quinta-feira, junho 24, 2010

O Pitéu da Graça

Reunião no Chapitô, para discutir os pormenores da próxima Emissão Filatélica sobre o "Circo" - e desde já digo que os desenhos preliminares do Mestre Pintor Jorge Martins estão "de cair para o lado"! -por isso  houve a possibilidade de revisitar um velhinho poiso no Bairro da Graça:

Restaurante Pitéu
Largo da Graça 95
1170-165 LISBOA

Telefone - 218871067

Casa muito bem apresentada, com duas salas sobre o comprido antecedidas por uma porta "corta-vento" que dá alguma privacidade em relação aos ruidos típicos do Largo adjacente. Mas como está sempre cheia de manducantes, esta distinção acaba por se perder tal a cacofonia que se sente à hora do almoço (entre as 12,30H e as 14,00h). O revestimento a azulejo das paredes, segundo avançou o Luiz, também  deve ajudar a reflectir e a ampliar o som ambiente... Plasma inevitável na parede... felizmente apagado.Nem se ouviria com o "banzé" da casa...

Fora isso ( e também aquela coisa dos guardanapos de papel, embora de qualidade superior) come-se bem, barato e matérias-primas frescas. Ora vejam là:

Peixe: Peixe fresco para cozer e grelhar; Açorda de gambas; Filetes de cherne com arroz de tomate e pimentos; Bacalhau assado com batata a murro; Bacalhau com grão; Pataniscas com arroz de feijão; Massinha de cherne com arroz de grelos; Garoupa assada no forno; Ensopado de safio; Arroz de polvo; Lampreia à bordalesa (na época).
Carne: Rojões à minhota; Cozido à portuguesa; Feijoada; Pernil à beirão; Cabrito assado no forno; Mão-de-vaca com grão;Pato Assado no Forno com Arroz de miúdos Pratos de caça (na época).
Sobremesas: Arroz-doce, Mousse de chocolate. Doces conventuais portugueses. Muita ( e de bela aparência) fruta , da época e exótica.

A "matriz" é obviamente de cozinha típica portugesa, antiga e respeitável.
Embora talvez lhe faltem alguns pratos mais "lisboetas" como as Iscas, ou os Bifes de café, ou as Favas, sempre um "must" nestes dias.
Por outro lado há que avisar que alguns destes pratos assinalados atrás   são "do dia"... Cozido às Quintas, Mão de Vaca às Quartas e por aí.

Notas da prova: Com um belo branco alentejano do Engº Paulo Laureano e várias águas das pedras,  comeu-se uma entrada de bom queijo da Serra de entorna.

Abro um parêntesis para um desabafo que há muito desejava aqui fazer:

 Esta mania de darem queijos fortes como entradas tem de acabar! Mas um gajo chega ali, está com fome e ...atravessa-se. Ainda por cima com aquele belíssimo pão de mistura, quente ainda do forno... É maldade, vai contra todos os preceitos gastronómicos clássicos (para não falar dos dietéticos)  e não se deve fazer!

É claro que a culpa também é do "impetrante" cliente,  comilão, galifão e incapaz de resistir à Tentação! 

Como dizia o saudoso Sr Leal do Beira-Mar a um Cliente antigo e familiar, que lhe postulava com voz grossa:

- "Não ponha mais vinho! Não ponha!"
- " E o Senhor não beba! Não beba!"

Mas divago.  Avante que é dia pujante:

Depois do queijo e do amabilíssimo panito,  veio  uma airosa e fresquíssima cabeça de pescada cozida com os seus acompanhamentos: bela batata, sempre de destacar quando por esta Lisboa se come geralmente batata das estufas, a desfazer-se, couve portuguesa ( assim-assim, um pouco dura para os dentes do mal-habituado Blogger), 2   ovos cozidos . Dois cafés.

Dois cristãos, embora um deles combalido nas partes baixas intestinais, daí as águas das pedras,  almoçaram por...menos de 30 euros!

Aprovado!

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