quinta-feira, junho 29, 2006
Mais informação sobre os Vinhos Rosés
Amigos e Colegas têm-me telefonado para que eu esclareça melhor algumas dúvidas sobre esta questão dos Rosés:
a) Não são vinhos mais doces do que os "normais"?
b) Não são feitos "com pós" , abusando da química nas Adegas?
c) Por que é que não aparecem nas Listas de Vinhos dos Grandes Restaurantes?
Bem , vamos lá a ver se sei responder a tudo isto...
a) Os Rosés Europeus, sobretudo os Franceses da Provença e Côtes-du Rhône, são por norma mais secos do que os Norte-americanos da Califórnia (o mais conhecido será o White Zinfandel, uma espécie de Mateus Rosé à americana e um dos vinhos mais vendidos - e vilipendiados - do Planeta).
b) Qualquer bom Vinho - Tinto, Branco ou Rosé - tem de ter muita tecnologia na Adega. Isto é por demais verdadeiro e é o que distingue as Grandes Casas produtoras! Agora dizer que o Mateus Rosé não se faz com uvas ( como já ouvi) é um perfeito disparate!!
A cor Rosa dos Vinhos em causa é dada pelo ligeiro contacto do "sumo" da uva tinta com as suas películas. O tom pode ser mais ou menos rosado dependendo do tempo de contacto.
A separação do "sumo" e das "películas" faz-se por um antigo procedimento a que se chama "Saigner", isto é "sangrar" o vinho, e que consiste em deixar sair para uma vasilha distinta algum do "sumo da uva" das barricas ou dos depósitos originais imediatamente depois do esmagamento.
Esta operação fazia-se "ao contrário" da obtenção do Rosé, isto é, fazia-se para dar mais cor e concentração ao Vinho Tinto que ficava no depósito original!
Depois alguém se lembrou de um dia vinificar o "sumo de uva" que tinha sido retirado para o lado e ... assim nasceu o Rosé!
c) Os Rosés devem beber-se muito novos e por isso são de mais difícil aprovisonamento e stockagem em Restaurantes. Todavia existem sempre excepções...
Aqui vos deixo dois comentários de um grande crítico Norte Americano de Vinhos Tony Fletcher, escrevendo em 2001 (atenção aos anos dos Rosés!) :
"I've been through several bottles of the Jaboulet Tavel L'Espiegle 1999, which has a brilliant bright red color, an explosive nose of strawberries, a good attack, and then that Tavel whammy - an astringent, even austere finish that would certainly cause many a casual summer sipping rosé drinker to fall off their deck chair. That austerity is the reason Tavel is such a good food wine: put it up against some garlic and olive-oil infused dish full of herbs, and the balance is near perfect. At around $15, Jaboulet's Tavel is expensive. But yes, it is worth it."
"Still, is Tavel the best rosé wine I've ever tasted? No. That honor falls to the rosés of Bandol, at the very foot of Provence, right on the Mediterranean coast. As with the region's reds, the Bandol rosés are primarily Mourvèdre, one of the most individual of grapes and one that responds very much to terroir, with Bandol its spiritual home. The result is a whole different complexity of taste, another full notch higher than the best Tavels. Then again, the wine makers seem to know what they're onto: Bandols from top makers like Château Pradeaux and Domaine Tempier easily top twenty dollars, even pushing towards thirty."
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Já agora mais uma sugestão para acompanhar o Rosé (receita para 10 pax, só faltam oito, ou seja arranje lá o vinho que eu cozinho):
Ostras Gratinadas
INGREDIENTES
Ostras 20 unid.
Alho francês 2 unid.
Cenoura 200 g
Molho Holandês 1,2 l
Vinho branco 2 dl
Manteiga 150 g
Salsa frisada 1 molho
Sal grosso q.b.
Sal q.b.
Pimenta q.b.
MÉTODO DE CONFECÇÃO
• Prepare o molho holandês
• Abra as ostras reservando a concha mais funda
• Coza as ostras em vinho branco sal e pimenta
• Corte o alho francês e a cenoura em juliana
• Esfufe o alho francês e a cenoura em manteiga e caldo das ostras
• Rectifique os temperos
• Coloque sal grosso num tabuleiro e por cima as conchas de ostra que reservou
• Recheie as cascas com o estufado e coloque por cima a ostra
• Nape com molho holandês (ou em alternativa maionese)
• Gratine as ostras na salamandra (ou no forno)
• Decore com pés de salsa frisada
Um abraço
Paulo Mendonça
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