Semana verdadeiramente de trabalho em pleno Agosto.
Em primeiro lugar a evocação dos 100 Anos de Miguel Torga, personagem maior da nossa literatura que tão bem soube "beber" nas fontes da sua terra natal o espírito das suas raízes telúricas. Torga da poesia rude e rústica, Torga dos contos maravilhosos do seu "Reino (também ele) Maravilhoso" , mas também o Torga do "Alma Grande" e das tradições bárbaras de tempos idos.
Chegámos a S. Martinho de Anta (digo chegámos porque houve duas caravanas postais, uma para Coimbra e outra para S. Martinho. Nesta última me incluí) logo pela hora do almoço, o que para gente transmontana de rija cepa é sinónimo de abrir as suas portas de par em par para dar vianda a quem os visita.
Deixarei para mais tarde a crónica dos "comeres e beberes" em Trás-os-Montes porque altamente o merecem.
Cerimónia cheia de significado na Escola primária de S. Martinho (et pour cause) com a recitação de alguns curtos poemas do Mestre e com uma intervenção CTT excelente feita com base num texto do "nosso" Zé Chico que fez os conterrâneos de Torga aplaudirem de pé durante largos minutos!
Lá houve a carimbadela do costume , trocaram-se abraços e prometeram-se novas visitas, mais de lazer a este canto que já foi perdido nos confins do espaço português, mas que hoje e por via de S.Exª o dinheiro da UE está apenas a 4 horas de Lisboa...
Aqui, pelo menos vê-se bem e sente-se nas pernas e nas costas (ao volante) para onde foi o dinheiro europeu...
Merece amplamente uma estadia mais demorada esta região e - espero enganar-me, mas.. - vão até lá antes que a acessibilidade dê cabo do tipicismo ingénuo mas delicioso das suas gentes e dos seus costumes.
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