sexta-feira, abril 28, 2006

Comentário ao AlmaViva e à Questão Nuclear

Transcrevo um Comentario de um nosso Leitor:

Realço o seu bom gosto. E também o saber (no que respeita a vinhos, entenda-se).

Mas, não tentando "comparar o incomparável" e uma vez que mencionou o Fojo 2000, já provou por acaso o Pintas 2003? E o Kolheita? Gostaria de adivinhar a sua "aposta" numa prova cega entre estes e o Almaviva (que reconheço ser um Senhor Vinho)!

já agora e numa matéria bem diferente, permita-me que lhe chame a atenção para um ligeiro equívoco energético: o que está actualmente em causa, é a tecnologia da fissão e não a da fusão (esta ainda em fase de investigação). Esta tecnologia iniciou-se e desenvolveu-se para fins militares (Iroshima, lembram-se?) e após mais de 5 décadas de fracassos, mentiras, acidentes e ocultações macabras, revelou-se uma energia cara, inútil e perigosa. Por isso, está a voltar às origens (a sua missão de arma de destruição maciça) e o Mundo volta hoje a estar "com o credo na boca" à conta do Irão, como já andou no passado recente com a ìndia, o Paquistão e a Coreia do Norte.

AdeMiranda


Que dizer? Muito Obrigado, em primeiro lugar.

De facto provei o Pintas (acho que era o 2001) em jantar no CCB organizado pelos Amigos da Garrafeira ali situada e gostei muito. O Kolheita (2001) comprei para minha casa e ainda não abri...

Nestas coisas dos Vinhos a impressão das provas dos amadores (que é o que eu sou) às vezes são ilusórias e variam de pessoa para pessoa.

Por exemplo, eu costumo dar como exemplo (pessoal) de estrutura e complexidade o Cruz Miranda, mas já ouvi grandes profissionais classificarem o mesmo vinho como "desequilibrado"...

Por isso não sei se cometo um erro grave ao afirmar que me pareceu o Pintas 2001 mais um elegante Borgonha do que um Bordéus robusto, ao tipo do Almaviva e dos outros vinhos Australianos e Americanos na moda.

Quanto à Fissão ou Fusão Nuclear dou a primazia aos entendidos. Apenas quis chamar a atenção para os 20 Anos de Chernobyl e a minha "cultura específica " sobre o assunto é 100% do Google...

quinta-feira, abril 27, 2006

Jantar a Pretexto do Grande Vinho Chileno Almaviva


Alguns Amigos convidaram-me para jantar no Beira Mar a pretexto de provarmos um grande Tinto: O chileno Almaviva, feito em parceria entre a Concha e Toro (Chile) e a Casa Rothschild de Bordéus, e que é o único vinho não francês a ser comercializado pelos Produtores ao mesmo nível dos Grand Crus de Bordéus.

Dele (Almaviva) disse o grande especialista Tod Mostero:

"Almaviva is a very unique wine, the result of an immeasurable number of small details, from pruning to harvest and from vinification to bottling. Taken separately, maybe these subtleties would prove insignificant, but together they further each other's potential to give birth to this perfect expression of a singular terroir."


Mais alguns encómios para o Almaviva Tinto de 2003:

"95pts..."-Wine Spectator

"Built like a Pauillac..."--Wine Spectator"

....one of the great wines I tasted in Bordeaux was from Chile....the 2003 Almaviva tasted last week at Mouton is the finest cabernet-based wine I have ever had from Chile..."-Robert Parker

A experiência foi transcendente.

Começo por salientar a complexidade do vinho , onde nem o grau álcool de respeito (14,5º) , chegava para levantar problemas ao imenso corpo que exibia.

Depois um bouquet inebriante e um primeiro gosto a chocolate e toque de baunilha .

Já no final, uma sensação de frutos pretos maduros, amoras sobretudo.

Não se fazem (ainda) em Portugal vinhos assim. Que pena!

O mais próximo lusitano que encontrei deste tipo de sensações foi o Fojo 2000 (Grande Douro) e o já aqui aclamado Cruz Miranda 2001.

Tudo isto é obviamente relativo e as sensações de uns não serão nunca as mesmas de outros, mas o mais importante é terem todos os presentes concordado que estávamos perante um magnifíco Vinho Tinto.

Como "Aperitivo" bebeu-se um branco de Trás-os Montes (o excelente Vale Pradinhos) a acompanhar uma Santola fresca, cozida ao momento e simplesmente desfiada.

Com a responsabilidade de acompanhar o Almaviva veio um Pregado Estalado no Forno, com o seu acompanhamento de batata nova salteada e legumes.

Aqui , meus Amigos, e ao contrário dos Vinhos, é que pode vir o melhor dos melhores franceses ou chilenos medir forças, que o Beira Mar , Portugal e o seu Pregado sairíam sempre vencedores!

Espectacular!!

Para servir de "contrapeso" à prova do Almaviva abriu-se também um Alentejano de rija cepa, o Vale do Ancho Tinto de 2003.

Com as devidas distâncias, e não tentando comparar o incomparável, mesmo assim devo dizer que muito bem se portou ao pé da "Estrela da Noite".

Para acabar em beleza "saquei" os meus dois últimos Cohiba Millenium, edição especial de torpedos que comemorou a passagem do milénio.

Que noite!!

O Sr.Terry Pratchett "ataca" o Serviço Postal




Comecemos pelo princípio.

Há já alguns anos o escritor britânico Terry Pratchett iniciou uma (fabulosa) série de livros de fantasia passados num Universo paralelo com o livro "The Colour of Magic".
A diferença entre estes livros e outros da chamada "literatura de escape" era que Terry escrevia com um sentido de humor espectacular, a desafiar a inteligência do Leitor, nas bordas do nonsense tão caro à melhor tradição dos grandes escritores cómicos ingleses.

Para além disso gozava que nem um perdido com todos os arquétipos da literatura congénere, desde a invenção de uma filha para "Conan, O Bárbaro", rapariga bem apessoada mas que tinha vários problemas de relacionamento com os potenciais namorados (nem chegavam ao segundo encontro, partia-lhes a cara logo no primeiro...) até à reinvenção da Morte como um ser antropomórfico que falava sempre em maiúsculas (DEATH) e também tinha descendência (filha adoptiva)...

A Série passa-se num Planeta chamado "DiscWorld" cuja principal característica é...ser plano (como o nome indica). Ou seja, quem se aventurar até às bordas corre o risco de cair para a atmosfera!

Parte dos personagens que criou para povoar o seu Mundo de fantasia tornaram-se clássicos, como o famoso Feiticeiro inepto "RinceWind" (!) ou o Reitor da "Unseen University", ou ainda o Comandante "Vimes" da Polícia local, sem esquecer a "Bagagem" , mala consciente e fiel ao seu dono, a quem segue para todo o lado e que se movimenta sózinha à custa de vários pares de pés , um sonho para qualquer viajante frequente distraído.

