta Feira da Quaresma o vosso Blogger escolheu "Queues de Langoustines au purée et girroles)

- Uma sobremesa (Millefeuilles aux Figues)

Para beber um Bordéus novo: Graves (Clos Foridéne 2003) a 39€ a garrafa.

Excelente Vinho! Por este preço , em Restaurante, não bebemos melhor em Portugal...

Tudo muito bem feito. Ambiente muito descontraído (até um pouco ruidoso, com muitos franceses na sala, o que se destaca numa zona de Paris tão "stockada" de turistas) e serviço impecável e rápido.

Não é (obviamnete) um restaurante de Autor ou com estrelas no "Miquelino", mas também nele não se pagam 300€ por cabeça, como já me aconteceu noutras "vidas".

Muito Recomendável para quem vai a Paris de passeio e com a família.

Selos de Portugal em Paris


A Convite do Sr. Presidente do Tribunal de Contas desloquei-me a Paris neste fim de Semana para a cerimónia de lançamento dos Selos Postais Comemorativos dos 200 Anos dos Tribunais de Contas na Europa e - ao mesmo tempo - a comemoração dos 200 anos da Cour des Comptes de França.

Cerimónia na Sexta Feira 16, de muita formalidade, com a presença de todos os Presidentes da Cour des Comptes e do Sr. 1º Presidente Philippe Séguin, antigo Presidente do Parlamento (e amigo pessoal de Chirac). Também o Presidente da La Poste Sr. Jean-Paul Bailly esteve presente e discursou.

A série de selos portuguesa comemorativa deste evento estava exposta no Palais de Cambon, em lugar de honra, e o Sr. Séguin no discurso que proferiu referiu-se - com muito apreço - ao contributo dos CTT e de Portugal para esta acção.

Informalmente e como é Adepto ferrenho do PSG (depois de me saber benfiquista) não deixou de se queixar da "má-sorte" do jogo da Luz...

Nesse dia jantámos com o Catedrático da Sorbonne de Finanças Públicas ( e Consultor de vários Governos) Michel Bouvier. Uma oportunidade única de ouvir (maravilhado) um Grande Senhor e de jantar num restaurante tipicamente parisiense - "L'Ardoise".

No Sábado houve a Venda de 1º Dia, também no Palais de Cambon, onde milhares de filatelistas se reuniram para comprar os selos franceses e portugueses.

O Sr. Séguin teve a amabilidade de aí estar outra vez presente - com o Artista Gravador dos selos franceses - para , pessoalmente, receber os filatelistas um a a um e rubricar-lhes a folha de selos.

Fotografias deste evento serão transmitidas pelo T. Contas para nós logo que cheguem de Paris e algumas publicarei aqui no Blog.

A ausência de representantes do Corpo Diplomático português (embora estivessem presentes diplomatas de vários países europeus e de praticamente todos os francófonos extra-europa) não deixou de ser notada ...

Como estavam no local diversas organizações de emigrantes - que muito se emocionaram com a presença dos CTT e de Portugal - pode ter sido essa a razão da ausência...


Temos que nos lembrar que havia grossa manifestação na Segunda Feira seguinte contra o encerramento dos Consulados em França.

quinta-feira, março 15, 2007

Paris


Blogger vai para Paris participar na cerimónia que comemora o Bicentenário da instituição (por Napoleão I) dos Tribunais de Contas em França (e depois na Europa).


Para a semana teremos crónicas sobre o que se passou, sem esquecer alguma escapadela gastronómica...

Comentário "Qualidade CTT"


O nosso "Zé" comenta:

O Leitor levanta sòmente uma ponta vísivel do véu.

É óbvio que o cliente não quer saber dos problemas que afectam o fornecedor , se a Qualidade que ele contratualizou e espera não se realiza vai procurar alternativas, caso as tenha e torna-se "infiel".

A Fidelização dos Clientes faz-se pela Qualidade percebida pelo Cliente e pelo Preço e pelas alternativas que o Mercado lhe oferece, o que não é o caso dos CTT, Monopólio. Há problemas de flexibilidade laboral, só que a forma de as encarar terá sido a mais adequada? Os principais problemas são de Líderança, uma cultura de Monopólio, de Irresponsabilização, Quem vier atrás que feche a Porta, há muito jogo de empata, muita cortinada de fumo, erros comunicação, de percepção do Negócio e sua problemática...

Mais proximidade,mais realidade, realismo e pragmatismo.... menos cultura de Indicadores....Há muito quem perceba e trabalhe para indicadores...assim estará sempre na crista da onda.

O problema da Qualidade é muito mais abrangente...uma cultura de Qualidade liberta, envolve ,chega ao Inívíduo, não constrange, é um processo larvar que se expande a todo o processo, tendo como Objectivo último O Cliente, mas que exige Líderança, proximidade, cultura de Confiança e por arrasto a Marca colhe os frutos desta cultura e prática....logo Clientes Satisfeitos.

