Toda a gente que me conhece sabe que sou perfeitamente indiferente àquilo que visto ( e que calço). Por várias vezes as minhas companheiras tentaram treinar-me em relação a essas matérias, mas sem qualquer sucesso e, hoje com 57 anos, não me parece que vá mudar e de repente "dar uma" de metrosexual entradote...
Bem sei que o futuro não é nosso para se conhecer antecipadamente, e já Voltaire aconselhava que até morrer há que experimentar... Acredito piamente, todavia, que não experimentarei algumas coisas colocadas ao alcance dos vis mortais como tentações da carne e do espírito. Entre elas a tal questão das preocupações com "marcas", com "modas", com coloraturas e sobreposições, com largura de bandas ou calças reviradas, enfim , com casacos de 2 ou 3 botões, trespassados ou de aperto singelo...
Para aconselhar nessas matérias existem blogues em barda e revistas especialistas, tanto para homens como para a nossa contraparte (e vice versa).
Para mim o mais importante na escolha de uma camisa é ter a certeza que aperta à frente e no colarinho. E quanto a fatos, desde que deixem abotoar um dos botões (pares ou ímpares) já me dou como satisfeito. Sapatos são pretos ou castanhos escuros e (muitíssimo importante!!) desde que não magoem os delicados pézinhos! Podem andar a navegar à bolina perto dos dedos dos pés, o que interessa é que não apertem os artelhos!
Parece que na sua vida ativa Benedito XVI adorava calçar sapatos vermelhos...
Os famosos "múleos" feitos à mão por um conhecido sapateiro de Novara, Adriano Stefanelli.
Agora, no ato da renúncia troca o vermelho pelo castanho. E nisto, finalmente, está comigo Sua Santidade! Ou deverei escrever : Sua Santidade , o Papa Emérito.
Nota retirada do DN: Bento XVI recuperou acessórios medievais e ritos pré-Vaticano II
"O Papa não usa Prada, usa Cristo", garantiu o Osservatore Romano. O jornal do Vaticano pôs assim fim a três anos de especulação sobre a origem dos sapatos vermelhos que Bento XVI nunca dispensa. No artigo, o jornal cita Guido Marini, que desde Outubro de 2007 é o responsável pelas celebrações litúrgicas do Vaticano, para esclarecer que as escolhas do Papa em termos de acessórios não são uma questão de vaidade. Bento XVI pretende assinalar "a continuidade com as celebrações que marcaram a história da Igreja", explicou o padre cuja figura esguia se perfila sempre por trás do Papa durante as celebrações religiosas.
Este artigo no Osservatore Romano foi a resposta dos responsáveis pela liturgia do Vaticano aos comentários sobre o estilo do Papa alemão. Desde que sucedeu a João Paulo II, em Abril de 2005, Bento XVI tem surpreendido ao exibir acessórios há muito esquecidos no fundo dos baús, alguns deles desde o Concílio de Trento no século XVI. No Inverno foi o camauro, um gorro vermelho com pele branca que ninguém via desde os anos 1960. E já este Verão, o Papa voltou a surpreender ao surgir com o chapéu Saturno, assim chamado devido à semelhança com os anéis daquele planeta.
Eleito pela revista Esquire como o homem que melhor escolhe os acessórios, Bento XVI não se limitou, contudo, a recuperar os chapéus e as capas (como a Mozzetta, cujo material muda de acordo com a estação) entrados em desuso após o Concílio Vaticano II, que durou de 1962 a 1965 e lançou a Igreja Católica na modernidade. Em três anos de pontificado, Joseph Ratzinger também reintroduziu a prática da missa em latim e, recentemente, a comunhão dada na boca com os fiéis ajoelhados.
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