Para mim, todavia, o mais interessante personagem é o Bibliotecário da "Unseen University", também ele um Feiticeiro (especializado em Livros) que se viu transformado em Orangotango quando uma experiência não correu da melhor forma lá na Universidade... O melhor, porém , é que ele se recusa a ser transformado de novo em Homem atendendo a que:
a) Ser Orangotango permite-lhe movimentar-se com muito maior rapidez pelas estantes.
b) A capacidade (em litros) para a ingestão da sua bebida favorita (cerveja) é muito maior como Orangotango.

A principal Cidade do DiscWorld onde toda esta gente se movimenta chama-se Ankh-MorkPork e - para quem conhece bem Londres - tem semelhanças engraçadíssimas com a topologia da capital britânica.

Depois de um sucesso tremendo e de muitos títulos em Best Sellers do NYT Terry Pratchett decidiu dedicar um volume da série aos Serviços de Correio.

"Going Postal" já está aí nas livrarias de referência.

Não percam!!

quarta-feira, abril 26, 2006

Chernobyl - 20 Anos de Sofrimento


Quando o velho reactor de fusão de Chernobyl estoirou, a 26 de Abril de 1986, o Mundo viu-se pela primeira vez perante uma aproximação ao que poderia ter sido uma catástrofe nuclear provocada pela Guerra.

Não interessa agora contabilizar os 300 000 mortos (ou 30 000, segundo as estimativas oficiais) nem sequer as causas do erro humano que causou a explosão (a não ser para acautelar o futuro noutras centrais de fusão) mas sim reflectir sobre a pequenez do Mundo face a desastres destas proporções onde as Fronteiras que os políticos desenharam nos mapas fazem figura de parvas perante a propagação das nuvens radioactivas.

Existem ainda ( e mesmo ao pé de Portugal) milhares de Centrais nucleares em todo o Mundo baseadas nesta tecnologia ultrapassada da fusão.

Uma tecnologia nuclear mais limpa ecologicamente e mais segura, como a dos Reactores de Fissão, tanto quanto eu saiba estará ainda reservada a aplicações não civis e em desenvolvimento.

Não quero entrar nessa polémica do Nuclear Sim ou Não (até porque não tenho competência para tal) mas não deixo de pensar que quando o petróleo estiver a "dar as últimas" , talvez dentro de 25 anos, para onde nos vamos virar?

E a pressa da substituição não nos levará a ultrapassar alguns dos protocolos de segurança?

Então em Países como o nosso que não souberam nem quiseram investir em Energias alternativas... E que, ainda por cima, têm a mania de que o "Improviso" e o "Desenrascanço nacional" são panaceia para quase todos os males...

É de perder o sono.

25 de Abril para Sempre nos nossos Corações



Temos um Dever de cidadania para com as gerações mais novas que nunca experimentaram a vida numa situação de controlo ideológico profundo e de carência de liberdade de expressão.

Esse Dever é o de explicar e esclarecer o que foi antes de 74 e o que é e pode ser hoje, para que jamais seja possível - mesmo que em situações de carência económica extrema - a Demagogia tomar conta deste País

Nem que fosse para compreenderem que se todos agora têm o Direito a dizer o que entendem e fazer o que lhes apetece (nos limites da Lei) foi porque há 32 anos alguns o tornaram possível.

19 de Abril de 1506 - A Vergonha de Lisboa

Perante algumas dúvidas publicamente manifestadas por um dos Cristãos-Novos recentemente ( e à força) convertido à fé católica , membros da Igreja atiçaram a população de Lisboa contra os Judeus, tendo sido mortos por espancamento e pelo fogo cerca de 4000 Homens , Mulheres e Crianças num frenesim de ódio racista e de sangue que começou a 19 de Abril de 1506 e durou por três dias.

Quantos Aristides de Sousa Mendes seriam precisos para limpar esta nódoa?

terça-feira, abril 25, 2006

O Leitão da Bairrada - Casa Vidal em Aguada de Cima

Habituado a ser Cliente dos mais conhecidos "Meta dos Leitões" e "Pedro dos Leitões" aproveitei uma recomendação de José Quitério (e um artigo do Fugas de Sábado Passado) para experimentar um novo Restaurante dedicado a esta Arte de assar Leitões na Bairrada: a casa Vidal em Aguada de Cima.

Quase que escondida do Público em geral, metida para dentro da Povoação, este Restaurante não conseguiu, infelizmente, fazer esquecer os outros citados que, embora talvez mais "comerciais", recebem melhor o Cliente em ambiente mais claro e atencioso com melhores atavios nas mesas, guardanapos de pano em vez dos de papel, copos decentes e apropriados, etc...

Mas e então o principal? O Leitão como se saíu?
Devo dizer que me decepcionou. Evidentemente que é muito melhor do que qualquer Leitão assado comido em Lisboa ou no Porto, mas estava à espera de melhor.

As batatas fritas do acompanhamento vinham "cozidas" e moles, as febras e a costela do leitão não desmereceram da Região mas, francamente, não encontrei indícios de qualquer melhoria face à concorrência da Mealhada.

Para mais na "Meta dos Leitões" temos acesso aos excelentes vinhos brancos, tintos e espumantes da Casa de Sarmento (dos proprietários) enquanto que aqui há que escolher na lista de vinhos normal da restauração.

Pode ser que eu tenha tido azar, mas ao meu lado houve mais Clientes a queixarem-se..

Duas doses de Leitão, uma garrafa de espumante Bruto das Caves Primavera, uma bagaceira da casa (má também e infelizmente) custaram 40€.

É mais barato do que na Mealhada mas, naquele dia, não valeu o desvio...

Há dias assim também para os Restaurantes.

Nº 1 da Blue Wine

Em parceria com a "Essência do Vinho" a conhecida Editora Blue Media arrancou a semana passada com uma publicação dedicada ao Vinho em Portugal dirigida por Paulo Ferreira e Nuno Botelho.

Com uma lista de colaboradores notável, onde avulta Jancis Robinson, Charles Metcalfe, Luis Gutierrez, etc... esta revista tem um design notável a que a Editora Blue já nos habituou, mas também interessantes artigos sobre a "Cortes de Cima" e o Acordo Symington com os Senhores de Bordéus.

Mesmo para aqueles que, como eu, compram compulsivamente todos os números 1 das publicações a que deitam a vista - não sei bem para quê... - encontrei nesta revista um interesse evidente e recomendo-a vivamente.

Alguns Problemas na Blogosfera

Depois de alguns dias sem acesso à colocação de Posts retomamos a nossa actividade (quase) diária

segunda-feira, abril 24, 2006

Comentário aos Postais para Desenhar

O nosso Leitor atento "Zé" comenta:

Zé said...
Em situação de crise, quando não há pão até migalhas vão, já lá diz o ditado.


