Para Descansar a Vista

Com a Alemanha a "ver a final por um canudo" (he, he, he....Viva VERDI! e com o regresso ao pátrio chão dos nossos "heróis" - coitados, tão mal pagos ao serviço da seleção - retomamos a normalidade possível dentro das restrições habituais.

Não me apetece falar de política hoje.

Nem do que se passou na Cimeira - onde segundo entendi a Itália e a Espanha começaram um "empertigamento" face à valquíria deusa que só podemos aplaudir de pé.

Nem sequer uma palavra sobre o Congresso da  FAUL do PS, onde o senhorio está envolvido e que acompanharei por solidariedade paternal ( e a ele dá-lhe jeito por causa do gasóleo).

Saudemos simplesmente o Verão e o Mar, aqui postos serenamente sem que, por enquanto, haja que pagar o respetivo usufruto.

Com um abraço ao Amigo Bernardo aqui vai primeiro, de Blaise Cendrars, um curtíssimo poema:

Bleus

La mer est comme un ciel bleu bleu bleu
Par au-dessus le ciel est comme le Lac Léman
Bleu-tendre

Blaise Cendrars

E para terminar, da minha ( e de nós todos ) incomparável Sophia, do seu livro "Mar", alguns trechos admiráveis:

Atlântico

Mar
Metade da minha alma é feita de maresia.

Mar

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Espero

Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.

As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.

Dia do mar no ar

Dia do mar no ar, construído
Com sombras de cavalos e de plumas

Dia do mar no meu quarto-cubo
Onde os meus gestos sonâmbulos deslizam
Entre o animal e a flor como medusas.

Dia do mar no ar, dia alto
Onde os meus gestos são gaivotas que se perdem
Rolando sobre as ondas, sobre as nuvens.