Uma
piada engraçada sobre “fazer 60 anos”
é a que diz que ainda conseguimos correr atrás de um romance, mas já só em
plano inclinado, para baixo. E levamos tanto tempo que, quando apanharmos as queridas, já não sabemos bem para que é que as queríamos…
Também
gosto de uma com que nos consolamos imenso ”Sou
quase 20 anos mais novo do que o Mick Jagger pôrra!”
Mas
se descontarmos essas, as outras que
pululam nos sites especializados são um bocado maldosas:
-“Não há tampo de mobília em casa que não
tenha um par de óculos bifocais em cima!”
-“ Os filmes da minha vida
são aqueles em que os actores estão todos a fazer tijolo”
-“Escolho cada vez mais o
restaurante por causa do parque de estacionamento”
-“Em cada médico, um velho amigo!”
- “A minha música alta nem
o cão acorda”
-“Deixei de ir à praia. As
manchas do fígado têm a mesma cor e duram todo o ano!”
-“ As ciganas agora
lêem-me a sina na cara!”
- “As gengivas estão de
tal forma retraídas que acham que nasci na Transilvânia”.
- “Queimo sempre os
cabr*** dos dedos quando tenho de acender todas as velas do filho da pu*** do
bolo de anos!”
Deixando
essas bocas para trás devo dizer que
me sinto bem com os meus “sessentas”.
Continuo
com a maior parte dos defeitos que tinha quando era (mais) novo, e francamente
não consigo descortinar nenhuma das qualidades que pretensamente a idade traria
consigo…
Muito
Importante: tenho os
dentes todos que Nosso Senhor decidiu
dar-me durante a vida, excepto os sizos
que me foram retirados por um inimigo à falsa fé, disfarçado de médico dentista.
E nem um pedacinho de chumbo existe na minha boca! Sem contar quando como
alguma perdiz, das de caça, o que é infelizmente cada vez mais raro…
Como
e bebo de igual forma, tal e qual como quando tinha 40 aninhos. Do ponto de vista gastronómico até acho que
aumentei as minhas capacidades discriminatórias desde que assentei arraiais à
beira dos fogões.
Não
sou, nem aparentemente virei a ser, mais cauteloso e mais sábio. Essa
“sabedoria da idade madura” passou por mim (se é que passou) mas nunca
parou…Assustou-se com o que viu.
A
maleita que mais me aflige é a fdp da dor ciátic*** . Que não convém referir
explicitamente porque ainda acorda. Fora isso – e que é grande “pincel” – não
tenho achaques, nem me queixo de nada.
Até
sou de opinião que aos sessenta começa a vida. Pode ser “outra vida”, claro,
mais lenta, mais compassada, mas não menos importante.
Fazem
60 anos em 2015 alguns rapazes com bom aspecto:
Billy Idol, Bruce Willis, Kevin Costner, Jeff Daniels, Bill Gates (quer
dizer, o Bill Gates não tem muito bom aspecto, mas com o brilho dos biliões
quem é que liga a isso??).
E
se pensarmos bem, J.R.R. Tolkien apenas viu “The Lord of the Rings” finalmente
impresso aos 62 anos, Georg R.R. Martin (“Game of Thrones”) tem actualmente 67
anos, goza que se farta a “matar” as suas personagens principais e ainda não sabe bem
como vai terminar a saga…E Nelson Mandela só foi Presidente aos 71 anos.
A
única coisa que me preocupa é aquela história da senhora de sessenta que
começou a fazer “running” com essa idade
e todos os dias corria mais uns metros, de tal forma que a partir dos 65 anos a
família nunca mais a viu…
Tal
como Churchill defendo-me dessas ocorrências estranhas evitando qualquer tipo
de actividade física não essencial.
Na
definição de “essencial” está o segredo… Eu tenho a minha. Os leitores terão as
vossas.
Et vive la différence!
Nota Final: Muito Obrigado a todos os que se lembraram desta ocorrência...
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