Concordo que qualquer nicho de mercado desde com potencialidades pode e deve ser devidamente potenciado,explorado e rendibilizado.
Não me atrevo,nem sequer é minha intensão,pôr em causa as ideias que foram apresentadas,no Forum.

Mas parece-me que há ainda tanto a fazer e um projecto de potenciar os hábitos de escrita nas Escolas,bem haja,os bons hábitos são sempre de apoiar,sòmente lamento que haja sempre medidas avulsas(concursos epistolares anuais?!...) e não projectos integrados junto das Escolas(todo o ano é altura de escrita,maior e melhor envolvimento,maior e melhor notoriedade....) ,envolvendo todas as componentes do "edifício" Escolar.

Força com ideias que potenciem hábitos de escrita, por razões de aproximação de Pessoas, culturais e até Filatélicas. É de pequenino que se torce o Pepino....lá diz o povo..parece-me que não se tem feito muita coisa para potenciar este nicho de mercado...com reflexos futuros....

Quando a comunicação escrita se diz estar tão ameaçada, é necessario criatividade de forma a potencializá-la,daí que nada melhor que potenciar aonde se aprende a escrever,para criar hábitos com reflexos no futuro...ir e chegar até às Escolas....como fazer isto, se há dúvidas? perguntar-lhes.

sexta-feira, abril 21, 2006

Fórum de Criatividade CTT 2 - Os Postais selados para desenhar


Outra ideia avançada no mesmo Fórum está mais ligada à Filatelia e consiste na criação de Conjuntos de Postais de Correio selados com selos reais, para venda ao público, mas sem qualquer motivo para além dos grafismos obrigatórios.

Seriam vendidos em Packs com material de desenho e com um convite aos Clientes compradores para darem largas à sua criatividade desenhando o seu próprio motivo como mensagem dedicada e exclusiva no verso desses Postais.

Com um Target teórico onde avultam desde logo as Escolas, esta ideia pode muito bem ser aproveitada pelo nosso Projecto de Correio escolar que consiste em motivar os alunos (crianças entre os 6 e os 12 anos) a escreverem uns aos outros.

Fórum de Criatividade CTT 1 - MVNO

Os Amigos Paulo Palhares e Albano Rosa, entre outros, apresentaram ontem ao fim da tarde no Fórum CTT de Criatividade e de Inovação o seu Projecto de transformação dos CTT num Mobile Virtual Network Operator.

Quem costuma estar atento ao nosso Blogues recorda-se que esta ideia já aqui tinha sido aflorada em primeira mão pelos mesmos proponentes.

Na prática este Projecto consiste em os CTT aproveitarem a sua posição no terreno e no mercado para criarem - em parceria com um dos actuais Mobile Network Operator, como a TMN, etc... - uma oferta de serviços de telecomunicações abrangente e destinada a nichos de mercado ou a Clusters de Clientes com necessidades específicas.

A tecnologia possível para esta concretização podia ser qualquer uma das actuais (GSM, 3G ou até a novíssima Radio Frequência conhecida) e o Racional da Proposta passaria por "alugar" a Rede a um dos Operadores existente e desenvolver Marca, Conceito e Conteúdos a pensar nos tais Nichos ou Clusters de Clientes.

São exemplos para já todas as aplicações de Vendas à Distância, complementando os serviços de Direct Mail físico já existentes no portfolio dos CTT, mas também aplicações de Contact Center mais viradas para a infoexclusão e a Desertificação do Interior , como a teleMedicina ou teleVeterinária.

Para já Parabéns pela iniciativa e fica aqui um pedido aos Proponentes para utilizarem este nosso Blogue para desenvolver mais estas ideias.

quarta-feira, abril 19, 2006

A "Gazeta" dos nossos Deputados



Nem sempre a minha opinião sobre um assunto é a politicamente correcta.

Muitas vezes não a posso exprimir publicamente por causa das minhas funções, mas neste Blog e na minha sala de aula no ISCTE digo e escrevo o que penso. Mais vale os alunos aprenderem tolerância e valores democráticos do que ficarem agarrados a clichés e lugares comuns só porque a consciência inefável da maioria dos Media os valoriza e publicita.

Vem isto a propósito do que considero ser uma grande Demagogia: a censura pública, notória e unânime, que todos os Jornais, Rádios e TV's manifestaram aos Deputados faltosos na semana pascal.

A hipocrisia parece-me grande e a ponderação dada ao assunto em termos de cobertura jornalística perfeitamente desajustada à matéria e à sua real importância.

Salvou-se, em minha opinião e estou à vontade para o dizer porque todos conhecem onde me revejo politicamente, o antigo Deputado Narana Coissoró com a entrevista que deu à SIC e onde afirmava "no meu tempo não se agendavam Votações nem para esses dias nem para as noites de futebol..." E tem inteira razão!

Ora quem nunca tenha saído do Emprego uma hora ou duas mais cedo nas vésperas destas datas festivas que atire a primeira pedra...

O que se passa é que os Deputados estão na mira de todos os MCS por causa - entre outras coisas - dos seus "régios" salários (mesmo que fossem o dobro do actuais ainda seriam pouco para dar dignidade à função) e são também acusados pela Vox Populi de "não fazerem nada".

Quando a essas más qualidades se juntam agora a "calanzice, a pouca vergonha, a falta de respeito pelos Eleitores, etc..." temos o Cocktail certo para :

a) Vender mais jornais e subir as audiências
b) Descrer cada vez mais da Política e dos Políticos este Bom Povo Português que , aliás, até quase que elegeu o seu actual PR contra os Partidos - Revejam sff posts anteriores sobre esta matéria.

Não me revejo nestas condutas de deixar para trás o trabalho para ir mais cedo para Férias (desde que haja de facto trabalho) MAS faz-me confusão o provincianismo deste "opróbio geral" a lembrar tempos mais antigos onde o que estava a dar era o ditado de "pobretes mas alegretes" e onde o Homem do Leme usava botas e intervinha pessoalmente nas vendas de ovos das galinhas do quintal de S. Bento!

Que Palhaçada! Com o devido respeito.

Relação Fornecedores e Clientes: Os CTT

Mais um comentário do nosso Leitor "Zé" à minha referência sobre o facto desta actual ADM me parecer menos permeável aos Poderes Constituídos:


Mais vale tarde que nunca.

Corrigir é um Bom Principio.
Só que poderá ser tarde.

Esperemos que não,pela Empresa e por tudo que ela representa(Mercado,Clientes,Fornecedores,Trabalhadores....País).

Normalmente os erros estratégicos não tem Retorno.

Restauração - O Eleven no Parque Eduardo VII

O Restaurante Eleven abriu há já um ano no cimo do Parque Eduardo VII e constituiu um Investimento considerável dos seus muitos Sócios (penso que são 10 ou 11, incluindo o Chefe de Cozinha, o Alemão Koerper).

