sexta-feira, novembro 16, 2007

Porque não Conde??


O Visconde que deu nome ao Jardim Central de Cascais terá sido Joaquim António Velez Barreiros, 1º Visconde de Nossa Senhora da Luz , Título instituído por D. Pedro V.

Uma família de nobreza "moderna" que deveria ter sido olhada de soslaio pelos antigos Senhores de Cascais - Casa fundada em 1370 cujo primeiro Marquês e 6º Conde de Monsanto foi D. Álvaro Pires de Castro.

De todas as formas o que aqui está em causa é a recepção que o vulgar mortal - brasonado ou não - deverá ter quando se aproxima do "casarão" que alberga o Restaurante Visconde da Luz, vulgarmente conhecido pelo cascavélico habitante de Cascais como , simplesmente, "O Jardim".

Restaurante Visconde da Luz
Jardim Visconde da Luz
Cascais (no centro, ao lado da CGD)
Tele - 214 847 410

O que se come no "Jardim"?

Peixe: Açorda de marisco; Amêijoas à Bulhão Pato; Arroz de marisco; Arroz de Tamboril; Bacalhau à Lagareiro; Bacalhau com natas; Bacalhau cozido; Peixe cozido; Filetes de Pescada; Lulas; Peixe ao Sal; Peixe assado no forno; Peixe grelhado; Bacalhau assado; Sopa de Peixe; Parrilhada de peixe e Cataplana de Mariscos.

Carne: Cabrito Assado; Caça; Carne de porco à Alentejana; Carnes grelhadas; Costeleta de novilho e Cozido à Portuguesa.

Doces:Tarte de Noz, Semifrio de Avelã; Toucinho do Céu e Pudim Flan

Começamos por dizer que o marisco e o peixe do dia são fenomenais e a preços condizentes com essa qualidade. Esta casa foi fundada por antigos empregados do Mestre João Padeiro - quem ainda se lembra deste Ex-Libris de Cascais dos anos 60 e 70, hoje infelizmente deslocado para o Guincho pela mesma família, mas sem a chama e as glórias de outrora?

Mestre João Padeiro tinha a fama de ter o melhor Linguado e o melhor Lagostim de Cascais. e estes seus aprendizes fazem o possível para manter essa tradição de excelência.

É natural que com os Lagostins Grandes a sairem da Lota a mais de 60€ o Kg será difícil que qualquer restaurante os venda por menos de 100€.. .O que, a bem dizer, não os tornará o prato com mais saída desta casa (ainda por cima estão cada vez mais raros, fruto da poluição e da "raspagem" que é feita das costas ribeirinhas pelo arrasto indevido).

Mas o Linguado, o Robalo, a Dourada Marinha etc, apreeentam-se ainda aqui com todo o fulgor possível em pescado selvagem (à porta fica qualquer que seja o peixe de "aviário". É norma da Casa desde que abriu.)

Um segredo: um dos actuais cozinheiros do Jardim aprendeu com Mestre Mendonça, no Monte Mar (Guincho). Peçam-lhe para lhes fazer um daqueles arrozes caldosos a saber a mar, com camarão vivo e ameijoa. Experimentem depois acompanhá-lo com um Linguado rosa de bom tamanho "frito à pobre", isto é, sem ser passado por ovo antes da fritura, e digam-me se não ficam no paraíso por algum tempo...

Pata Negra de muito boa qualidade também é apanágio da casa, bem assim como a Santola descascada ao natural (excelente como entrada).

Por estranho que pareça tem também esta casa muita ( e fundada) fama no tratamento das carnes. Se houver Cabrito no Forno, não hesitem. É um dos melhores que se podem comer para os lados da Grande Lisboa.

Com uma garrafeira de grande porte e a preços habituais (quero dizer, para o carote...) é usual o transeunte pagar - tendo alguma atenção ao que bebe, mas com uma entrada de Santola, prato principal de peixe do mar e sobremesa conventual - cerca de 60€. Se for para os Lagostins o melhor é fazer uma "ligação directa" ao cofre da CGD que é mesmo ao lado...

Não é barato, mas com a qualidade que se comprovou deveria este Visconde ser, no mínimo, Conde.

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