sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Para Descansar a Vista (engripada)

Sexta Feira 13 acordou-me ainda pior do que ontem, com dores de cabeça , febre e mal estar. Não será por ser o dia de anos da Santa Mãe , acho eu... Mas ajuda.

 É um  dia com má disposição absoluta, de nem poder ouvir música suave, quanto mais os queixumes habituais das santas, à espera de almoço arvorado para o próximo Sábado.
Podem ir esperando bem sentadinhas, porque se isto  não melhorar o "senhorio" sabe bem o caminho até ao galego dos frangos assados...

Aqui vai poema a condizer.

Fernando Pessoa também se "constipava". E de mais do que uma maneira, à conta dos bagacitos e por causa do frio...

Eis uma amostra de um poeta constipado:

Tenho uma grande constipação, 
E toda a gente sabe como as grandes constipações 
Alteram todo o sistema do universo, 
Zangam-nos contra a vida, 
E fazem espirrar até à metafísica. 
Tenho o dia perdido cheio de me assoar. 
Dói-me a cabeça indistintamente. 
Triste condição para um poeta menor! 
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor. 
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se. 
Adeus para sempre, rainha das fadas! 
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando. 
Não estarei bem se não me deitar na cama. 
Nunca estive bem senão deitando-me no universo. 
Excusez un peu... Que grande constipação física! 
Preciso de verdade e da aspirina. 


Álvaro de Campos, in "Poemas" 
(Heterónimo de Fernando Pessoa)


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