segunda-feira, julho 23, 2012

Europa já era?

Parece que o novo empréstimo\resgate (será o 5º, o 6º ou o 7º? Também pouco interessa) da Grécia está em perigo. O FMI terá feito constar que não participa e o Ministro das Finanças da Alemanha já disse no Domingo que:

-  " ...se a Grécia sair do Euro não será um problema assim tão grande...".

O que pode acontecer se a Grécia declarar falência em Setembro? Tenho algum dificuldade em medir aquilo a que os entendidos chamam "contágio por contato direto" nestas circunstâncias, não sou perito em mercados financeiros , nem em nada que com isso se pareça....

O mais que posso imaginar é  que esse seria um sinal inequívoco aos famigerados investidores internacionais que "mandam" nas taxas de juro das dívidas soberanas. Um sinal de que " A Europa já era..." ou seja, que ninguém que possa (leia-se: os países pagantes )  está interessado em investir mais no assunto. E se "eles" ,que têm obrigações morais, não estão interessados, quem o vai fazer?

Sem investidores privados (os tais ubíquos "mercados") as finanças de cada país deficitário, depois da queda da Grécia, vão passar a depender quase que exclusivamente das exportações (mas para onde? ) e da caridade do BCE.  E mesmo esta terá um limite, que se confunde com o limite da paciência dos tais países financiadores...

Com a Espanha a passar pelas passas do Algarve, com taxas de juro acima dos 7% e Portugal a respirar por um tubo cada vez mais fininho, esta "falência" grega vai apontando o caminho aos outros.

Tal como num dominó muito arranjadinho, o mal será tombar a primeira pedra.

E depois? Depois virá outra vez a "Idade Média" (dita das Trevas) para a Europa do Sul...  Passa tudo a viver com aquilo que produz -  e que  já foi muito mais antes da entrada no Euro e da adesão à UE, por culpa dos tais feiticeiros boreais que se dignaram criar no ghetto uma escola de aprendizes a ricos sem incluir no curriculum umas disciplinas sobre regras básicas de economia doméstica...

A única esperança que existe é a de que os "bruxos do norte" façam as contas e consigam prever que saíria ainda mais caro para todos (incluindo para a Alemanha, Finlândia, Países Baixos e etc...) deixar cair o Sul da Europa do que continuar a financiá-lo e a receber os juros dessas operações.

No fim de contas tudo se resume ( e sempre se resumiu) a isso: Onde está o Lucro?

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