Ontem estávamos a discutir a tragédia que se verificou ao largo da maravilhosa Ilha de Fernando de Noronha (a tal da poluição"0") numa tertúlia de amigos que, sem serem especialistas nestas matérias , pelo menos incluem suficiente variedade disciplinar ( desde a Economia e a História até à Engenharia, passando pela Psicologia e pela Medicina ) para serem considerados uma "audiência interessada e educada" como se costuma dizer na gíria.
E a conclusão a que chegámos era esta: mais do que a tragédia em si, o que nos custa mesmo é não saber o que se terá passado... A Humanidade aparentemente tem horror ao desconhecido, ao inexplicável, às coisas que ocorrem sem que haja explicação da Ciência, da grande racionalizadora que é a Ciência. Claro que essa explicação nunca ressuscitou os mortos nem inverteu as consequências das catástrofes, mas pelo menos tem o condão de voltar a pôr nos carris da "normalidade" esses acontecimentos que nos causam espanto.
Até que se saiba (ou se invente explicação plausível) para o desastre , não vão faltar as teorias da conspiração, já para não falar da "irmandade" dos UFO's ou da "fraternidade " do triângulo das Bermudas (aqui - temos de convir - um tudo nada fora do seu ambiente natural...)
Os passageiros terão enviado e-Mails ou SMS para familiares ou amigos, como aconteceu no "nine eleven"?
Os tripulantes terão tido hipóteses de pôr em prática os procedimentos de emergência associados a uma possível amaragem? O Atlântico Sul não é o Rio Hudson, e mesmo que a coragem , sangue frio e determinação da tripulação do avião norte-americano que pousou no Hudson fossem idênticos ao desta tripulação da Air France, as circunstâncias eram e foram muito diferentes.
Na visão que temos desta catástrofe fica ao canto da consciência de cada um a questão tenebrosa de como teriam sido os instantes finais destas 228 pessoas...
E é inequívoca a constatação de que ainda é o Homem neste Seculo XXI, de facto, um "bicho da terra tão pequeno"... Como dizia o Poeta.
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