Será isto o que hoje existe nos CTT? Há regras claras, éticamente percebidas e aplicadas? A meritocracia e avaliações são as ferramentas para a Diferença?

Paroles...não haverá muita mitificação e comunicação top down? Manda quem pode e obedece quem deve, foi chão que deu uvas numa Sociedade do Conhecimento e de Valorização dos Intangíveis, ou estaremos na época do Karaoke?....Tenham presente que sem Clientes é que não há Negócio...quer se goste ou não são eles que determinam aquilo que as Empresas tem e terão que fazer...é uma Verdade de Monsieur de Lapalisse e o tempo urge...aprender com os erros e auscultar todos os Clientes( internos e externos) é uma grande Escola...

Humildade,Rigor e Determinação não são incompatíveis...


O OBJECTIVO DE UM lÍDER É TORNAR-SE DISPENSÁVEL,NUM SENTIMENTO E PERCEPÇÃO PELOS OUTROS, DE INDISPENSABILIDADE....

quarta-feira, março 14, 2007

Qualidade CTT - Palavra aos Leitores

Aqui vai um Comentário de um dos nossos Leitores:

"Há efectivamente muito a fazer a clarificar e a rectificar na actuação dos últimos tempos dos CTT. A Qualidade de serviço vem-se degradando de uns tempos a esta parte.

Recebi ainda esta semana correio com 5 dias de atraso. Tenho visto muita publicidade, mas a sensação com que fico é que os serviços tem perdido qualidade, há insatisfação, insegurança e medo nos Trabalhadores.

Criar uma marca de confiança, leva muito tempo e trabalho, destruí-la é muito depressa. "

De facto o Tesouro para qualquer Marca que consiste na Confiança dos Clientes e do Público em geral é como todas as coisas da vida: se não for acarinhado e suportado ao longo do tempo por actos de consolidação que todos reconheçam, mais ou cedo ou mais tarde acaba por se desvanecer.

Mesmo que os problemas conhecidos de qualidade na Distribuição se reduzam a 6 ou 7 Centros de Distribuição que estão referenciados em todo o País (e não à esmagadora maioria dos 400 CDP's que existem) o certo é que tardam as medidas que permitam sanear essas "feridas" abertas na confiança dos nosos Clientes.

O Acordo de Empresa que temos também não é o mais flexível que conheço para resolver estas questões... Para mim trabalhador que deliberadamente não cumpra as suas funções, mesmo que por motivos de agenda pessoal política (ou outra) não está cá a fazer nada. Mas por outro lado, se foi a carga de trabalho nos giros que aumentou sem que tal fosse atempadamente acautelado com meios humanos , então é a Chefia (local ou Central) que deveria estar em causa. Sobretudo se depois de meses de constatação do problema tudo se encontra na mesma.

O problema é que ao Cliente não interessa saber se foi "O Jaquim ou o Manel" ...

Está mal? Organizem-se se faz favor...

terça-feira, março 13, 2007

Antecipando um Jantar de Galinholas




Começo por dar a palavra aos entendidos:

"Se pudesse não prescindir da galinhola também não prescindia, mas como é uma ave migratória não está sempre ao meu alcance. É o suprasumo da qualidade e do sabor, o alimento dos príncipes.

Quando se vê num restaurante galinhola, deve desconfiar-se porque ficam quase sempre na mão dos caçadores.

Gosto da galinhola de forma clássica porque a galinhola tem um tubo digestivo cuja digestão permite o consumo das tripas. Gosto dela estufada e as tripas misturadas em paté com torradas. O paté e a galinhola estufada por cima é um manjar dos deuses."

Estevão Pape,
Médico nutricionista e diabetologista e caçador, Presidente do Clube Português de Monteiros.

A Galinhola (Scolopax rusticola ) é uma ave ciconiforme da família Scolopacidae, tal como os Maçaricos . Aprecia os lodaçais à beira-mar, vivendo ali geralmente em grandes bandos. Com o seu bico reto e comprido revira o lodo a procura dos pequenos invertebrados dos quais se alimenta (moluscos e vermes).

Anexo uma imagem do crâneo da Galinhola, e do seu bico, atributos que permitem identificá-la sem qualquer tipo de dúvida; mesmo no prato, onde é de rigor a ave ser apresentada com a cabeça e bico, para que o gastrónomo se delicie com os miolos.

A Galinhola , tal como a Narceja, é um dos troféu de caça de elevada importância para os caçadores e tem a vantagem para nós de ser uma espécie residente nos Açores, ao contrário do que sucede em toda a Península Ibérica., onde é de arribação.