Decoração impecável, vistas extraordinárias sobre o Parque e com o Tejo ao fundo, cozinha de Autor, Adega de grande gabarito (talvez uma das melhores caves do País, juntando a Fortaleza do Guincho e o Carlton) etc...

Caro que se farta , mas isso faz parte da filosofia da Casa. Quem lá vai sabe no que se vai meter.

Com tantos encómios iniciais porque motivo demorei tanto tanto a fazer esta crónica mesmo depois de ter já lá ido 4 vezes, uma delas sózinho para melhor me aperceber de alguns detalhes?

Bom alguma desconfiança começa na marcação da Mesa. Sem marcação não há mesa - até aqui nada a dizer - mas, mesmo quando telefonamos com antecedência é vulgar o Funcionário que nos atende dizer que tem a Casa já esgotada no caso de fazermos uma marcação em nosso nome. Se minutos depois ligarmos em nome de uma Empresa ou Entidade mais conhecida acontece o milagre e lá nos arranjam mesa sem problemas.

O pior disto tudo é que depois de chegarmos nos apercebemos de que o Eleven terá, quanto muito, meia casa cheia...

Não percebo para que serve esta política mas indicia-se aqui uma estratégia que até ao fim das refeições tomará corpo: os proprietários não precisam de facturar imediatamente. Têm a Casa aberta para outros fins, desde logo como "refeitório" das suas muitas e grandes Empresas , mas também contando com o Efeito do Glamour, do Fashion e de outras motivações Psico-Sociais que enchem as páginas das Revistas cor de rosa e que permitem sonhar com o (supostamente) inatingível.

Comer, come-se bem. As doses são pequenas, como está na moda de uma certa Nouvelle Cuisine cujos Clientes são Metrosexuais e Modelos de ambos os sexos, mais actores de Telenovelas e Figuras dos Noticiários da Televisão, mas também não é Casa onde se vai para ajavardar...

Os vinhos são - como já disse - muitos e muito bons, mas marcados na carta a preços relativamente mais altos do que os de outros Restaurantes de gabarito.

Uma Refeição para três pessoas com Ruinart Blanc de Blancs como aperitivo, Menu Degustação (a 85€ cada e impecável de qualidade) e Tinto Pedro e Inês 2001 (de um dos proprietários) custou cerca de € 480.

Repito: come-se bem (mas pouco) o serviço é gentil e profissional, embora feito por muitos jovens que não sabem tudo, sobretudo do Serviço de Vinhos.

Como curiosidade: Leram no Suplemento Fugas do Público de um destes Sábados a história de terror que se terá passado com um destes aprendizes de escanções no Eleven, onde um conhecido Realizador de Cinema português pediu um Vinho branco Chateau Yquem (penso eu) que custava cerca de 500€ a garrafa , mas como não havia já na Cave um funcionário sugeriu-lhe um Tinto Roumanée Conti sem esclarecer que aquele Tinto custava 3500€? Quando veio a conta é que foi bonito...

Francamente prefiro gastar o mesmo dinheiro investido num jantar no Eleven noutras casas como a Fortaleza do Guincho onde tenho ainda por cima direito ao melhor escanção de Portugal, Sr. Moreira (não é da família, estejam descansados ) como parceiro na escolha da Refeição.

E ainda por cima não tenho de levar em cima com (as) os socialites da moda...

É claro que para alguns esta é uma vantagem e não um ponto fraco, mas se todos gostassem do vermelho o que seria do verde, não é verdade Amigos Sportinguistas?

terça-feira, abril 18, 2006

Um Comentário pertinente de um nosso Leitor

A análise que tenho vindo a fazer ao relacionamento Fornecedor-Cliente na óptica das Empresas operadoras de serviços Postais, nomeadamente os CTT, levou ao seguinte comentário do nosso Leitor "Zé":

É a lógica de ter taxas e não preços. É a lógica do Serviço Público.

Foi a lógica clientelar e de manutenção artificial de taxas numa lógica de poder e de resposta a pressões políticas de calendários eleitorais que pouco ou nada teve a ver com as necessidades do Mercado,dos clientes,de faz de conta muitas vezes,com uma visão de quinta....agora tudo assustado com a abertura de mercado?


É urgente mudar processos,modernizar,ai se eu soubesse....há que recuperar o tempo perdido...será a empresa da oportunidade perdida?Terá sido a entidade reguladora a responsável pela política de preços?..ou o Tipo de Gestão que se desenvolveu?...chamar fato novo a fatos remendados...medidas avulsas..projectos adiados..lógicas clientelares na gestão das Pessoas..medidas de curto prazo..submissão ao poder e calendários políticos...não serão estas as verdadeiras razões?....

Uma política de preços terá de ser enquadrada numa lógica de desenvolvimento sustentado, é uma ferramenta da Política e Estratégia de Desenvolvimento...miopia é uma doença que pode levar à entropia...

12 April, 2006

De tudo o que está escrito devo dizer que concordo sobretudo com a questão da "submissão ao poder e aos calendários políticos" de que muitas Administrações dos CTT (de todos os quadrantes) foram incapazes de se libertar.

Hoje não é (basta ver o que se passa com as propostas de Preços para 2006...) tão evidente essa submissão. Será tarde de mais?

A Páscoa no Prato


A tradição manda que a Páscoa (até mais do que o Natal) se passe na Casa da Serra da Estrela, na pequena Quinta que pertence à família de meus Sogros há já muitos anos, pelo menos há cinco gerações.

O Cascavélico não deixou de trazer para a Serra o bom peixe da costa Atlântica para os dias magros da quadra pascal: Corvina e Garoupa para cozer; raia, cação, tamboril e safio para uma caldeirada feita “à pescador” com tudo posto em crú e apurando cerca de uma hora em tacho forrado de cebolas.

Nesses dias – Quinta e Sexta Feira Santas – bebeu-se o excelente branco da Casa, já de 2005, simplesmente refrescado à temperatura da Adega onde repousa em garrafas empinadas.

No Sábado de Aleluia largaram-se os fastios e guisou-se para o almoço uma Feijoca à Pastor da Serra – puxada de carnes de vaca (chambão) , pé de porco e chouriço caseiro da matança que é misturada ao Feijão branco grosso (feijoca) que esteve previamente de molho, cozeu e refogou-se em seguida. Segredo só a lentidão da execução ao lume, com as carnes a embeberem no molho grosso largado pela feijoca em lenta cozedura que leva bem umas quatro horas sempre no mínimo do bico do fogão.

Para acompanhar um tinto da Casa, também de 2005 e que se foi tirar directamente do pipo. Deste não gostei tanto como do Branco , dá boa prova mas com acidez; pode ser que ainda melhore com mais uns meses de barrica...

