Vamos dar notícia (aos incultos continentais, pois lá pelas Ilhas Encantadas não haverá gastrónomo que o não conheça) desta casa de bem comer:
Restaurante O Gato Mia
Av. Fulgêncio Ferreira Marques 13 - Ribeirinha
Av. Fulgêncio Ferreira Marques 13 - Ribeirinha
9600-312 RIBEIRINHA RGR
A situação deste Restaurante é muito singular. Ocupa um rés do chão de uma casa típica da freguesia da Ribeirinha, mesmo ao lado de um velho Moinho de Farinha movido a água que se encontra perfeitamente preservado e que dá gosto visitar. O som e a vista da àgua da "canada" que passa em frente ao Restaurante serão uma constante para quem lá for almoçar. Nós jantámos, por isso o impacto da paisagem circundante foi menor. Mesmo assim impressiona.
O que lá se come torna-se difícl de explicar, pois dadas as origens dos proprietários (Ilha Terceira) e as suas afinidades gastronómicas (Cozinha típica alentejana, entre outras) imaginem a salganhada que por ali não vai em termos de propostas comestíveis - e todas boas de chorar por mais...Ora vejam:
Entradas: Queijos do Pico, Graciosa e S. Jorge com doce de melancia e melão, ou ainda com doce de framboesas caseiro; Lombos de chicharro avinagrados; Salada de polvo; Pé de torresmo; debulhos, Salada de Búzios; salada de Ovas;
Peixe: Bacalhau na telha; Bacalhau de Festa; Telha mista de lulas e cherne; Alcatra de vários peixes; Espadarte na telha acamado sobre couve chinesa.
Carne: Alcatra de novilho com bolo de milho na sertã, batata doce e puré de inhame. Alcatra de Cabrito; Mão de Vaca .
Doces: Pudim de feijão; Pudim de mel; coco em caramelo; Doce de Vinagre (soberbo!); Panaceta de Yogurte;
Começámos "alentejanamente" pelas variadíssimas "entradas" da Casa, as quais por si só bastariam para satisfazer os apetites dos devotos "Romeiros" de S. Miguel. Nestas Entradas, e a pedido do vosso Bloger, veio uma malga de mão de vaca que estava saborosíssima. Mas depois avançámos pela Alcatra de Novilho , tenríssima, a desfazer-se na boca e a saber ao lento refogado em vinho e ramos de cheiros que lhe é tão peculiar, e pelo Bacalhau de Festa , acabado no forno, carilado e com camarões grandes a envolvê-lo.
Acabámos com uma "prova vertical" das sobremesas disponíveis, onde sobressaíu o Doce de Vinagre , pelo insólito da combinação acre\doce .
Bebemos localmente, com o Verdelho da Quinta de Moledo a fazer as honras açorianas e apenas se abriu uma Duas Quintas Tinto (colheita normal de 2005) para empurrar a Alcatra.
Alguns tipos de cafés, mas sobretudo uma profusão de chás de vários sabores e proveniências foram propostos para terminar em beleza.
Pagou-se (4 pessoas) não mais do que 80 Euros por semelhante "festa de casamento"...
Recomendável em Absoluto! Único senão: Guardanapos de papel e...não se poder fumar.
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