O Restaurante Eleven abriu há já um ano no cimo do Parque Eduardo VII e constituiu um Investimento considerável dos seus muitos Sócios (penso que são 10 ou 11, incluindo o Chefe de Cozinha, o Alemão Koerper).
Decoração impecável, vistas extraordinárias sobre o Parque e com o Tejo ao fundo, cozinha de Autor, Adega de grande gabarito (talvez uma das melhores caves do País, juntando a Fortaleza do Guincho e o Carlton) etc...
Caro que se farta , mas isso faz parte da filosofia da Casa. Quem lá vai sabe no que se vai meter.
Com tantos encómios iniciais porque motivo demorei tanto tanto a fazer esta crónica mesmo depois de ter já lá ido 4 vezes, uma delas sózinho para melhor me aperceber de alguns detalhes?
Bom alguma desconfiança começa na marcação da Mesa. Sem marcação não há mesa - até aqui nada a dizer - mas, mesmo quando telefonamos com antecedência é vulgar o Funcionário que nos atende dizer que tem a Casa já esgotada no caso de fazermos uma marcação em nosso nome. Se minutos depois ligarmos em nome de uma Empresa ou Entidade mais conhecida acontece o milagre e lá nos arranjam mesa sem problemas.
O pior disto tudo é que depois de chegarmos nos apercebemos de que o Eleven terá, quanto muito, meia casa cheia...
Não percebo para que serve esta política mas indicia-se aqui uma estratégia que até ao fim das refeições tomará corpo: os proprietários não precisam de facturar imediatamente. Têm a Casa aberta para outros fins, desde logo como "refeitório" das suas muitas e grandes Empresas , mas também contando com o Efeito do Glamour, do Fashion e de outras motivações Psico-Sociais que enchem as páginas das Revistas cor de rosa e que permitem sonhar com o (supostamente) inatingível.
Comer, come-se bem. As doses são pequenas, como está na moda de uma certa Nouvelle Cuisine cujos Clientes são Metrosexuais e Modelos de ambos os sexos, mais actores de Telenovelas e Figuras dos Noticiários da Televisão, mas também não é Casa onde se vai para ajavardar...
Os vinhos são - como já disse - muitos e muito bons, mas marcados na carta a preços relativamente mais altos do que os de outros Restaurantes de gabarito.
Uma Refeição para três pessoas com Ruinart Blanc de Blancs como aperitivo, Menu Degustação (a 85€ cada e impecável de qualidade) e Tinto Pedro e Inês 2001 (de um dos proprietários) custou cerca de € 480.
Repito: come-se bem (mas pouco) o serviço é gentil e profissional, embora feito por muitos jovens que não sabem tudo, sobretudo do Serviço de Vinhos.
Como curiosidade: Leram no Suplemento Fugas do Público de um destes Sábados a história de terror que se terá passado com um destes aprendizes de escanções no Eleven, onde um conhecido Realizador de Cinema português pediu um Vinho branco Chateau Yquem (penso eu) que custava cerca de 500€ a garrafa , mas como não havia já na Cave um funcionário sugeriu-lhe um Tinto Roumanée Conti sem esclarecer que aquele Tinto custava 3500€? Quando veio a conta é que foi bonito...
Francamente prefiro gastar o mesmo dinheiro investido num jantar no Eleven noutras casas como a Fortaleza do Guincho onde tenho ainda por cima direito ao melhor escanção de Portugal, Sr. Moreira (não é da família, estejam descansados ) como parceiro na escolha da Refeição.
E ainda por cima não tenho de levar em cima com (as) os socialites da moda...
É claro que para alguns esta é uma vantagem e não um ponto fraco, mas se todos gostassem do vermelho o que seria do verde, não é verdade Amigos Sportinguistas?
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