Para o Domingo de Páscoa começaram as preparações logo no Sábado: Agriões, alfaces e tomates foram muito bem lavados para as diversas saladas (de agrião com cebola, de tomate com cebola e de alface também com cebola). O Pastor que anda este ano a pastar as suas ovelhas no prado da Quinta, em frente à Casa, matou e ofereceu um borrego com quase 8 Kg - um pouco grande para os hábitos das nossas cidades, onde o pouco tamanho é indicador de carne mais tenra, mas aqui na origem é esta a carne mais saborosa.

Faz parte da “renda” que o Pastor nos paga, para além dos borregos, uma certa quantidade de Queijo da Serra feito pela sua mulher. Logo no mesmo Sábado à noite, enquanto esperávamos para jantar todos, lá chegou uma canastra com 7 queijos. Um deles foi logo “apartado” para o Almoço do dia seguinte.

Temperou-se o Borrego ainda na véspera com massa de pimentão, sal, louro, alho, azeite e vinho branco.

No dia seguinte o forno ligou-se às 8.00h da manhã e começou a assar. Descascaram-se as batatas para fritar (não cabem no forno por causa do tamanho do borrego) e ajudou-se a fazer Leite Creme e Arroz Doce enquanto se esperava.

Para acompanhar fui à Adega retirar uma garrafa Magnum da minha reserva particular: um Tinto Dão de 1990 (!!) engarrafado pelo Dr. Rodrigo Santos Lima na sua Quinta da Passarela (em Silgueiros).

Este vinho foi ainda comprado ao saudoso Dr. António Chambel, Presidente do Fórum Prior do Crato e em boa hora comprei todas as garrafas Magnum (1,5 Litros) que existiam, a meias com o meu Amigo Álvaro Alves. Está ainda um espanto de vinho, se o decantarmos e lhe dermos três horas para respirar. É claro que não podemos esperar um Vinho cheio de força juvenil, tal como os Douros ou Alentejos da moda actual, mas é um assombro de elegância para quem sabe apreciar as características que só a idade e o cuidado trazem aos grandes vinhos. Devo dizer-lhes que valeu a pena ter guardado umas tantas garrafas destas.

O Borrego assado deu o melhor de si próprio, como seria de esperar quase depois de 3,5 horas de forno lento e só a prova do Queijo de entorna nos levou (por excesso) a acompanhá-lo com um Porto Vintage Fonseca Guimaraens de 1967 (também comprado ao Fórum Prior do Crato).

Este Porto Vintage está – na minha opinião e dizendo desde já que aprecio pouco os generosos – um autêntico néctar.

Só um aviso para os Leitores mais atentos. A Adega que fizémos nas Lojas (Rés do Chão) da Casa da Quinta está virada a Norte e revestida a pedra. Tanto de Verão como de Inverno mantém uma temperatura relativamente baixa e constante e o Sol nunca lá entra... Esta sem dúvida a razão dos meus vinhos velhos se irem ainda aguentando...

quarta-feira, abril 12, 2006

E agora Itália?!


Numa noite de apuramento de resultados eleitorais completamente esquizofrénica, com alterações das estimativas quase que de hora a hora (no "Margens de Erro" contaram-se SEIS previsões Eleitorais da mesma empresa de sondagens durante a noite, quatro das quais Contraditórias!!) Romano Prodi acabou por ganhar nas duas câmaras , Senado e Câmara dos Deputados, embora por margem mínima (e vai haver recontagem...)

O Ministro da Justiça actual (próximo do Grande Demagogo Berlusconi) disse que os Analistas e Politólogos deveriam "ser mandados para a Nova Zelândia ou até para mais longe de Itália para ver se aprendiam a profissão"...

Com participação eleitoral de 83% (Gigantesca!! Lembremos que em Portugal temos 65% em anos bons) as dificuldades em Prever com rigor estão associadas a um fenómeno conhecido dos Designers de Pesquisa de Mercados e dos Politólogos, a que chamamos "Empate Técnico Eleitoral".

Nessas condições a Probabilidade de ganhar uma Coligação tem, na Amostra (ou Amostras) seleccionadas, um valor estimado igual ao da Probabilidade de ganhar a outra Coligação.

Mesmo aumentando muito a dimensão da Amostra e como o Erro é função inversa de "n" (mas não linearmente inverso) não é possível ter certezas. O Erro - em determinadas circunstâncias - é igual ao Inverso da raíz Quadrada de "n".

Para um Erro de 2% a Amostra deveria ser de 2500 Entrevistas, mas para um Erro de 1% seria preciso uma Amostra de 10 000 e para um Erro de 0,5% a Amostra já teria de ser40 000!!

Na prática, e porque o Custo total de uma Sondagem, por entrevista, será de aprox. 30€ por contacto, a expressão - Erro = 1\SQR "n" - implica que ( a manter-se a estimativa de equiprobabilidade ) não há dinheiro nem tempo que cheguem para entrevistar uma Amostra tão grande quanto a teoricamente necessária para minimizar o "erro" .

terça-feira, abril 11, 2006

Para quem gosta de Comboios


Gosto muito de viajar de Comboio.

Nas alturas em que me desloco a Berna antecipo sempre com prazer a viagem de cerca de hora e meia entre o Aeroporto de Zurique e a cidade de Berna.

Recordo-me de ter ainda viajado entre Lisboa e Madrid no velho SudExpresso (acho que era assim que se chamava) com direito a cama e tudo... Partíamos de Lisboa à noite e chegávamos a Madrid de manhã, descansados mas sem banho tomado... Eram outros tempos.

Este ano de 2006 comemoram-se 150 anos da primeira ligação ferroviária Lisboa-Carregado. Sem favor fizemos uma Emissão de Selos, a lançar lá para o fim do ano na data da efeméride (28 de Outubro) com Comboios.

Aqui vão algumas imagens para vosso conhecimento.

segunda-feira, abril 10, 2006

Na Semana da Páscoa Um Abraço aos meus Amigos




AMIGO

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O’Neil

Uma excelente novidade no Douro - Maritávora



Recolhi alguns elementos sobre a Quinta da Maritávora - situada em Freixo de Espada à Cinta , quase em terras do Douro internacional - porque fiquei muito agradavelmente surpreendido com a qualidade do Vinho Maritávora Tinto de 2003 que comprei no El Corte Inglês Gourmet no meio de uma "demanda" em busca de vinhos decentes para aconselhar a alguns Amigos donos de Restaurantes (vinhos que não ferissem demasiado a bolsa do Restaurador nem do Cliente).

A cerca de 8€ por garrafa, este Maritávora de 2003 surpreende pela concentração, pelos taninos e pelo impressionante bouquet quando se deixa respirar por umas duas horas. Os Frutos negros (Amoras sobretudo) ressaltam como sabores quase imediatos, e embora o final seja apenas o adequado para um vinho tão jovem, tenho esperanças que se pode guardar durante alguns anos para descobrir novas sensações.