Este facto constitui uma inegável valor acrescentado para o desenvolvimento do turismo cinegético no arquipélago, tanto mais que a espécie é relativamente abundante em algumas ilhas, particularmente naquelas que apresentam taxas de arborização mais elevadas ou zonas em que predominam matos arbustivos de urze e queiró.

Não se deve confundir a "nossa" Galinhola com a ave a que os Brasileiros também chamam galinhola , mas que é de facto uma Galinha de África, Fraca ou Galinha de Angola (Gallinula chloropus) e que é uma das espécies mais abundantes e frequentes no Rio Grande do Sul, sendo também comestível.

No prato, e para quem aprecia pratos de caça, a Galinhola é simplesmente imbatível.

Estufada em Vinho da Madeira com castanhas e batatas novas pequenas, e ainda acompanhada por arroz dos seus miúdos e torradas de Patê feito com as tripas, ou simplesmente assada no forno, compôe uma das mais perfeitas sinfonias que nos é dado provar da gastronomia cinegética.

Estarão ao seu nível, quanto muito, uma Narceja flamejada em Armagnac, uma Lebre à la Royale ou uma Perdiz com foie gras à Moda do Convento de Alcântara.

Os alentejanos hà muito que conhecem e consomem este manjar dos deuses.

Enquanto espero pelo Jantar de Galinholas (um destes dias, com óbvio direito a Crónica especializada) deixo aqui a Receita alentejana para esta raridade, com os meus agradecimentos aos bons Amigos Irmãos Fialho:

Galinholas à Moda de Évora

Para 4 pessoas: 4 galinholas ;3 colheres de sopa de banha ;4 dl de vinho branco ;2 dentes de alho ;2 colheres de sopa de cebola picada ;3 ovos ;3 chávenas de miolo de pão ;sal e pimenta


Confecção:Preparam-se as galinholas, reservando as tripas (são comestíveis). Temperam-se com sal e pimenta. Picam-se a cebola e o dente de alho e refogam-se com uma colher de banha, e as tripas cortadas em bocadinhos.

Tempera-se com sal e pimenta e depois de o refogado estar bem apurado deixa-se arrefecer um pouco e junta-se-lhe os ovos e o miolo de pão.

Recheiam-se as galinholas com o preparado anterior e cosem-se as aberturas com agulha e linha para que o recheio não se escape.

Colocam-se as galinholas num tacho de barro com a banha que resta e o vinho branco. Tapa-se o tacho e deixa-se cozer até estarem bem louras e o molho bem apurado.

Servem-se com puré de batata e esparregado.


segunda-feira, março 12, 2007

Para o Prazer dos Sentidos


Já começa a apetecer uma visita ao Mar nosso vizinho.
O MAR

Ondas que descansam no seu gesto nupcial abrem-se caem amorosamente sobre os próprios lábios e a areia ancas verdes violetas na violência viva rumor do ilimite na gravidez da água
sussurros gritos minerais inércia magnífica volúpia de agonia movimentos de amor morte em cada onda sublevação inaugural abre-se o corpo que ama na consciência nua e o corpo é o instante nunca mais e sempre
ó seios e nuvens que na areia se despenham ó vento anterior ao vento ó cabeças espumosas ó silêncio sobre o estrépito de amorosas explosões ó eternidade do mar ensimesmado unânime em amor e desamor de anónimos amplexos múltiplo e uno nas suas baixelas cintilantes ó mar ó presença ondulada do infinito ó retorno incessante da paixão frigidíssima ó violenta indolência sempre longínqua sempre ausente ó catedral profunda que desmoronando-se permanece!

António Ramos Rosa
Facilidade do Ar Lisboa, Caminho, 1990

Comentário ao Futuro dos CTT em Concorrência

O nosso "Zé" comenta:

E não só, se o baile continuar.
O monopólio já não cobrirá, o faz de conta, a manipulação, a boa comunicação externa e interna é o que se sabe, os desperdícios, os branqueamentos, os clientelismos, a falta de motivação, a angústia, os medos, a Gestão da Pala, só à volta da luz é que se vê, ou melhor yes men, emplastros, nepotismo, RESPONSABILIDADE é precisa...

Para quando uma verdadeira orientação para o Mercado e para o Cliente, agindo de forma transversal e clara, em todo o processo Operativo e não só, envolvendo e Motivando as Pessoas, credibilizando e fazendo acreditar nas virtualidades da meritocracia, aproveitando e valorizando, os activos que fazem e farão a diferença- PESSOAS.

São elas que fazem a diferença, que constroem e destroem as Organizações. e os CTT não forem capazes de Criar e diferença num mercado liberalizado, será a Empresa da Oportunidade perdida, porque o mercado continuará a existir e os Clientes encontrarão alternativas.

