Os resultados das eleições de ontem para os Partidos e Coligações que obtiveram mandatos (representação parlamentar) foram:
Coligação PAF - 38,55%
PS - 32,38%
BE - 10,22%
CDU - 8,27%
PAN - 1,39%
A Abstenção subiu (desde 2011) para 43,11% tornando-se assim a mais elevada de sempre em Legislativas. Obviamente influenciada pelo número de emigrantes destes últimos anos que continuam nos cadernos eleitorais.
Quem ganha? A Coligação PAF, apesar da política do "aperto" teve uma notável recuperação que deve ser explicada sociologicamente. O BE ganhou! facturando com a notável prestação das "meninas" Catarina e Mariana. CDU também subiu face a 2011, mas perdeu face às expectativas... PAN (quem diria!!) mete um deputado.
E o PS é o grande vencido da noite. Também por causa das expectativas criadas.
Sem contar ainda com os 4 deputados a eleger pelos círculos da Emigração ( normalmente vão 3 para o PSD e 1 para o PS) a distribuição dos mandatos que espelha o resultado das eleições é como segue:
104 PAF ; 85 PS ; 19 BE ;17 CDU ;1 PAN.
Mais precisamente, atendendo a que o CDS negociou (muito bem) com o PSD o número de deputados, e já distribuindo a emigração com a estimativa de 3 PSD e 1 PS, teríamos:
PSD - 89; PS - 86; BE - 19; CDS\PP - 18; CDU - 17; PAN - 1; Total: 230 Deputados.
E agora? Um imbróglio interessante: a Direita ganhou as eleições, mas a maioria parlamentar é de Esquerda...
Constitucionalmente falando, cabe ao Sr. Presidente da República ouvir todos os partidos que alcançaram assento parlamentar e convidar a constituir Governo o líder do partido (ou coligação) com maior número de deputados eleitos.
Como não há coligação à esquerda, não tenho outro entendimento que não seja o do Sr. PR convidar Pedro Passos Coelho a constituir Governo. Esse Governo só "governará" se o PS assim o entender. Pois BE e CDU já informaram que para esse "peditório" nunca deram, nem nunca vão dar.
Temos assim uma situação no mínimo interessante. O PS perdeu as eleições, mas transforma-se, por obra e graça dos resultados e da Constituição, no verdadeiro fiel da balança do regime.
Nesse sentido é compreensível que António Costa não tenha apresentado a demissão. Os seus 85 deputados serão fundamentais para que o programa do Governo PSD\CDS-PP passe. E para impedir que seja aprovada alguma moção de censura.
Todos lhe virão comer às mãos. A começar pelo actual inquilino de Belém... Adivinham-se tempos complicados. E, aqui para nós, quem desejará ser Ministro nestas circunstâncias? Antes ser Oposição. Até quando?
Essa a grande questão.
Porque, como todos sabemos, o Prof. Cavaco Silva está no final do seu mandato e não poderá dissolver este parlamento. Portanto, mesmo que o Programa do Governo seja rejeitado o país entrará em crise e em regime de funcionamento governativo de duodécimos até que o novo PR dissolva a AR e marque novas eleições. Tempo mínimo para isso acontecer? Uns 7 ou 8 meses... Lá para Junho ou Julho de 2016 teríamos novo parlamento.
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