segunda-feira, janeiro 20, 2014

Tristeza Nacional

Anda toda a gente de queixo caído (para não dizer outra coisa) e de "queixas" na boca.

O teor das conversas que escapam ao império da bola (antigo escape para quem não sabe ou não tem já coragem para dizer outras coisas) é sempre ou quase sempre negativo.

É hoje também um dia aziago - mais um - para o desgraçado do funcionário público, que vai finalmente sentir no primeiro ordenado do ano a desgraça que lhe têm atirado aos pés continuamente, sempre com a desculpa de que "esses estão protegidos! Não se lhes acaba o emprego!"

Acresce o que se vai sabendo dos hospitais, nesta época de grande afluência às Urgências...

E o que sobra das conversas sobre a Educação, o Ensino Superior e a Investigação...

Há por isso razões que cheguem para andarmos todos, ou quase todos,  tristes.

 Mesmo os que têm a obrigação de puxar pela alma nacional - nem que seja mentindo - acabam por apenas  mandar umas larachas quanto à "recuperação económica" e ao "bom comportamento das exportações", complementando com " o início do fim da alta taxa de desemprego". Mas sempre com uma cara que mais parece estar disfarçada de "trombas" do que outra coisa, quase que adivinhando que poucos ou nenhuns acreditarão nas benesses...

Ninguém se entende na resposta à questão essencial:
-"Está o País melhor agora ou em 2010, quando este Governo tomou posse?"

Talvez porque não existe uma resposta simples... Se, por um lado, estamos melhor em termos de controlo da Balança de Pagamentos, nalgum crescimento económico (micróscópico embora) e na baixa das taxas de financiamento, por outro lado estamos pior em termos de déficit global e do aumento daquilo que devemos ao estrangeiro...

Pois esse foi o lado negro do auxílio financeiro: o ficarmos a dever cada vez mais a quem nos emprestou. A juros pecaminosos, devo acrescentar. Na prática a Crise não se resolveu, foi-se adiando para as gerações futuras.

Não se posicionando no horizonte mais nenhum troféu do tipo "Bola de Ouro" a ganhar, nem sequer sendo crível que outras situações exógenas de tipo semelhante  nos encham de alegria nos tempos mais próximos, o remédio será sempre cada um de nós conseguir encontrar ainda forças para se rir da sua própria situação. O que se torna cada vez mais difícil.

E nem sequer o conhecido e egoista aforismo paulista "pimenta no c* do outro é refresco para mim"
nos deve valer, pois neste caso concreto a pimenta chegou ao c* de quase todos nós.

Foi uma distribuição geral! Um c***** de um avião a pulverizar a população lusa, toda ela de calças na mão e "mataco" para o ar.



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