Não é a Liberalização do Mercado que é o Papão, é a incapacidade, incompetência de se adaptar e de fazer aquilo que o Mercado quer, satisfazendo as expectativas dos Clientes(internos e externos), de forma sustentada ( satisfazendo todos os stakeholder´s-interessados)

Os CTT são um Empresa de Serviços, logo daí a importância do agente prestador do serviço-Pessoa, ou será um robot ou andróide?-, não basta dizer-se, o que se quer ser, é necessário COERÊNCIA e TRANSPARÊNCIA e aposta no Verdadeiro activo AS PESSOAS, que terão de ser vistas não como um Custo, mas como Activo e a Liderança? - Que nesta altura do Campeonato tão necessária é, tem de ser dada pelo Exemplo-

Líder é aquele cuja falta se nota quando está ausente, está presente quando necessário- dado que ninguém consegue cantar e assobiar ao mesmo tempo ( há muito quem dê a imagem disso e da ubiquidade).

É criminoso o desperdício de Potencial Humano e não só, a que se vem assistindo ( A Imagem é que conta, então os indicadores? comer do sono? Acorda ?). Estruturas, tecnologias, técnicas, estratégias são desenvolvidas e assumidas por Pessoas, cerne da produtividade e da Qualidade .

"Mais vale bem fiz eu, do que se eu soubesse", lá diz o povo.

Quem vai para o mar avia-se em terra. Mais vale prevenir do que remediar. É verdade que depois do ovo de Colombo pôsto de pé, não falta quem o ponha, mas não se ser capaz de Rendibilizar e adequar recursos e infra-estruturas já existentes e responder ás evoluções do Mercado...não sei como classificar essa Gestão? Será Gestão?

ERROS ESTRATÉGICOS NÃO TÊM RETORNO...ou será que estou a ver e avaliar mal?

Tantas incoerências, tantos trade off´s, tanto lay off...tanta cabeça na areia e tanto faz de conta...o Trabalhador fará ao Cliente aquilo que lhe fizerem a ele...as mudanças efectuadas sem o convencimento das pessoas, estão condenadas ao insucesso.

É necessário Credibilizar, Convencer, Conquistar e não Vencer.

Estive para nada comentar mas já está...


Comentário ao comentário: Acho que estas palavras falam por si... Acrescento apenas uma definição de Leader que encontrei num livro evocando uma cultura asiática anterior à formação da China e que partilhou o mesmo espaço geográfico:

Leader: Aquele que grita ordens (comanda) na rectaguarda...

Ah grande General! Como diríamos mais modernamente . "A Prudência é a melhor parte da Coragem"...

Bazem que o Inimigo está aí a chegar.

sexta-feira, março 09, 2007

E o Dia Mundial da Mulher?



Algumas senhoras das minhas relações estranharam a omissão.

Então aqui num Blog tão dado aos prazeres da carne ( e do peixe, ciclóstomos, queijos, vinhos e o mais que se possa tragar) esqueceram-se do Dia da Mulher??!!

Na verdade não me esqueci, mas acho que estes dias notáveis devem ser sobretudo guardados para temas mais, digamos (tem cuidado raulzinho que ainda te lixas...) "amigos do ambiente"....

O Dia Mundial da BioDiversidade , O Dia Mundial das Espécies em Vias de Extinção , O Dia Mundial das Energias Renováveis, etc...

O desgraçado do Tubarão Branco está em perigo! Os infelizes Tigres da Sibéria são cada vez menos! As perdizes (isso é me dói mais) desaparecem dos nossos prat..quero dizer campos! Onde está agora o Salmão que subia o Rio Minho ?! (até ser apanhado para delícia gastronómica de alguns felizes mortais?)- E o Galo campestre dos bosques centro-europeus? E o Faisão silvestre? E o Marisco fresco da nossa costa? Tudo catástrofes ambientais!!

Quando penso nestes desaparecimentos dá-me uma raiva tão grande que me apetece logo comer qualquer coisa (atenção!).

A Mulher já manda neste Mundo (pelo menos na parte dele em que eu habito, que é a que me interessa) pelo que considero ter pouco valor acrescentado esta celebração do dia 8 de Março.

Claro que nos Países Africanos e Asiáticos, locais onde a ordem das coisas ainda não foi alterada pela modernidade, outro Galo cantará.

Mas na Europa e nos USA cantam as Galinhas (salvo seja...)

One evening, I sat Beauty in my lap.--AndI found her bitter.--And I cursed her.

Une Saison en Enfer, 1873, Arthur Rimbaud

"HERE, take this gift,
I was reserving it for some hero, speaker, or general,
One who should serve the good old cause, the great idea, the progress and freedom of the race,
Some brave confronter of despots, some daring rebel;
But I see that what I was reserving belongs to you just as much as to any. "

Walt Whitman; "To a certain cantatrice"


Mais cedo ou mais tarde zangamo-nos com elas , à moda de Rimbaud , mas acabamos todos por lhe pedir desculpa como Walt Whitman aqui faz (embora de forma desastrada..) . E podia ser pior.

