Sexta Feira 13 acordou-me ainda pior do que ontem, com dores de cabeça , febre e mal estar. Não será por ser o dia de anos da Santa Mãe , acho eu... Mas ajuda.
É um dia com má disposição absoluta, de nem poder ouvir música suave, quanto mais os queixumes habituais das santas, à espera de almoço arvorado para o próximo Sábado.
Podem ir esperando bem sentadinhas, porque se isto não melhorar o "senhorio" sabe bem o caminho até ao galego dos frangos assados...
Aqui vai poema a condizer.
Fernando Pessoa também se "constipava". E de mais do que uma maneira, à conta dos bagacitos e por causa do frio...
Eis uma amostra de um poeta constipado:
Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
(Heterónimo de Fernando Pessoa)
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