A qualidade deste vinho é sem dúvida marcada pelo "enorme" ano de 2003 para quase todas as Regiões vinícolas nacionais, onde a falta de chuva (mas com a ausência de stress hídrico) possibilitou concentrações inauditas das qualidades intrínsecas da fruta.

Só para vos esclarecer melhor, o vinho tinto feito lá em casa da minha sogra, na Região Demarcada do Dão e da colheita de 2003, atingiu 15º!!

A tal Quinta com aquele nome estranho - Maritávora - é pertença da Família de Manuel Gomes Mota desde o séc. XIX, mas deveria ter sido - no passado - mais chegada à casa dos Távoras, supliciados pelo terrível Marquês sob acusação de conspirarem contra a vida de El-Rei D. José I.

O enólogo responsável por esta jóia a preço tão convidativo não é mais nem menos do que Jorge Serôdio Borges, o co-autor do Pintas com sua Mulher Sandra Tavares da Silva.

Só há que dizer: Parabéns ao Jorge e às massas Vínicas da Quinta de Freixo de Espada à Cinta e ... lá por ser tão bom não abusem dos preços nas próximas colheitas...

Estudo Pós Eleitoral do ICS já está na Comunicação Social

Recomendo a leitura dos dois excelentes artigos que vêm no Público de Hoje: de Pedro Magalhães, sobre "Presidenciais e Anti-Partidarismo" e de André Freire "Explicando o sentido de Voto nas Presidenciais de 2006"

Embora eu já tivesse conhecimento dos resultados apresentados - o meu filho Diogo colaborou no Estudo do ICS e discutimos as conclusões lá em casa - vem a propósito fazer um ou dois comentários:

a) O estado da Economia não foi o principal "ajudante" de Cavaco Silva - cerca de metade dos seus votos veio de eleitores que faziam uma avaliação "boa" ou "muito boa" da actuação do Governo socialista

b) Os candidatos mais bem sucedidos foram os que conseguiram atrair os votos dos "não alinhados" mas também os que conseguiram mobilizar os Eleitores que sentem maior hostilidade em relação ao sistema de partidos e ao seu papel na democracia portuguesa.

Por fim, e sem desdenhar a continuação desta análise, faço minha a interrogação final de Pedro Magalhães:

Será finalmente possível eleger, em Portugal, um candidato presidencial contra todos os partidos? De facto já estivemos mais longe dessa hipótese...

sábado, abril 08, 2006

Comentários ao Relacionamento Fornecedor-Cliente

Sobre o Post onde falo da táctica de subida de preços dos CTT, nos dois anos que faltam para a liberalização total da prestação dos Serviços Postais, foram feitos dois Comentários, que aproveito para sublinhar e para esclarecer:


Excelente texto, espero que o que preconiza seja efectivamente o futuro dos CTT.

Um abraço

Paulo Mendonça
06 April, 2006

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Zé said...

Será que se pretende fundamentar que enquanto houver monopólio há que aproveitar para se aumentarem as margens nas relações com os grandes clientes?através de cortes nos descontos, que tactica?...será adequada?...não será uma visão de curtíssimo prazo...será tudo uma lógica de preço?

Não há uma politica de relacionamento com o cliente a nível dos descontos e preços? o que se pretende do Cliente?Negócio é cada vez mais uma relação aonde todos ganham...e a memória?...é como no futebol só joga quem tem a bola e é muito mais fácil jogá-la quando se tem do que procurá-la.

Assim também creio ser com a fidelização do Cliente.Não acredito que a fidelidade e a lealdade sejam mandadas às ortigas...ninguém consegue dar o que não tem,mas Cliente que tem de sujeitar ao Fornecedor,na melhor oportunidade muda e depois é muito mais difícil reconquistá-lo.Negociações duras creio que serão cada vez mais....mas aonde ganhem todos,estaremos perante a lógica de negócios de ocasião?

Não acredito...é provocar a insatisfação do Cliente.

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Como esclarecimento, é preciso dizer que não questiono a racionalidade de uma acção unilateral de subida de preços a dois anos, onde se pretende ganhar dinheiro que será reinvestido de imediato na melhoria da posição competitiva dos CTT.

Ou seja, ganha-se hoje o que se vai ter de dar aos mesmos Clientes amanhã, mas por força das leis do Mercado.

Os Clientes não estão habituados a este tipo de atitude dos CTT e reagem mal, o que é esperado ao fim de tantos anos de interacção de uns com os outros...

Tenho é pena de termos chegado a esta situação, fruto de más escolhas no passado das quais não isento os CTT, mas que foram sobretudo da Regulação: temos andado a perder constantemente valor de portes postais quando comparado com os preços dos outros produtos no mercado.

Há 20 anos uma bica, o jornal diário e o transporte de uma carta até 20g no território nacional custavam todos o mesmo.

Hoje em dia um Jornal custa 0,85 € , uma bica entre 0,50€ e 0,70 € e o porte da Carta 0,30€ para o Cliente Individual e menos um desconto que pode chegar aos 20% para os Grandes Clientes... E não sobe há dois anos consecutivos...

Porquê? Há que perguntar à ANACOM entidade que regula a nossa actividade, porque eu, francamente não sei explicar...

Se todos os Monopólios fossem assim...

Por outro lado, com o advento da Liberalização qualquer Empresa, desde que autorizada pela Anacom, poderá fazer recolha, transporte e distribuição de Correio, tal como os CTT .

Dirão que é a concorrência e ainda bem.

Pois em teoria muito bem, mas essa tal empresa hipotética vai poder escolher ONDE faz a sua actividade. Ninguém a vai obrigar a distribuir em Bragança, ou em Vila do Bispo...

O Custo de distribuir o Correio dentro das Cidades (Lisboa e Porto, por exemplo) é 7 ou 8 vezes menor do que o de distribuir correio nas localidades exógenas, e não falo só das Regiões Autónomas, onde o preço de cada carta deve ser 20x o que ela custa ao Cliente.

Os CTT, mesmo depois de 2009, vão continuar - como até aqui e desde há 500 anos - a prestar o chamado Serviço Universal de Correio em todo o País. A diferença é que vão passar a ter concorrência directa no "correio de cidade" que é a franja mais rentável da actividade postal, em todo o mundo.

Por isso há que aproveitar o melhor possível estes anos que nos faltam.

Isso entendo (e acho que todos entendem) mas, repito, tenho é pena de ter de ser à custa dos Clientes ...

sexta-feira, abril 07, 2006

500 Anos de S. Francisco Xavier - 7 Abril 1506 - 7 de Abril 2006


Independentemente de - hoje em dia - se "revisionarem" numa óptica do politicamente correcto as aventuras de missionação dos séculos passados, confundindo-as amiúde com a colonização forçada e a exploração dos autóctones ( o que nem sempre foi verdade - lembrem-se de António Viera) não nos cabe a nós fazer julgamentos desse passado sem dar o devido valor aos Vultos que - por acreditarem - deram a vida pela causa da Fé.