Et Vive la Diférence!

quinta-feira, março 08, 2007

A Concorrência tomará conta do Correio de Cidade?


Na crónica onde referi a chegada muito próxima da liberalização dos serviços postais dei a entender que os CTT seriam seriamente punidos na Receita quando fosse já legalmente possível aceitar, tratar e distribuir correio fino dentro dos grandes aglomerados populacionais.


Alguns Colegas contrapôem a esta previsão a necessidade real de serem tomadas uma série de medidas que tenham por objectivo segurar esse Tráfego e esses Clientes, com relevo para a distinção de tarifas entre o "correio local" e o "correio regional" .


Mesmo admitindo que essa distinção seria possível no âmbito do actual quadro legislativo - poder-se-ia, por exemplo, questionar onde estava a igualdade dos portugueses perante a Lei, se os habitantes das Regiões Autónomas e "províncias" tivessem correio mais caro do que os das cidades... a não ser que se fizesse esta distinção só no correio empresarial, garantindo o preço único para o correio individual - mas mesmo assim, digo, acho difícil que numa orientação dos preços para custos reais, como é que uma pequena ágil Empresa a chegar ao mercado teria preços maiores ou iguais aos dos CTT.

De facto - e na minha opinião - apenas quando conseguirmos ganhar a batalha da Eficiência e da Qualidade, em todas as frentes, será possível esgrimir preços de igual para igual com a concorrência.

Essa Qualidade tem de ser a que os Clientes relevam e apercebem como verdadeira, embora de facto e de acordo com as estatísticas possa ser "falsa".

É dos livros que quando trabalhamos bem em 400 CDP's ninguém se interessa (é a nossa obrigação) mas basta haver problemas em três ou quatro para se encherem as páginas dos jornais locais.
A Eficiência, por seu lado, tem a ver com o controlo dos custos da operação, mas sobretudo com o controlo dos que são paralelos a estes: os das "alcatifas" , dos sistemas de comunicação, das burocracites e por aí fora, os quais ainda enxameiam a organização.

Quer queiramos quer não existem Clientes que, hoje em dia, anseiam pela alternativa postal na distribuição. Porque não se consideram bem tratados pelos CTT, porque têm uma filosofia (aliás intocável em teoria) de dividir os riscos e as dependências dos Fornecedores, e ainda porque se sentirão "os donos da bola" quando lhes for finalmente possível assumir a verdadeira liderança em termos de negociações de tarifários, tendo a faca e o queijo na mão.


É que a vingança é um prato que sabe melhor frio...


A experiência da POSTLOG\CTT Expresso demonstrou que a Lealdade dos Clientes é um mito. Preço e Qualidade são os únicos drivers da escolha, obviamente que assessorados pela eficácia da pós-venda e do consumer care.


Perante isto a resposta CTT tem de ser rápida, eficiente e abrangente. Devemos conseguir demonstrar não só que somos os melhores a fazer correio, em qualquer ponto do País, mas tambêm que a nossa escolha será a do maior interesse dos Clientes: por ser a mais barata e a de melhor qualidade.



quarta-feira, março 07, 2007

Grande Prémio Gastronómico da Cidade de Lisboa


Foram distinguidos como Restaurantes de Excelência (3 Garfos) do Concurso "Lisboa à Prova" os seguintes locais de prazer:

"Eleven"; Restaurante do Carlton "Valle Flor"; Restaurante do Casino Lisboa "Pragma"; Restaurante da Ordem dos Médicos "Na Ordem ...com Luis Suspiro"; "Luca"; "Galeria Gemelli"; "O Poleiro"; "Terreiro do Paço"; "Varanda" do Ritz.

Já aqui publiquei comentários de visitas ao Luca (excelente), Eleven (Bom mas caro e arrogante) e Poleiro (de maravilha) mas já fui a todos os outros com excepção do "Na Ordem com...Luis Suspiro" que se encontra situado na Av. Gago Coutinho, na Ordem dos Médicos.

"Eleven", "Valle Flor", "Galeria Gemelli" e "Luca" têm chefes de grande gabarito estrangeiros.

"Na Ordem com... Luis Suspiro" , "Pragma" e "Terreiro do Paço" são Restaurantes de Autor, (como hoje se diz) mas de Grandes chefes portugueses (Luis Suspiro, Fausto Airoldi e Victor Sobral).
A "Varanda" do Ritz é o melhor buffet de almoços do País ( e um dos melhores do mundo que eu conheço).

Não acham que o "modesto" "Poleiro" fará aqui figura de parente pobre?

NÃO!!!

