Vitorino Nemésio, o grande erudito que nos apareceu aqui um dia vindo da sua “Querida Ilha Terceira” , iniciou a sua última lição, proferida na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 9 de Dezembro de 1971, com estas palavras:
“ Dou a minha última lição de professor na efectividade e em exercício, segundo a lei. Claro que a lei só tira o exercício ao funcionário: o homem exerce enquanto vive."
Sábia tirada, como seria de esperar de semelhante personagem. De facto o Sr Professor Doutor Vitorino Nemésio continuou a exercer a sua arte até que morreu, em 20 de Fevereiro de 1978.
O nosso Luiz Duran vai-se embora dos CTT no 1º de Março deste ano de 2011.
Ficam para trás 33 anos de trabalho, sempre na Área de Design da Filatelia dos CTT Correios de Portugal.
Privou com o Mestre Martins Barata. Depois trabalhou e aprendeu com seu filho, o Arqº José Pedro Martins Barata. Nos anos 80, já sozinho, levantou asas e voou.
De entre as centenas de selos que fez, e de entre os milhares que coordenou e fez emitir, sem esquecer os Livros, resultaram vários prémios internacionais que a Filatelia de Portugal conquistou nos últimos 20 anos e que não teriam sido possíveis sem a sua presença:
- O de "Melhor Selo do Mundo" por duas vezes ("Quiosque do Tivoli" e “Évora Patrimonio Mundial” de Maluda ).
O Grande Prémio ASIAGO da Associação Internacional para a Arte Filatélica (patrocinado pelo Presidente da República de Itália) e o Grande Prémio São Gabriel para Temas de Carácter Religioso, da União Mundial S. Gabriel de Viena de Áustria, foram por nós recebidos várias vezes desde 1977, quando o Mestre Martins Barata ganhou o primeiro (“Planície Alentejana”).
As últimas vezes em que fomos galardoados com o Prémio ASIAGO – Tema “Ambiente” da Presidência da República Italiana - foi em 2007 com a Emissão dedicada à “Água um Bem a preservar” do Prof. João Machado.
E em 2010, Tema “Turismo” , com o selo da Emissão dedicada aos “Selos e os Sentidos” também da autoria do Prof. João Machado.
- A Filatelia de Portugal teve ainda a Medalha Olímpica de Ouro concedida pelo COI pela série dos Jogos Olímpicos de Atenas.
Recebemos , também e por duas vezes, em 1989 e em 2009, o Grande Prémio de Prestígio da Presidência da República Francesa para a Actividade Filatélica (Prémio de Carreira).
Vários dos nossos Livros foram galardoados, quer com o 1º Prémio de Qualidade de Impressão da APEL, quer ainda com Prémios científicos sobre o respectivo conteúdo:
“Traineiras da Costa Portuguesa” do Arquitecto Lixa Felgueiras - Prémio APEL
“Padre António Veira” de Aníbal Pinto de Castro - Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários
“5º Centenário do Hospital Real de Todos os Santos” de Irisalva Moita – Prémio Municipal Júlio de Castilho de Olissipografia
"Santo António de Lisboa" de Luis Krus e Arlindo Caldeira, Coordenação de José Mattoso - Prémio da APEL e Prémio da Academia Portuguesa de História.
"S. Francisco Xavier" , de Miguel Corrêa Monteiro, ganhou em 2006 o Prémio Francisco da Gama Caeiro, atribuído pela Academia Portuguesa da História a obras de carácter religioso;
"A Herança Filipina em Portugal" , de Carlos Margaça Veiga, ganhou em 2006 o Prémio Presença de Portugal no Mundo, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Tal quantidade de galardões bem demonstram a fama que o Luiz teve em todos os Operadores Postais Designados: a de ser um dos melhores, se não mesmo o "Melhor Director de Arte das Filatelias de todo o Mundo"
Luiz “ficará sem exercício” a partir de 1 de Março – na expressão paradigmática de Nemésio – mas tal como ele , “nunca deixará de exercer”…
Apesar do apelo das bolas…(de golfe).
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