Francisco Xavier (Navarro ou Espanhol, pelo nascimento em Xavier de Navarra e pela afiliação administrativa a Fernando e Isabel, Reis Católicos) foi talvez o maior missionário da História e de todas as Religiões.

A sua Vida tem alguns pormenores curiosos - por exemplo, dirigia-se ao Rei de Portugal escrevendo (num português impecável) "Nós, os Portugueses".

Hoje é considerado o Padroeiro do Turismo (pelos muitos Países e Quilómetros que calcorreou de forma incessante e excessiva, até ter necrosado as veias das pernas.)

Os Correios de Portugal apresentam hoje, de forma discreta mas significativa, em Goa, o Livro "S. Francisco Xavier, Um Homem para os Outros" da autoria do reputado especialista Prof. Doutor Miguel Corrêa Monteiro.

Em Portugal o Lançamento Oficial da mesma Obra será a 26 de Abril em sessão solene na Academia Portuguesa de História.

quinta-feira, abril 06, 2006

O Giro do Carteiro

Fidelizar Clientes nos CTT - Uma Relação interesseira

Como complemento ao Post de ontem sobre os anos que nos esperam e a necessidade da Empresa CTT "se virar" para actividades alternativas à da distribuição do correio, trago agora à liça outro aspecto muito importante desta questão: E os Clientes CTT?

Todos sabemos que a gestão das Grandes Contas passou de uma fase em que se aplicavam com mais ou menos perspicácia os antigos preceitos de dar razão ao Cliente e ir ao encontro das suas necessidades, para uma outra onde os Clientes são confrontados com declarações unilaterais de subidas de preços (melhor dizendo, de corte nos descontos existentes) sem hipótese negocial posterior.

Esta posição - que é a actual - custou-me muito a entender porque, como sabem, fui Key Accounts General Manager por 4 anos (depois do Luis Miguel e antes do Hernâni) e dei o meu melhor exactamente a defender a Lealdade dos CTT para os Clientes (e vice versa) num processo onde sempre me lembro de dizer aos meus Clientes que uma coisa era aceitar uma iniciativa (por exemplo de acréscimo de preços) e outra bem diferente era compreendê-la.

Parecia-me - na altura e ainda hoje - que o primeiro passo para a negociação era que as partes entendessem as razões das propostas de cada uma delas.

É claro que a estrutura de Custos dos CTT não era culpa dos Clientes, nem estes poderiam ser responsabilizados pelas nossas "bolsas" de ineficiência ou de fraca produtividade, mas, repito, se estes compreendessem o enquadramento que nos levava a propor certas condições era mais fácil partir daí para a negociação.

Por esse motivo há que explicar o "rational" actual que levou às tais declarações unilaterais de cortes nas antigas regalias e condições de preços de muitos Grandes Clientes.

O princípio não pode ser mais simples: Admite-se que um Grande Cliente demore cerca de dois anos a modificar a sua estrutura interna face aos CTT, ou seja, a criar condições para distribuir o seu correio por métodos alternativos, próprios ou de terceiros.

2009 será o limite teórico devido à liberalização total dos serviços postais.

Nesses dois ou três anos os CTT vão agravar o mais possível as suas condições de transporte postal, se não puder ser através dos preços por causa do Regulador, então através das condições contratuais (descontos) denunciando os actuais contratos e propondo outros.

Como - de momento - se encontram os CTT ainda numa posição dominante face aos Clientes que pretendem ver distribuído o seu correio, esta estratégia não terá dificuldades em ser implementada.

Alguns dos Clientes (La Redoute) que sabiamente foram criando alternativas ao longo dos anos de interface connosco estarão mais livres destas imposições, mas o Estado, os grandes Bancos e as Utilities não terão alternativa imediata.

E depois de 2009?

Bom, nessa altura o serviço postal "cai no domínio público" e de certeza absoluta que voltarão as negociações duras de preços, com a diferença substancial de que teremos à mesa mais do que um Operador a propor Preços e Service Level Agreements aos Clientes...

Nesta perspectiva a actual estratégia dos CTT parece ser acertada: a análise do risco racionalmente empurra a Empresa para dois anos de "entesouramento" que representam poupanças para os anos vindouros, porventura até criando condições internas de Investimento em Centros De Tratamento mais modernos e adequados e que permitam melhor competitividade em 2009.

E no meio disto tudo onde ficam os conceitos de Fidelidade e de Lealdade? Foram deitados às Ortigas?

À primeira vista assim parece.

A não ser que - tal como nos mercados mais competitivos dos USA - se entenda que a Fidelidade e a Lealdade só fazem sentido DEPOIS de estarem asseguradas as outras condições normais de relacionamento entre Clientes e Fornecedores: qualidade adequada dos serviços prestados, preços competitivos e excelente pós-venda.

Ora não era um dado adquirido que os CTT continuassem - a partir de 2009 -
a poder dar esses "cuidados básicos" a um grande Cliente mantendo o actual tipo de relacionamento, não investindo e ainda por cima a defrontarem-se de igual para igual com a Concorrência!

Não somos é obrigados a gostar destas tácticas (eu pelo menos não gosto) mas que há que reconhecer a racionalidade da respectiva fundamentação.

O Mundo é que mudou e eu (se calhar) ainda faço parte do Mundo Antigo onde o Negócio também era Amizade e Empatia e onde todos (Clientes e Fornecedores) ganhavam ...

quarta-feira, abril 05, 2006

Para Reflectir - A Contestação Social no Mundo e nos CTT

Dei por mim a verificar que há já muito tempo que as forças políticas de Esquerda "dura" - leia-se na actual conjuntura o PC e o BE - não representavam cerca de 18% da "massa eleitoral" teórica.

Teremos de recuar até aos anos 80 ( e se calhar ao início dessa década) para observar semelhante situação que - obviamente- transcrevo como facto real e sem qualquer tipo de comentário qualitativo.

É notório que estas forças de esquerda aglomeram os interesses de todos quantos se sentem injustiçados pela falência do Estado Social tão caro a certos PS e PSD que nos governaram.

Este fenómeno está bem estudado em Teoria Política e Psicologia Social e pode ser comparado à compra do ouro em períodos de crise - como valor refúgio.

Os desempregados e os mal amados dos subúrbios (para já não falar dos Jovens e dos seus horizontes cortados pela desgraçada crise) tenderão a transpor para o PC e BE as suas aspirações por melhores condições de vida até ao ponto em que - se a situação não melhorar - vão fazer estoirar as bolsas de contestação em manifestações mais violentas e actos de desafio à autoridade do Estado, como se observou e observa em França neste momento.

