quinta-feira, dezembro 07, 2006

Afinsa propôe acordo com Clientes Credores




De novo o caso AFINSA enche os jornais (lá mais para o meio do jornal, já não dá 1ª página...) com uma proposta que a Administração da AFINSA Portugal fez ontem aos seus Clientes aqui no País sobre a hipótese de estes se constituirem como "Sócios" da Empresa com a garantia de que num prazo de 10 anos lhes seriam devolvidas as poupanças investidas na companhia.

Em Espanha tal proposta também já foi feita.

Para que seja aceite pela Justiça 50% dos Clientes mais um teriam de dar o seu acordo explícito a esta iniciativa, e para isso a AFINSA está já a trabalhar.

A Directora-Geral, Maria do Carmo Lencastre, alvitra até que seria possível pagar a prazo não só o capital investido como também os Juros...

Que dizer desta proposta?

Começamos por admitir que no âmbito de uma execução judicial onde todo o património da AFINSA seria vendido ao desbarato é de admitir que os Investidores já se dariam por muito satisfeitos se viessem a receber 10% a 20% do que lá enfiaram.

E quando? A justiça em Espanha é mais célere do que em Portugal, mas não se esperam conclusões do processo antes de 5\6 anos...

Por outro lado, de que forma é que a Administração da Companhia se propôe fazer face aos seus compromissos para com os Clientes? Vendendo a pouco e pouco - e com o seu conhecimento específico do mercado - o seu património constituído por Selos ( valor real a determinar, embora estejam contabilizados a 1900 milhões €) e Imobiliário (600 Milhões €).

Parece-me mais lógico para os investidores a aceitação desta proposta do que ficarem à espera do que lhes "couber na rifa" da divisão do património executado judicialmente, mas há também que ter em conta o estado actual do Mercado Mundial de Novidades (em selos) , que não está para avarias (nem grandes nem pequenas...)

De todas as formas esta Proposta, por muito irreal que pareça - e com a qual, aliás, a DECO não concorda - tem pelo menos a virtude de ser uma réstia de esperança para quem tudo investiu neste negócio.

Só por isso acho que merece ser avaliada sem preconceitos.

Nenhum comentário: