Em Leça havia um restaurante de qualidade - Degrau do Castelo - onde o V. Blogger se abrigou muitas vezes para fugir aos "bons e aos maus ladrões" restaurativos que rodeavam o largo da fortaleza na mesma povoação.
Mestre Rui estava na Sala, sua Mulher junto dos fogões. Acolitados por gente boa de tacho enchiam de mimos os passantes com o que nos punham na mesa. A filosofia era simples: Peixe fresco e marisco da nossa costa ainda a mexer. Depois os acompanhamentos (onde avultava a célebre açorda de coentros ovada, da mulher do Rui, ou os arrozes a gosto do Cliente). O peixe era apresentado como o passante desejava. Cozido, frito, grelhado ou no forno, dependendo da pressa, e da vontade do momento.
Pois Mestre Rui abandonou o Norte e instalou-se aqui, pertinho de nós! Abriu recentemente o
Degrau L (de Lisboa)
Praça Guilherme Gomes Fernandes, 3\5
2770-077 PAÇO de ARCOS
telefone - 91 252 3598
Telefone fixo - 21 01 103 12
Para lá chegar é muito fácil: tomem a Marginal no sentido Lisboa-Cascais. Entrem por Paço de Arcos, pela velha estrada empedrada onde se encontra o restaurante "Os Arcos". Logo que deixem esse restaurante à V esquerda enfiem na próxima rua, tambem à esquerda. Estão no Largo Guilherme Gomes Fernandes. Arranjem estacionamento nas várias hipóteses disponíveis (com moedinhas...). O DEGRAU L fica em frente ao Mar, em situação esplendorosa, em edifício pequeno pintado de vermelho.
Para garantir a mesma forma de trabalhar - em equipa vencedora não se deve mexer - vieram com a equipa da cozinha do Degrau do Castelo os fornecedores de peixe e marisco lá do Norte, onde Rui continua a deslocar-se para nos trazer os rodovalhos, os linguados , os robalos, a pescada poveira, o camarão da costa, as lagostas e por aí fora.
Rui também já se convenceu que aqui em baixo existe material a não menosprezar: os chernes, gorazes e pargos de Peniche, os sargos de Cascais... Os incomparáveis Salmonetes! Com o tempo ainda o havemos de converter à qualidade da moirama náutica!
O restaurante não é "barato" como nenhum restaurante que trabalhe com peixes e mariscos ao Kg pode ser "barato". Mas onde alcança nota máxima é na qualidade da confecção e da matéria-prima..
Já se sabe que a especialidade é Peixe , mas tal como no antecessor de Leça, há sempre a possibilidade de comer, por encomenda, o cabrito excepcional assado no forno (3,5kg no máximo!) , a costela de vitela mendinha, a caldeirada , ou o galo, em cabidela ou não.
Um destes dias, e depois de na véspera, com muita pena, nos ter sido dito que a casa estava reservada para uma das grandes firmas de Advogados da nossa Praça lisboeta, lá conseguimos uma mesa.
O Degrau L apresenta-se em duas salas. A do rés-do-chão, onde se sentarão 20 pessoas, e a do 1º Andar, onde há lugar para mais umas 12. Esta sala pode ser utilizada para apoio de bar (em aperitivos pré-prandiais ) no caso das reservas o sugerirem. Boa nota também para panejamentos, pratos, copos e talheres.
Já se vê que com a pequena dimensão devemos RESERVAR!
4 mortais no dia em causa começaram por se entreter com as lulas fritas a estrelicar, os croquetes da avó (receita de casa do Rui), as ovas gradas em alho e o camarão de Espinho, sublime de frescura.
Depois veio o Rodovalho grelhado, peixe de bela dimensão e rijo a sério, nada que se compare com as "molezas" avárias. Acompanhado por grelos salteados e a tal açorda de ovas, aqui enriquecida com belíssimos camarões frescos. De comer e chorar por mais.
Para "postre" o famoso leite-creme do Degrau, feito e queimado na altura. Com três garrafas de branco - verde Quinta de Azevedo e maduro (2) Quinta do Crasto - e 4 cafés, ficou esta aventura por mais ou menos 70 euritos (por cabeça...)
Barato não é. Mas a qualidade é excepcional ! Ao nível de um Porto de Santa Maria ( de saudosa memória, agora que mudou de gerência); de um Beira Mar, de um Gigi, de um Chanquinhas.
Aprovadíssimo! Para ir de vez em quando e com o objectivo de nunca esquecer que ainda há coisas no mundo pelas quais vale a pena lutar, apesar da Crise.
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