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Qual a resposta para essa eventualidade? Mudar as regras do jogo eleitoral, criando - obviamente que apenas por larguíssimo consenso na AR - uma forma de eleger os deputados da nação que torne os Governos de maioria relativa mais estáveis.
Estas noções foram bem debatidas (passe o orgulho paternal) na obra fundamental de André Freire, Marinho Pinto e Diogo Moreira : "Para uma Melhoria da Representação Política".
Hoje mesmo também Rui Oliveira e Costa publica um livro em redor do mesmo tema, advogando um sistema para Portugal semelhante ao do Parlamento Alemão, onde metade dos deputados é eleita com base nos circulos uninominais...
Já sabem a minha opinião sobre estas matérias. De facto os pequenos Partidos desaparecem se a lei de proporcionalidade eleitoral actualmente existente se modificar a favor de características como os circulos uninominais.
Quem ganha com a alteração , se esta for nesse sentido, serão sempre os dois Partidos de Governo, PS e PSD.
Não acho bem.
Na minha opinião o País não deve ter uma dicotomia política extremada do tipo norte-americano , ou como era o Reino Unido até há bem pouco tempo atrás... A nossa realidade social e política é bem mais rica do que isso e deve representar mais franjas da sociedade , mesmo que isso tenha um preço alto: o de por vezes os Partidos de Governo serem obrigados a fazer coligações.
E que mal tem isso? Não ficará mal aos "Patrões" do PS e do PSD terem, de quando em vez, algumas lições de humildade que os humanize e faça descer do pedestal onde se auto-colocaram...