quarta-feira, fevereiro 19, 2014

A diferença entre o êxito e o fracasso

Como se sabe a história é normalmente escrita pelos vencedores e quem distingue - no dia a dia das nossas vidas - aquilo que é um sucesso do que resulta mal, nem sempre serão personagens isentas.

É bom termos sempre , ou sempre que possível, métricas, regras pré-definidas, que permitam saber sem subterfúgios qual o desenlace das situações. Veja-se por exemplo no futebol: quem marca ganha, quem não marca, perde.

Lembro-me do Masaro frente ao Taffarel na final do campeonato do mundo de futebol de 1994, onde a diferença entre a glória do Taffarel e a desgraça do Masaro terão sido alguns cm... E o que dizer do grande Veloso, em 1998,   na final de Estugarda? Veloso rematou, Van Breukelen defendeu, o Benfica perdeu e o PSV ganhou a Taça dos Clubes Campeões Europeus... Mais uma vez uma questão de cm fez a grande (enorme) diferença.

Tudo isto vem a propósito - é um dos assuntos que mais se discute agora - da "Saída de Portugal do Programa de Ajustamento".

A tal que ainda ninguém decidiu se seria "limpa" ou "suja" ;  "à irlandesa", ou  "à grega" ou até de outra forma mais original.

O que seria muito bom discutir eram as consequências destes tipos de "saídas". Definir as tais métricas que permitiriam sem rodeios saber se uma das decisões - qualquer que ela fosse - poderia considerar-se um Êxito ou um Fracasso...

Para quê? Bem, para premiar ou castigar à boca das urnas quem tomou a tal decisão. Pois claro!

Isabel Arriaga e Cunha assina um artigo muito bem feito sobre esta matéria, que podem ler aqui:

http://www.publico.pt/economia/noticia/riscos-politicos-em-portugal-dificultam-saida-limpa-do-programa-de-ajuda-externa-1621186

Neste momento só me sinto à vontade para dizer que, como as coisas andam de candeias às avessas entre os dois Partidos de alternância de poder, seriam os nossos credores ainda mais loucos do que nós se concordassem numa "saída à irlandesa, limpa" sem garantias fortes de estabilidade para o futuro em termos de política financeira.

O calendário político é conducente a que se observem as consequências das decisões sobre este assunto antes do "tuga" ir a votos para as legislativas.

O meu ( e direi, nosso) problema será que, como muitas vezes acontece em Portugal, chamado a decidir-se entre carne ou peixe, o actual Governo  escolha "Bacalhau".

Ou seja, uma espécie de "saída limpa com um programa cautelar disfarçadamente agarrado à laia de acordo escrito".

O que, bem vistas as coisas e tendo em atenção quem somos, até nem parecerá mal escolhido...

Todos, Governo e Oposição, devem gostar de Bacalhau.




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