Neste Fórum , como já tinha dito, o assunto era de grande importância: Como cativar a Juventude para a Filatelia?
As apresentações estiveram a cargo da Espanha, Bélgica, Eslováquia, Croácia e Portugal. Também o Comité Olímpico Internacional pediu licença para colaborar e fazer uma pequena apresentação.
Sem desmerecer a contribuição dos Colegas Directores de Filatelia da Eslováquia e Croácia, cujas experiências nos parecem a nós um pouco "datadas" no tempo devido a algum atraso destes Países na aplicação generalizada das ferramentas de MKT a esta matéria, foi com grande interesse que vi e ouvi as Apresentações da Espanha e sobretudo da Bélgica. Dentro de algum tempo todos os interessados as podem visitar no site da UPU dedicado ao sistema mundial de catalogação e numeração de selos :
A Bélgica apostou decididamente em parcerias com figuras da banda desenhada com grande aceitação junto da miudagem - Schtrumpfs; Bob e Bobbette . Também por ser este País talvez o que tenha mais tradições nesta matéria da BD (Tintim...) . Os Orçamentos são "pesados" - falou-se em surdina de mais de 500 000 Euros por ano para pagar direitos e apoiar as acções - mas com esse investimento os correios belgas tentam pôr um fim à erosão da sua base de aderentes ao clube e marca "Stampilou" - para alguns filatelistas que sejam desconhecedores, refiro que se trata do clube infantil de filatelia com mais sucesso no mundo, mas que - inexoravelmente - estava a perder membros com o passar dos anos... A criação de Selos por Crianças (no género do nosso figurino "Aqui há Selo") também está agora a ser começada.
A Espanha, por seu lado, investiu mais no relacionamento institucional, com organizações que enquadrem associações de Juventude - Liga de Cegos, por exemplo e por estranho que pareça- mas sobretudo com o Ministério da Educação e as Escolas, sendo nesta matéria fortemente apoiada pela Federação Nacional de Associações (Clubes) Filatélicas, que é uma estrutura muito bem implantada em toda a Espanha e que tem possibilidades ( com membros conhecedores, muitos dos quais são Professores) de apoiar directamente a realização de cursos e de seminários de filatelia para jovens, em todo o País. Outra acção com muito sucesso foi a colaboração (paga...) com conhecidas figuras da TV espanhola, uns "bonecos" que mandam as crianças para a cama todas as noites e que já deram cobertura a eventos filatélicos com a sua presença.
Os Correios de Espanha defendem a posição de que este investimento não terá retorno a não ser a médio\longo prazo e por isso manifestaram a preocupação de que - nestas épocas de todas as crises - os fundos para a sua continuação venham a ser cortados pelas entidades superiores ...
Portugal levou a sua experiência do Portugal em Selos para jovens, agora na sua 2ª edição, o "Meu Álbum de Selos" 2007 e 2008 - sempre esgotado nestas duas edições. E tentou provar que também se pode fazer receita junto da Juventude, afastando a noção de que se trataria sempre de "investimentos a fundos perdidos". Basta pensar quanto é que certas marcas ganham com o mercado dos 7 aos 13 ( Barbie, Action Man, Noddy...) para concluir que existe dinheiro na exploração deste nicho de mercado, e que, por isso mesmo, a implantação da Filatelia nas crianças não pode ser feita sem levar em conta essa vertente de auto-financiamento.
Dos muitos contactos posteriores e do esclarecimento de muitas dúvidas ficou a ideia de que esta "batalha" pela Juventude é de grande importância - isso todos sabíamos já - mas que a mesma é longa e custa dinheiro e não terá benefícios tangíveis por muitos anos. Resta esperar para ver se os "poderes constituídos" terão a largueza de vistas adequada a continuar com este tipo de investimentos sem retorno aparente , pelo menos no imediato...
A não ser que os Colegas sigam um pouco o exemplo português de tentar financiar os Projectos dedicados a crianças com a venda de produtos desenhados e estudados para essas mesmas crianças...
No fim de contas, "Mordedura de cão cura-se com o pelo do mesmo cão"...
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