É o Poleiro um verdadeiro compêndio de bem servir a comida tradicional portuguesa (com relevância para o Alentejo e Trás-os-Montes) e um Monumento da Cidade de Lisboa que deveria ser protegido, acarinhado e visitado por todos.

Se tenho de dar parabéns a esta mão-cheia de "senhores" da Restauração permitam que o aplauso maior seja para o "Poleiro", talvez o menos propenso a esvaziar o bolso do transeunte em busca de manducação, mas, ao mesmo tempo, tão grande proporcionador de extâses palatais....


E com a grande (enorme) vantagem de servir comida para pessoas e não para adolescentes anoréxicas ( o que se passa com alguns dos outros premiados que não referirei neste altura de encómios generalizados...)

De notar que uma "votação telefónica popular" deu os seguintes resultados:
1º Prémio – “O Solar dos Nunes”, 2º Prémio – “Espírito dos Tachos”, 3º Prémio – “O Poleiro”.

Quem trabalhou tantos anos como eu a tornar estatisticamente representativas Amostras de certas Populações compreenderá o meu asco figadal a todas as votações deste tipo, sejam elas das Maravilhas do Mundo e de Portugal ou dos Melhores Portugueses de Sempre, ou até sobre os Restaurantes...

Para além da obvia incapacidade científica deste tipo de resultados para exprimir outra coisa que não a opinião dos "telefonadores" (e só destes!!) há ainda que considerar a demagogia subjacente a estas acções de rua.

Lembra-me aquela fábula das Eleições Autárquicas onde "ganha o charuto e será eleito quem atirar a bola mais alto, nem que seja analfabeto" .

Por essas e por outras é que temos Fátimas e Isaltinos a mandar em vez de estarem , digamos, mais confinados a um espaço restrito...

terça-feira, março 06, 2007

Mais um Selo Corporate


A Emissão das Barragens de Portugal é apelativa para que a grande empresa da área das Energias em Portugal - a EDP - considere a possibilidade de connosco contratualizar a execução de um Selo Corporate , juntando à imagem de uma barragem o seu logotipo, tal como fizémos com a AdP e Fundação Gulbenkian no ano passado.

Recordo que o Selo Corporate circula e é vendido nas Estações de Correio e aos Filatelistas que o desejarem adquirir (não está em Plano).


O seu objectivo fundamental, para os CTT, é o de fazer com que os nossos selos comemorativos passem a andar cada vez mais colados na correspondência, aumentando assim a notoriedade da filatelia em geral e despertando o público para esta actividade.


Do ponto de vista das Empresas que aceitam esta nossa proposta está em causa uma acção de Promoção fora do vulgar e a preços muito apelativos.

segunda-feira, março 05, 2007

Ainda os CTT face à Privatização e tendo como pano de fundo a defunta OPA



Alguns Amigos , neste fim de semana, criticaram a minha forma um pouco atávica de entender a derrota da OPA da SONAE.COM e, pelo contrário, bradaram aos céus contra este Governo e este País que nunca mais se modernizam, defendendo neste século XXI ainda a continuidade do mercado fechado, dos compadrios e a manutenção do Corporativismo...

Começo por dizer que até pode ser verdade, mas para quem pensa que somos os únicos não há nada como convencê-los a ver o que se passa aqui mesmo ao lado, em Espanha...

Tentem lá ir abrir um Banco em Madrid... Ou entrar no Mercado espanhol das Comunicações...

A verdade é esta: nesta altura em que as vantagens competitivas se medem ao milimetro e já não ao centimetro (quanto mais ao metro...) é natural que um Governo queira manter dentro das suas opções estratégicas um Sector tão importante com o das Telecomunicações, pois com ele terá mais "alavanca" para orientar os caminhos de desenvolvimento do País.

É certo que os adeptos da livre concorrência absoluta e do neo-liberalismo (ouviram ou leram os comentários da Autoridade da Concorrência a esta OPA?) desejariam mais liberdade de acção para os capitais - nacionais ou estrangeiros - temendo que este "chumbo" não deixe de dar um sinal negativo ao Investimento estrangeiro de que o País tanto necessita.

Parece-me assim estar estabelecido um paradoxo do qual o País terá dificuldade em fugir:

- A necessidade de desenvolvimento que passa pela atracção do Investimento
- O temor atávico de se perder controlo dos rumos da Economia se deixada ao livre arbítrio do Mercado.

Governos de Centro-Direita teriam orientado a CGD noutro sentido de voto? Teriam exercido o seu Direito de Veto? Talvez não... A atracção pelo controlo do Poder será tão grande em José Sócrates como em Marques Mendes.

A questão - em minha opinião - não é essa, mas sim saber o que seria melhor para o País...

E nesse sentido acho que o melhor para o País seria dizer Sim à primeira opção (voto da CGD a favor da OPA) e não à segunda (Veto do Estado).

