E como não estou cá amanhã, e vou para o Alentejo, aqui vai Poema. Do grande Manuel da Fonseca! Que faria 100 anos em 2011. Tal como Alves Redol.
Está-se mesmo a ver que não deixaremos passar sem uma justíssima Emissão de Selos Comemorativa!!
Antes que seja Tarde
Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha,
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.
Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.
(A.S.E.)
Postar um comentário