Nos CTT é de esperar que a actual decisão do Conselho de Administração em denunciar unilateral e formalmente o AE de 1985 tenha por consequências um agravamento da tensão social e da luta sindical.

Greves (não seria preciso sermos "bruxos" para o prever) estarão já agendadas em redor da data mítica do 25 de Abril com o objectivo de fazer valer as conquistas dos Trabalhadores.

Não me compete estar aqui a defender quem quer que seja, nem a Administração nem os Sindicatos, mas não me coíbo de dar uma opinião - que tentarei que seja não emotiva e o mais clara que for possível.

O Tráfego Postal vai atingir valores cada vez mais baixos à medida que o tempo passa. Admito que - se o processo de substituição de informação em papel pela informação electrónica tiver o ritmo que se adivinha - em 2015 a Receita dos CTT não seja já suficiente para cobrir os Custos, onde se destacam (em mais de 70%) os associados à Contratação Colectiva : vencimentos e progressões nas carreiras.

Antes disso acontecer, e porque a ausência de correio implica ter cada vez mais trabalhadores em subocupação, há que encontrar alternativas para garantir trabalho a todos e receita que equilibre as contas da Casa. Não nos esqueçamos ainda que o tempo também joga contra nós todos ao nível da Idade da Aposentação - ninguém vai poder reformar-se aos 60 (nem se calhar aos 65) em 2015...

Essas alternativas de actividades compensatórias (Banco Postal, Gestão documental, o que quiserem) actualmente e face ao AE de 1985 não podem ser implementadas porque os Trabalhadores estão "defendidos" de ser afectos a outras ocupações fora das suas "carreiras".

Vamos então e alegremente entrar em processos obrigatórios de "downsizing" com despedimentos, partir a Empresa aos bocados (rentáveis para um lado, não rentáveis para o outro) ou abrir falência?

O Mundo mudou desde os anos 80 . A defesa dos Trabalhadores passa cada vez mais pela defesa do Trabalho e esta é inseparável da boa saúde das Empresas.

Não está aqui em causa acautelar eventuais processos de sangria financeira por parte de proprietários desonestos, que compram propriedades nos off shores e Ferraris!

O Accionista dos CTT é o Estado! O Estado somos nós todos!

Ou nos entendemos quanto a isto ou então é melhor começar a pensar em mudar de vida...

terça-feira, abril 04, 2006

Barcelona - A Cidade e o Futebol

Recordo-me que tive de ir a Barcelona, à famosa Clínica Oftalmológica do Prof. Barraquer, com o meu filho, exactamente na altura em que Luis Figo tinha decidido aceitar o convite milionário do Real Madrid e saíra do Barça.

Logo que sabiam que éramos Portugueses todos os habitantes da Cidade que encontrávamos não deixavam de dizer "cobras e lagartos" de Luis Figo, avultando sempre o "cognome" de "Pesetero" com o qual para sempre ficará rotulado sem ninguém se lembrar do que fez de positivo pelo Clube.

Vem esta recordação porque o "meu" Benfica vai decidir amanhã a sua sorte na Champions League, exactamente contra o Barça, e tenho muita pena de não poder compartilhar esse momento de glória (espero) lá mesmo em Nou Camp.

Se tudo corresse de feição já sabia que festejaria (discretamente, não fosse o Diabo tecê-las...) a passagem às Meias Finais no famoso "Bota Fumeiro" um dos melhores Restaurantes de Barcelona (e da Europa, entre os que conheço) conhecido pela suprema qualidade dos seus Mariscos e Arrozes (de Bovagente, de Choco, de Lulas, etc...) nada , é claro, que faça medo ou impressione um cascavélico de gema habituado ao Porto de Santa Maria (nos dias de receber a féria) e ao Beira Mar...

Deve o Benfica também lembrar-se disto e não temer as Estrelas dos "Blaugrana". No fim de contas só lá jogam alguns dos melhores Jogadores do Mundo, enquanto que nós - para além dos jogadores normais - temos ainda um ExtraTerrestre à baliza.

Amanhã tudo pode acontecer. Até passarmos...

Selos Radiofónicos?

Todos sabemos que se comemoram este ano os 250 Anos do Nascimento de Mozart.

Tal efeméride tem Emissões Filatélicas dedicadas um pouco por todo o Mundo, não sendo Portugal excepção.

Tínhamos a nossa Emissão marcada para 20 de Abril mas depois de ter havido uma série de contactos com a Antena 2 decidimos avançar para um Projecto inovador.

A Antena 2 estará em Viena entre 5 e 11 de Junho em transmissões directas dos estúdios da ORF de peças de Mozart, assim como as melhores cadeias de Radio Europeias.

Que tal adiarmos a Emissão da Série sobre Mozart para essa data e fazermos, pela primeira vez, um Lançamento Radiofónico, ao mesmo tempo em Viena e Lisboa, nos Estúdios da ORF e da Antena 2, e com a presença do Autor dos Selos (Prof. José Brandão) e de alguém da nossa Filatelia para ir comentando o que se passa?

Ainda por cima e se tivermos sorte, somos capazes de ser citados pela BBC e outras que estão também em Viena e na ORF nessa altura...

segunda-feira, abril 03, 2006

Também de Uvas se faz Vinho....


A Tecnologia que nos últimos 20 anos invadiu - e bem - a Industria Vitivinícola em Portugal e no Mundo pode servir para mascarar anos piores, más colheitas, falta de cuidado na vinha, etc...

Mas nessas ocasiões teremos , quanto muito, um vinho aceitável.

Os Grandes Vinhos estarão sempre associados a Grandes Anos e Colheitas que nos ficam na Memória (1988 na Bairrada, 2000 e 2001 no Douro, 2003 no Alentejo, só para dar alguns exemplos mais recentes).

Ouvi dizer a um grande conhecedor (mesmo muito grande : O Engº Vilhena , Director Emérito do CEVNelas) que fazer um excelente vinho em 4000 garrafas não era difícil, já que todas as fases do processo se podiam controlar com relativa facilidade.

A dificuldade estava em conseguir fazer um Grande Vinho em 50 000 (ou mais ) garrafas...

Aí é que a Tecnologia se torna essencial.

Agora para os "Pintas", "Gouvyas", "Kolheita", "Poeira" etc... basta ( e já é muito) conhecimento científico, bom solo, boa uva e o Solzinho de Deus Nosso Senhor a tempo e horas.

É por isso que quando vejo compararem o Barca Velha da Sogrape que engarrafa para cima de 30 000 garrafas (saído mesmo agora o de 1999) com aqueles vinhos que citei, fico um bocado nervoso...

Não quero dizer que os outros são maus vinhos. Muito pelo contrário! O que gostaria de ver esses Produtores fazerem era as tais 30 , 40 ou 50 000 Garrafas...

Os Franceses (sem desprestígio) chamam a esses Vinhos de muito pequenos engarrafamentos "Vins de Garage" e têm uma certa razão.