Sim à primeira opção seria o que este Governo talvez também devesse ter feito. Numa análise hipócrita ex-post já sabemos que - independentemente do voto da CGD - a OPA nunca passaria e o Governo daria um sinal de apoio ao tal Investimento estrangeiro...

Não à segunda opção ( a do Veto) obviamente para demonstrar publicamente a Portugal e ao Mundo que a tal Golden Share não passa de um "tigre de papel" (não acreditem!!!)

Mas não foi feito assim.

Em 2009 - poderá ser um pouco mais tarde, veremos como as duas Presidências Alemã e Portuguesa da União vão adiantar ou atrasar esta fase da liberalização dos Serviços Postais - os Correios entram teoricamente em concorrência perfeita no mercado das Cartas (que ainda hoje representa uma % das mais significativas da sua Receita).

Os eventuais interessados no nosso mercado de Correio de Cidade (obviamente o único apetecível) vão ter de pensar se se justifica entrar de novo ou antes comprar quem já cá esteja...

As duas hipóteses são possíveis. Mão de Obra relativamente ávida de mudança (reparem que eu poderia DIZER O CONTRÁRIO...) abundará mesmo dentro dos CTT para constituir a (s) nova(s) empresas. E mesmo ( ou sobretudo) ao nível das chefias...

O mito da fidelidade e do amor à camisola não é mais do que isso mesmo: um Mito.

Quando o Capital dos CTT-Correios for aberto aos privados (reparem que já não digo "se"...) é óbvio que o investidor se vai querer livrar do Serviço Universal obrigatório, sendo infinitamente mais atraente começar por comprar a CTTExpresso que a ele não está obrigada. Para mais, com essa compra (para além das competências e da máquina de Tratamento dos grossos) adquire também rede e tecnologia de distribuição de "finos"...

Restará então aos velhos CTT "aguentarem-se à bronca" com a sua tecnologia de Tratamento de finos e com a distribuição excêntrica, tentando, por um lado, alugar a bom preço os seus centros de tratamento ao "inimigo" e, por outro lado, negociar o melhor possível o Last Mile regional junto dos outros operadores.

Na prática em que é que isto será assim tão diferente do acesso às redes da PT? Só se for pelo Volume de Negócios... E já não será pouco.

sexta-feira, março 02, 2007

OPA Chumbada!!

Tal como tinha previsto hoje de manhã - eram muitos os sinais na Bolsa e fora dela - os Accionistas acabaram de votar , decidindo pelo "Chumbo" da Desblindagem dos Estatutos da PT,

Como consequência a OPA da SONAE COM morreu.

A Caixa Geral de Depósitos a quem o Estado "teria dado liberdade de voto" votou contra, ao lado do BES, de Berardo, da Administração actual e dos Trabalhadores, que na Rua rodearam esta Assembleia de um cor particular, que deve ter parecido estranha aos Senhores da Telefónica que, pressurosos, entraram para Votar SIM.

Sérvulo Correia, o "empunhador" (salvo seja) da Golden Share do Estado nesta tarde, não o exerceu (na prática não permitiu a desblindagem).

Estarei enganado ou foi o Estado, o Governo e José Sócrates os artífices desta "vingança do Sul"?

A ver vamos as reacções de Belmiro, mas estou a prever - para além da desilusão - um certo cansaço para com o País.

E que lições para os CTT CORREIOS?

Talvez a mais importante seja a de que a Privatização não é necessariamente uma porta aberta para a "desbunda" capitalista e que o Mercado (neste caso o das Comunicações) em Portugal é ainda e será por mais algum tempo "Cosa Nostra" , Fechado e para os que cá estão...

E olhem que existirão coisas bem piores para os Trabalhadores....

Dia D para a OPA da PT


Realiza-se hoje a Assembleia Geral da PT dedicada à OPA proposta pelo grupo SONAE.

Melhor dito, dedicada à análise da possibilidade de virem a ser desblindados os Estatutos da PT que impedem o controlo da Companhia mesmo a quem possua a maioria simples das Acções (mais de 50%).

Tenho a ideia de que irá ser chumbada esta proposta .

Existem, é claro, muitas dúvidas sobre o comportamento dos Accionistas logo à tarde, com realce para a posição da Caixa Geral de Depósitos (que representa, quer queiramos quer não, o Estado Português).

Irá abster-se? Votar contra ou a favor da Desblindagem dos Estatutos?

De todas as formas já não faltará muito para sabermos...


Ganhe quem ganhar, o certo é que o mundo das Telecomunicações em Portugal já não poderá ser o mesmo...

A Sonae, mesmo que perca, ficará à sua disposição com meios financeiros de grande gabarito que até pode utilizar na compra da Vodafone Portugal (enfim, numa tomada de participação).


