A conhecida injunção do Tio Jerónimo depois
de uma reunião ministerial em Alcobaça, veio-me à memória depois de mais um deslize do Sr. Dr. Rui Machete, desta
vez na Índia.
Não entendo se o Sr. Ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros francamente imagina que, por falar lá de
fora, esses sons não chegam a Portugal –
mesmo que a sua idade seja a dar para o
ancião juro que na juventude dele já haveria transmissões radiofónicas – ou se
pelo contrário a sua forma de estar na política implica dar estas cacetadas na “gramática”
de vez em quando, não vá a opinião pública esquecer que ele existe.
Um amigo meu diz que o problema será
ele ansiar pela posição majestática do
Dr. Mário Soares, que diga o que disser, onde e quando o disser, já ninguém
acha estranho. Pelo contrário, se estiver calado é que o vão logo espetar com
um alfinete a pensar que se deixou adormecer, coisa que fazia com frequência em
reuniões de todo o género, mesmo quando era 1º Ministro.
Mas de um Ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros espera-se algum comedimento verbal. Tal como ninguém
sonharia vê-lo a descer do avião, em Bombaim, de bermudas e larga camisa
havaiana, também não é aceitável ouvi-lo a disparatar sempre que abre a boca
depois de algum voo mais longo.
Pode ser ( e não me tinha lembrado
disso) que a diarreia verbal seja um daqueles sintomas de bebedeira aérea, pois segundo os médicos uma dose de álcool
nas alturas equivale a três. E apesar de
o consumo ter o efeito triplicado, a sua eliminação é mais lenta, o que acentua
a embriaguez e pior: pode causar euforia, náuseas, tonturas e enjoos.
Haverá então que recomendar alguma prudência ao idoso
Senhor Doutor com o cognac a bordo…
Afinal de contas razão tinha
o Tio (Jerónimo)…
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