quinta-feira, outubro 29, 2009

1940 - A Invasão que nunca existiu





















Sabia-se nos meios académicos que Francisco Franco, o Generalíssimo Ditador do país vizinho, teria intenções de conquistar Portugal. Vieram há poucos dias a lume os arquivos secretos espanhóis onde está confirmada essa hipótese: em 1940 Franco mandou pedir ao seu Estado Maior um Plano de invasão de Portugal.

A invasão seria orquestrada por dois corpos de exército de 250 000 homens, um dos quais entraria pela Guarda e o outro por Elvas. Depois de vencida a oposição - que se esperava ser de pouca monta - os dois exércitos sitiariam Lisboa e imporiam a rendição .
Tudo isto estava construído em torno de uma premissa: o apoio da aviação alemã.
Mas como o Sr Hitler teria outros planos para os seus aviões nessa altura, a invasão nunca saíu do papel.
Como se observa, não foi por falta de vontade do Ditador (que mais tarde tantas vezes foi às perdizes com o Sr Almirante "corta fitas", o tal que disse na TV que "gostei" era um adjectivo ) que Portugal não é hoje mais uma província de España.

Estamos numa altura em que - e por estranho que pareça - os ecos da Guerra Civil no País vizinho ainda remexem com as pessoas. Não é por acaso que certos arquivos pessoais desse tempo foram outra vez fechados a seguir a terem entrado em domínio público, por ordem do Supremo Tribunal, depois de ser verificado que a sua consulta dava origem a muitas celeumas e ataques a pessoas e bens, mesmo depois de 70 anos!

Em Espanha não se esquecem estas coisas com tanta facilidade como em Portugal. Aqui, neste jardim à beira mar plantado, passa-se rapidamente o apagador pelo quadro negro da nossa história mais recente.

E, se por um lado é bom e são temperamento cristão esquecer dívidas antigas e olhar para a frente, para o futuro, por outro lado também me parece perigoso ignorar o passado ao ponto de voltarmos a cometer os mesmos erros...

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