Sabe-nos bem encontrar um restaurante onde a famigerada crise não se sente. Pelo menos durante os almoços, que é quando frequento as mangedouras citadinas.
Restaurantes a precisar de reserva? Nestes dias? Ainda os há em Lisboa. A lista dos que conheço e estão sempre cheios é curta: Solar dos Presuntos (o mais notável, por sentar quase 300 pessoas!) , a Adega da Tia Matilde, o Galito, a Horta dos Brunos.
Sendo que nestes dois últimos estranhamos menos a ocupação, por serem mais limitados em mesas e cadeiras.
Todos servem muito bem. Todos têm atrativos e idiosincrisias distintas.
Os preços não são escandalosamente caros, longe disso! Mas também garanto que não é por serem "barateiros" que estão cheios!
Falamos de preços médios a rondarem os 30€ a 40€ por cabeça sendo os clientes contidos nos vinhos.
Não estamos a falar de mais de 100€ (e com vinho a copo!!) por cidadão sentante na atual coqueluche dos Miquelinos em Lisboa, o Bel Canto de José Avillez ( que, aliás, é muito bom nesse registo gaulês que amam os inspetores do dito Guide Michelin).
Então porque será?
Já diziam os antigos que mais vale cair em graça do que ser engraçado... Mas ninguém de bom senso acreditará que é apenas fruto do acaso.
Para mim trata-se de um conjunto de caraterísticas: preço médio, clientela fiel, bom serviço e bom produto, excelente cozinha, cave de vinhos sempre com as últimas novidades e a preços contidos.E ainda, muito importante para este tipo de clientes da classe média (moribunda embora): Pratos de "tacho" todos os dias. E vários por dia!
Perguntarão alguns : mas porque é que outros restaurantes do mesmo género e que apostam nas mesmas variáveis falham?
Resposta: podem falhar pelas coisas mais estranhas. Por exemplo, pela falta de estacionamento à porta... Ou pela aposta em formas de trabalhar quase que exclusivamente baseadas em materiais nobres e cada vez mais caros, como o peixe e marisco frescos de alta gama. Ou ainda pela limitação da oferta das cartas de vinhos e majoração do respetivo preço . Este "pormenor" hoje em dia parece uma lepra, alastrando a muitos restaurantes a outro títulos recomendáveis.
A solução pode estar na procura de vinhos agradáveis e a preços mais convidativos, todos Colheitas e de anos recomendados pelos especialistas: D. Rafael , Piteira Escolha de Virgílio Loureiro, Crasto , Bons Ares, Meandro , Quinta de La Rosa , Passadouro , e etc... como aqui já várias vezes escrevi.
Quem se limitar a tentar impingir aos Clientes o que tem na cave há anos, sem mais, arrisca-se a que a clientela vá pastar para outros prados.
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