Um dos nossos leitores envia com frequência poemas. Deixo aqui um dos últimos, com vénia para o Leitor - Sr. Américo Oliveira - e ao nosso grande Miguel Torga:
BRASIL
Pátria de imigração.
É num poema que te posso ter...
A terra - possessiva inspiração;
E os rios - como versos a correr.
Achada na longínqua meninice,
Perdida na perdida juventude,
Guardei-te como podia:
na doce quietude
Da força represada da poesia.
E assim consigo ver-te
Como te sinto:
Na doirada moldura de lembrança,
O retrato da pura imensidade
A que dei a possível semelhança
Com palavras e rimas de saudade.
[Miguel Torga]
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