Esta época do ano que antecede a Quaresma e que tem por características principais os festejos na rua e a expressão mais "liberal" dos sentidos, terá mais do que uma teoria que lhe explica a origem.
Pode vir do Latim "Carrrus Vale" - antiga procissão em que um Carro Grego de grandes dimensões transportava pelas ruas de Roma, aclamado pela populaça, uma estátua do Deus Apolo; ou ainda do Italiano medieval "Carne no vale", "adeus à carne" .
De todas as formas sempre o Carnaval foi uma época de "festim carnívoro" em que se dava largas a um desmedido e público apetite pela abundância da mesa e dos pratos de carne, tendo mais tarde e por generalização, essa tendência passado a englobar o comportamento sexual aparentemente liberto de peias da razão ou dos bons costumes.
A coberto das Máscaras os foliões realizavam em três dias as Fantasias reprimidas em um ano de observação rígida dos preceitos religiosos tradicionais.
Mal visto pelos Protestantes mas (estranhamente) tolerado pelos Católicos, é nos Países assumidamente católico-romanos que esta celebração atinge o apogeu: Itália\Veneza, Brasil, França, Espanha, Portugal e sem esquecer o "Mardi Gras" de New Orleans.
A eventual necessidade dos fiéis se "desfazerem das reservas de carne" antes do início da Quaresma pode explicar o consumo desenfreado que acontecia nestes dias no período medieval.
Ainda hoje muitos restaurantes de referência têm como prato principal de Terça Feira Gorda a "Feijoada". Por exemplo o clássico Gambrinus apresentava nesse dia uma afamada "Cabeça de Porco com Feijão encarnado".
Em Portugal a Tradição das Terras de Trás-os-Montes enraíza o Carnaval em velhos mitos Celtas que envolvem ritos de passagem (da adolescência para a idade adulta) e empresta um colorido muito especial a esta quadra com as suas tradicionais Máscaras, estudadas pelos grandes Antropólogos portugueses e estrangeiros.
Respeitando a sensibilidade de cada um dos nossos leitores gostaria de sublinhar em breves traços o verdadeiro significado da Máscara “Diabo” na etnografia própria das regiões transmontanas.
De facto, a máscara corporiza um modelo ideológico e de mito, explicativos da criação do mundo e da sua organização, papel esse extremamente importante em todas as sociedades fechadas e integradas nos seus próprios valores. No caso vertente é referencial da Máscara “Diabo” o Dia de Quarta Feira de Cinzas , em Vinhais e em Bragança.
Juntamente com a sua companheira Máscara “Morte” , a Máscara “Diabo” tem nesse dia um papel castigador do corpo e profiláctico da Quaresma (antes do Cristianismo associado a ritos anunciadores da Primavera e de expulsão dos rigores invernais) atormentando e perseguindo os habitantes que saem à rua nesse dia . Seriam vinte e quatro horas de penitência e de inquietação próprias do início da Quaresma, como muito bem o atesta a lição do Abade de Baçal.
De facto, a máscara corporiza um modelo ideológico e de mito, explicativos da criação do mundo e da sua organização, papel esse extremamente importante em todas as sociedades fechadas e integradas nos seus próprios valores. No caso vertente é referencial da Máscara “Diabo” o Dia de Quarta Feira de Cinzas , em Vinhais e em Bragança.
Juntamente com a sua companheira Máscara “Morte” , a Máscara “Diabo” tem nesse dia um papel castigador do corpo e profiláctico da Quaresma (antes do Cristianismo associado a ritos anunciadores da Primavera e de expulsão dos rigores invernais) atormentando e perseguindo os habitantes que saem à rua nesse dia . Seriam vinte e quatro horas de penitência e de inquietação próprias do início da Quaresma, como muito bem o atesta a lição do Abade de Baçal.
Carnaval de carne e de sexo, Carnaval mitológico transmontano, ou simplesmente desculpa para algumas noites "mais" libertas do que é costume, o certo é que hoje em dia Carnaval é também uma obrigação para que todos se divirtam.
Como odeio este tipo de "mandamentos" nunca liguei nenhuma ao Carnaval... Mas não tenho nada contra os que o aproveitam integralmente!
2 comentários:
Vim pela primeira vez a este Blog, movido pela curiosidade motivada pela sua apresentação: "um espaço de reflexão sobre Correios em Portugal".
Por acaso, o que se passa hoje nos CTT, tem algumas semelhanças com o Carnaval, entendido como brincadeira (de mau gosto), barafunda, confusão, etc., mas, a não ser que o autor escreva duma forma eufemística, não parece que o objectivo deste post seja falar dos Correios de Portugal.
Por isso fiquei um pouco desiludido.
Ainda quando fala de comes, bebes e afins, vá que não vá. Agora, outras coisas, enfim, que se falasse mas, subsidiariamente.
Quer o seu nome "correio-mor" quer a sua carta de apresentação, me fizeram esperar vir aqui encontrar escritos a propósito dos Correios.
Por exemplo, sobre a nova estrutura da Empresa, que a Comissão de Trabalhadores apelidou de "ERRO COLOSSAL", dos resultados da Qualidade de Serviço, em 2006, apenas para falar de assuntos mais actuais, nos CTT.
Um abraço
Flávio
Concordo que o espaço que este blog dedica a assuntos dos CTT, peca por defeito,quer em termos de assuntos quer de participantes.
Perdeu pressão e foi-se esvasiando,tendo-se afastado,do que em 1º editorial, parece o originou.
Tem sido mantido pelo Raul,tendo muitos dos anteriores colaboradores do blog,deixado de dar as suas opiniões e contributos?!Esgotaram-se os temas e as ideias?Nada há a debater?Estará tudo na maior?
Precisa de vitaminas para ser um espaço de debate e cumprir os objectivos para que foi criado.
Colaboradores e temas precisam-se....a empresa CTT tem muita gente de qualidade que a pode e deve debater....que se passa?...haverá medos ou mordaças?
Em tempos de mudança e de incerteza, muitos se escondem a ver aonde param as modas, há os não tem dúvidas,há os emplastros, estão sempre na fotografia,os pucha-sacos,os lambe-botas e os que ponderam as situações,agem de forma Profissional coerente e consciente,normalmente não Yes-men.
Problemáticos?
Tempos de Mudança?
A Mudança faz-se com as pessoas e não contra elas.São elas que fazem a diferença.
Erros estratégicos não tiveram nem terão retorno.
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