segunda-feira, dezembro 15, 2014

Adaptações e Prioridades

Como de costume hoje de manhã passei pela Versailles. A única diferença foi que tinha  dois bolos-rei já previamente encomendados , um mimo que faço aos colegas nesta quadra.
Hoje para o Báltico, no dia de reis para a João Saraiva, onde o início do balanço não aconselha que seja agora.

Um dos arrumadores que costuma estar de serviço à porta da clássica pastelaria foi neste momento promovido a ajudante dos proprietários do meu quiosque de jornais e revistas. Acarta os molhos de jornais, arruma as revistas, ajuda a abrir a porta do veículo da VASP, etc, etc...

Pensava eu que ele tinha arranjado outro trabalho, quando logo que me viu dirigiu-se a pedir a moedinha do costume.

-" Oh Amigo, então V. não ajudou a estacionar! Estava a arrumar jornais!"
-"Nos outros dias também não ajudo e o Senhor dá sempre..."
- "Não ajuda mas ao menos faz a parte!"
- " Olha! Já tem o senhor chegado primeiro que eu e depois dá a moeda!"
- "Então mas isto é pagamento de serviços ou esmola?"
- "Qualquer coisa serve, desde que dê a moeda..."

No que tinha o homem inteira razão. Para quê estarmos a filosofar sobre as causas se as suas consequências são as mesmas?

A placa do meu fogão - antiga e boa, 5 bicos protegidos com ferro forjado - deu o corpo ao manifesto. Tem bicos que já não mantêm o gás aceso, tem outros que devem estar entupidos.
A placa é fundamental durante todo o ano, mas então agora nem se fala.

No Sábado passado,  e com medo  das compras de Natal  ( suplício que todos temos que passar), estava logo de manhã à porta da Loja que dava apoio técnico à marca da minha placa.

Os clientes que se dirigiam aos balcões para falar de assistência técnica eram atendidos por ordem de chegada, mas parecia haver pouca gente nesse serviço, e a única senhora que havia nada percebia. Questionada , o que disse foi que:

-  " Estou aqui por necessidade, não sou especialista. Os especialistas na assistência técnica são dois. Um está doente e o outro de férias".

Como iamos dizendo que não parecia ser a melhor altura para irem de férias, a amável e jovem senhora retorquiu:

-"Sabe, nesta altura do ano o que queremos é vender... Assistência técnica pode esperar para Janeiro".

Todos entendemos.

Os "especialistas na assistência técnica" deviam mas era estar ao balcão a vender! Qual doença e quais férias!

Se eu quisesse comprar uma placa nova estava já ali quem me explicasse tudo!

E quem os pode criticar?



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