quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Reminiscências sobre a Liberdade

Acordei ainda um bocado azoado com as notícias da eventual "indiscrição" do Bispo mais mediático que por cá tínhamos no sentido mais metrosexual  da aparência física, porque na desbunda verbal - e honra lhe seja feita!! - é o D. Januário das tropas.

Como se assassina um perfil público através de uma notícia destas é algo que me perturba. Bem sei que "quem anda à chuva expôe-se e ...molha-se" e que quem escolheu a vida pública já sabe que tem de levar com estas perseguições em cima.

Mas mesmo assim repito que me impressiona a rapidez com que se passa de "bestial" a "besta" - para usar uma expressão futebolística que me parece ter sido cunhada pelo grande capitão Toni (agora a fazer carreira de animador noturno no Irão, onde, como sabem, o álcool é assim "como que a modos" mal visto, ou era,  antes da chegada do nosso treinador...).

Conheci o então Sr. Bispo Auxiliar de Lisboa quando lançámos o Livro "Pedras Preciosas na Arte Sacra",  tendo sido ele o orador convidado pelo autor - Prof. Rui Galopim de Carvalho (filho do "dinossauro" )- para apresentar a obra  no palácio da Ajuda. Foi em 2010.

Dele o que posso dizer é que me pareceu que tinha uma  cultura enciclopédica e que  falava bem e com graça. Agora, podem ter a certeza que  não me "pus a espreitar lá para baixo" para ver se o que fazia mexer o homem era a carne ou era o peixe...

Se é que isso interessa alguma coisa à luz da lei dos homens, digo eu, porque em relação à "outra" lei mais elevada que o Sr. D. Carlos seguia,  já o tear fia mais fino. Finíssimo! 

Enfim, esperemos pelos novos capítulos, porque decerto que esta novela vai apenas no intróito.

Entre o Sr. Ministro Relvas a ser apupado na minha Alma Mater e este caso de denúncia mediática do Bispo Azevedo há alguma semelhança: é a flexibilidade das margens que ladeiam o rio da Liberdade de Expressão, e até que ponto é que essas margens  devem, ou não, restringir os ímpetos das águas tumultuosas.

E enquanto bastas cabeças  (até eu) sorriram e aprovaram a "praxe" que os alunos aplicaram ao "caloiro Relvas" no ISCTE, e  que o impediu de falar, suspeito que essas mesmas cabeças se vejam agora pressurosas a aprovar os princípios gerais da denúncia\exposição feita pela Visão, em nome da mesmíssima Liberdade de Expressão. 

Dois pesos, duas medidas? Não amigos leitores, apenas  uma questão de oportunidade jornalística. Relvas a sair cabisbaixo , sob escolta,  e Bispo acusado de assédio sexual,  são "excelentes" notícias  que vendem jornais, e com esta crise...  

É uma chatice quando um gajo de esquerda como eu não se pode deitar a dormir descansado...

P.S - Recado amigável a todos os políticos afetos ao atual regime: vão aprender a letra do "Grândola Vila Morena" porque está cada vez mais "de moda" e ainda lhes vai dar um jeito do caraças! Podem ter a certeza!

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