A PT mesmo que garanta a continuação da Blindagem dos estatutos terá que fazer face aos compromissos que assumiu para com os Accionistas...

quinta-feira, março 01, 2007

Não Servas, mas antes Senhoras...


Alguns Vinhos portugueses são muito bons.

A maioria desses vinhos muito bons custam muito dinheiro (atenção que eu não disse que eram "caros", o que significa sempre uma relação qualidade\preço inadequada, escrevi que "custam muito dinheiro").

Mas...existem ainda Vinhos Portugueses muito Bons e a preços razoáveis.

E aqui é que estamos - tanto quanto sei - melhor do que os grandes Países que ditam cartas na enologia: França, Itália, USA, Espanha, etc... Nesses Países a Grande Qualidade paga-se, e de que maneira...

A Empresa que trago aqui hoje:

Herdade das Servas – Serrano Mira,Lda.
S. Bento do Ameixial
7100-500 ESTREMOZ

É um exemplo paradigmático do que se faz bem neste nosso Alentejo, muito bem , aliás, e a preços junto do consumidor final extremamente atenciosos.

Trabalha-se a vinha naquele Monte desde, pelo menos, 1667, data encontrada gravada em duas grandes talhas .

Desde essa altura sempre se fez vinho e vendeu , muitas vezes contando mais com a experiência das gerações e com o sorriso amável de S. Pedro (chuva e sol) do que propriamente com tecnologia.

Hoje em dia esta actividade é científica. Repare-se no que nos dizem os actuais proprietários:

As vinhas estendem-se por mais de 200 hectares na Região Demarcada de Borba, plantadas em solos argilo-xistosos.

Toda a vinha está preparada para rega gota a gota.

Através de um rigoroso controlo tecnológico, a estação meteorológica, sensível a pequenas variações, reporta com fidelidade índices de humidade e temperatura.

Assim, é medido cientificamente o grau de probabilidade do aparecimento de doenças na vinha.

As castas existentes nesta Herdade são as melhores recomendadas para o Alentejo.

Para os Tintos: Cabernet, Sauvignon, Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah, e também castas brancas tais como Rabo de Ovelha, Arinto, Roupeiro e Antão Vaz.

Os Vinhos são divididos em 3 grupos:

a) Branco e Tinto Monte das Servas (Preço médio em Retalho - abaixo dos 6€)

b) Tinto Colheita Seleccionada (abaixo dos 10€)

c) Tintos Especiais - Touriga e Reserva (já mais próximos dos 20€).

Devo dizer que provei pela primeira vez o Tinto normal Monte das Servas no velho clássico "O Polícia" onde era Vinho da Casa ( e que bom que ele era quando comparado com alguns Vinhos da Casa que por aí se bebem...).

Evoluí seguidamente para o Colheita Seleccionada, vinho de que gostei tanto que se tornou o meu habitual lá em casa dos fins de semana.

Por fim, no excelente "Tasquinha do Oliveira" em Évora, fui iniciado por Mestre Oliveira nos Premium (Touriga e Reserva) da mesma Herdade. Que depois repeti, em minha casa e fora dela, bastas vezes.

Para não estar aqui a escrever muito mais limito-me a dizer que se se pretendesse qualidade semelhante (mutatis mutandis) a estes Premium, no Douro, teríamos de a pagar quase que ao dobro.

E penso que está tudo dito...

Aqui vai uma sugestão de Fim-de-Semana:

A Herdade das Servas está situada no coração do Alentejo nas proximidades da aldeia de S. Bento do Ameixial a dois passos da cidade de Estremoz.
Com qualidades excepcionais para o turismo rural, é possível saborear e apreciar no magnífico restaurante para eventos da Herdade, a tradicional comida alentejana, acompanhada pelos seus excelentes vinhos.
A Herdade situa-se na Rota dos Vinhos do Alentejo, sendo possível observar no horizonte as muralhas do castelo de Estremoz onde, no século XIII, se acomodou o Rei D. Dinis quando se encontrou pela primeira vez com D. Isabel de Aragão, a futura Rainha Santa, com quem viria a casar.
O projecto de Enoturismo da Herdade das Servas, surge no seguimento da reorganização das vinhas, da construção da adega e da oferta ao mercado dos seus diferentes produtos, como o vinho, o queijo e o azeite.
Os visitantes têm oportunidade de conhecer a vinha e os vinhos da Herdade integrados numa atmosfera de tranquilidade.
Neste local, é possível compreender os factores que compõem a Ecologia Vitícola: planta, clima e solo, bem como a execução das operações de cultivo da vinha adequadas às necessidades do solo e das videiras.

Aos visitantes acolhidos na reconfortante casa rural, erguida no cimo de uma suave colina, é colocado ao seu dispor, um espaço onde poderão provar, degustar e adquirir os produtos criados e desenvolvidos na Herdade.